Capítulo 06

...Anna Clara...

Cursar medicina está sendo incrível, Cecília deveria estar aqui comigo. Sempre falávamos que iríamos estudar medicina juntas, mas no último ano ela se apaixonou por direito e decidiu que quer ser criminalista igual ao papai e a Lulu.

Já eu vou para o lado de medicina da familia, na verdade não temos muitos médicos na família, somente tia Beatriz e tio Raul, o marido da tia Bella. Minha irmã Letícia está estudando medicina, mas teve que trancar para se dedicar as gêmeas dela.

Letícia teve gêmeas, Anna Sophia e Anna Lívia e Laura vai ter Gael em algumas semanas, sou completamente apaixonada pelas minhas sobrinhas, elas são muito mimados por todos nós e tenho certeza que Gael também vai ser.

Futuramente nossa família terá mais duas médicas, no caso Manu e eu que estamos iniciando o curso agora.

Não tenho a companhia da minha gêmea, mas tenho da minha prima que é como uma irmã para mim.

— Vamos na lanchonete comer alguma coisa? — Manu me convida quando o professor finaliza a aula.

— Vamos.

— Esse professor é incrível. — Manu diz quando saímos da nossa sala.

— Arthur Santiago, meu bem! Não tinha como não ser incrível.

— Deixa seu pai te ouvir falando isso! — ela diz e nós sorrimos.

Entramos na lanchonete do campus, fazemos nossos pedidos no balcão e sentamos na mesa para esperar.

— Como estávamos falando, meu pai tem que aceitar que o doutor gostosão é muito bom no que faz, ainda mais que ele já o operou duas vezes.

— Uma coisa é certa, sua mãe tem muito bom gosto para homens, porque seu pai também é muito bonito.

— Ele é mesmo.

— Ah se eu tivesse uma sorte dessas! Não tenho sorte de pegar nenhum feio, quanto mais um bonito. — ela diz e nós sorrimos.

Manuela tem a mesma idade que eu e no quesito homens é igual a mim, beijou apenas dois garotos. Eu mesmo só beijei três caras antes de Théo, dois foram só uns beijinhos mesmo e o terceiro foi meu ex, com quem passei cinco meses e nunca passou dos beijos.

Sou super virgem ainda e não sei se quero mudar isso tão cedo, não me sinto pronta para esse passo. Não que eu idealize casar virgem nem nada, apenas não acho que é a hora.

— As vezes sinto tanta vontade que um homem me pegue de jeito e rompa logo meu hímem, não aguento mais ser virgem! — Manu também é virgem, mas tem maior vontade de perder.

A garçonete traz nossos pedidos e acredito que ela tenha ouvido o que Manu falou, pois está segurando o riso.

— Obrigada. — Manu e eu falamos juntas e a garçonete assente saindo logo em seguida.

— Eu acho que ela ouviu o que você falou. — digo.

— Fazer o quê? Mas é a verdade, eu quero dá mesmo!

— É só dar minha filha, te garanto que encontra quem queira rapidinho.

— Assim eu não quero, não quero um cara só para me comer e ir embora, quero perder com alguém que eu me sinta segura e que de preferência seja meu namorado.

— Eu sei...

— Nunca pensei que fosse tão difícil arrumar um namorado!

— Para mim está sendo difícil não namorar!

— Théo é insistente.

— Ele é, mas eu não sei se quero ficar com ele, isso é tão estranho Manu, nós crescemos juntos.

— E daí mulher?! Théo é muito lindinho e você tem certeza que ele é uma boa pessoa, pois o conhece a vida inteira.

— Você não acharia estranho se fosse com você?

— Comigo? Jamais! Se um gatinho e mais velho estivesse atrás de mim querendo namorar comigo, pode ter certeza que eu já teria aceitado e dado com gosto. — sorrio da minha prima, ela é doidinha.

— Mulher tu só pensa em dar!

— Aí Clarinha, se me tocando eu g*zo igual doida, imagina com um p*u enfiado na minha b*ceta. — sorrio.

— No dia que você der essa b*ceta tenho certeza que as paredes do quarto vão tremer.

— Vão mesmo!

— Se eu fosse você Clarinha, a que tempos já tinha dado pro bonitinho.

— Eu não sei se quero perder ainda.

— Quer casar virgem?

— Não, mas também não quero agora.

— Clara, tu gosta mesmo de homem?

— Gosto.

— Tenta experimentar ficar com uma garota, porque não é possível que não sinta tesão no Théo.

— Você sente tesão nele?

— Não! Porque eu sei que ele gosta de você, mas se ele não gostasse aí sim, eu sentiria. Ele é lindo Clara e ainda é super fofo e educado.

— Ele não é nada educado comigo, ele é ciumento demais.

— Porque ele te ama boba!

— Eu sei.

— E não vai dar uma chance?

— Não sei.

— Perde tempo sua boba, que vem outra e pega!

— Théo é muito baladeiro e gosta de pegar todas, não sei se ele consegue trocar essa vidinha de balada dele.

— E daí? Quem quer mudar, muda Clara.

— Não sei se ele vai trocar as super modelos experientes por mim que não tenho experiência nenhuma.

— Essa é a parte boa, você vai aprender com ele.

— Nao sei. E se eu não for boa o suficiente pra ele?

— Ele vai te ensinar tudo que sabe, não precisa ficar insegura.

— Não tenho como não ficar, nunca fiz nada disso e não sei nem como fazer.

— Aprende, assiste uns pornôs.

— Credo! Eu não gosto desses filmes não.

— Aí, aí, Clarinha, você é uma graça.

— E você é uma tremenda de uma pervertida.

— Queria ser mais, mas não tenho com quem.

— Aqui logo você vai arrumar um boy, tem uns muito bonitos aqui.

— Tem mesmo, tomara que um deles se interesse por mim.

— Você é linda, Manu, eu não sei qual o problema dos homens que não enxergam sua beleza.

— Eu também não sei, porque nenhum homem chega em mim, nenhum feinho. — ela diz e nós sorrimos.

— O que vale é a beleza interior, antes um feio que te respeita, do que um bonito que te trai.

— É isso.

Terminamos nosso lanche entre conversas e risadas, Manu é muito doidinha e me faz sorrir das barbaridades que ela fala.

Pagamos a conta e logo saímos para irmos para casa. Já são quase 17:00 horas quando saímos de fato do prédio da faculdade, nosso curso é em tempo integral, por isso saímos tão tarde.

— Olha quem está aí! — Manu me cutuca e eu levanto a vista e vejo Théo parado escorado em seu carro.

— Não acredito que ele veio até aqui!

— Pode acreditar! E ainda trouxe um amigo com ele, que é uma delicinha.

— Manu! — digo e ela sorri.

— Oi loirinha. — Théo diz.

— Oi Théo.

— Eu vim te buscar e te convidar para sair.

— Sair pra onde?

— Pra onde você quiser.

— Na verdade estava com planos de ir para casa e descansar, nem estou vestida para sair também. — digo olhando para baixo, para minha roupa, estou usando uma camiseta básica, jeans e tênis.

— Você está ótima assim.

— Você é muito insistente Théo!

— Eu sou! Vamos? Trouxe um amigo, porque sabia que a Manu estava aqui com você.

— Eu não estou no clima de ir pra balada, na verdade eu nem gosto e minha roupa não está muito apropriada para sair à noite.

— Não vamos à balada, podemos ir em um restaurante da orla, ver o pôr do sol.

— Nós acabamos de comer. — digo.

— Então vamos só dar uma volta na orla, ver o pôr do sol.

— Eu topo! — Manu fogo no rabo diz.

— Ah! Esse é meu amigo Tony, Tony, essas são Manuela e Anna Clara.

— Prazer. — ele diz dando um beijo no meu rosto e outro no de Manu.

— Então? Vamos? — Théo convida.

— Tudo bem! Vamos. — digo e Théo beija meu rosto.

Eu vou no carro de Théo com ele e Manu no carro do amigo dele. Minha prima é mesmo fogo no rabo, espero que esse amigo do Théo seja uma boa pessoa, só assim a outra pode dar de uma vez e sossegar o faixo.

Chegamos na orla e assim que Théo abre a porta do carro para mim e eu desço, sinto a brisa soprar meu rosto e eu fecho os olhos.

— Você ama praia, não é Anna?

— Sim. — respondo e vejo Manu e Tony se afastando.

— Eu sei disso, você sempre foi uma das mais animadas quando íamos à Ilha Paraíso.

— Sim, sinto falta de ir para lá, todos nós juntos.

— Vamos nós dois?

— Sozinhos?

— Podemos levar a Manu e o Tony.

— Hum... Muito tentadora essa proposta.

— É só vir comigo, esse final de semana está bom pra você?

— E o que digo aos meus pais?

— A verdade! Seu pai sabe que gosto de você.

— Sabe?

— Sabe, naquele domingo na sua casa, que os seus colegas foram, seu pai chegou perto de mim e perguntou porque estava olhando para você e eu disse a verdade.

— Sério?

— Sim.

— Ele não me disse nada.

— Acho que ele está esperando você chegar para ele e dizer que gosta de mim e não negue, porque eu sei que gosta, só não quer admitir.

— Você é muito convencido.

— Não sou! Sou um bobo apaixonado por você.

— Ah é?! E se eu pedir pra você parar de ir às baladas você para?

— Faz quase um mês que não vou mais.

— Hum... E não ficou com mais nenhuma das sua super modelos?

— Não!

— Ah não?

— Não, Anna.

— Está falando sério?

— Estou sim, eu jamais mentiria pra você Anna.

— Hum... E a que se deve tudo isso?

— A você amor, tudo por você.

— E o que me garante que você não vai querer voltar a pegar todas de novo?

— Eu amo você Anna, se você aceitar ficar comigo eu não preciso de mais nada.

— Théo eu não sou como as mulheres que você está acostumado a ficar.

— Exatamente por isso que eu quero ficar com você, porque é diferente de todas elas.

— Eu ainda sou virgem Théo e eu não estou pronta ainda.

— Eu suspeitava disso, só não tinha certeza. Olha Anna isso não tem problema, eu espero seu tempo, o que me importa é ficar com você, eu gosto de você mais que tudo, além de tudo, até mesmo dos desejos carnais.

— Théo você é homem.

— E o que isso tem haver?

— Homens têm suas necessidades.

— Eu tenho mãos e uma boa imaginação. — sorrio.

— E vai pensar em quem?

— Em você, óbvio!

— Você não tem jeito garoto! — digo dando um tapinha em seu braço.

Théo me puxa para junto de si e me beija, nossos beijo sempre tem o encaixe perfeito, é muito bom está nos braços dele.

Acho que finalmente estou pronta para aceitar o amor desse pedante e insistente em minha vida.

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