Capítulo 12

...Anna Cecília...

Estou no carro junto com meus irmãos, Luíza, Davi, Noah e com meu primo e cunhado Ruan, estamos indo à Ilha Paraíso passar o final de semana na casa de praia da família.

Tudo isso foi ideia da Manu que é fogo no rabo e estava doida para passar o final de semana com o gatinho amigo do Théo, o Tony, ela ainda não está namorando com ele, mas acho que não demora muito para os dois engatarem um namoro.

Eu não penso em namorar tão cedo, fiquei traumatizada com minha única experiência e o pior é que eu gostava mesmo do embuste e me entregue a ele por amor, mas o idiota me gravou em momentos de intimidade e o vídeo vazou, isso acabou comigo, desde o dia em que terminei com ele não tinha ficado com ninguém.

Ele foi meu primeiro de tudo, até meu primeiro beijo dei nele, Clarinha beijou mais bocas que eu, ela beijou dois carinhas da escola, depois teve um namorado e agora anda beijando o Théo, mas ainda se mantém virgem.

Já eu não sou mais virgem, mas só beijei dois homens na vida, que foi justamente os dois com quem eu tr*nsei.

O único homem que me atraiu depois de tudo que aconteceu foi meu professor, que na época nem sabia que seria meu professor. Ele me atraiu tanto que o beijei no dia da balada sem mais nem menos.

— Queria que a Rubi viesse também. — Davi fala me tirando dos meus devaneios.

— E porque não convidou? — pergunto.

Rubi é uma das gêmeas Adams, elas não são gêmeas idênticas como Davi e Noah, mas são muito parecidas, as duas são filhas de Christopher e Melissa Adams, ele é sócio da minha tia Bella e a esposa dele é médica pediatra, os dois assim como meus pais tem sete filhos, as gêmeas que são as mais velhas, Miguel que é o do meio e os quadrigêmeos que são mais novos.

Safira e Rubi têm a mesma idade de Davi e Noah, eles são mais velhos apenas alguns meses, os quatro são amigos desde quando eram muito pequenos, estudam juntos desde o jardim de infância.

Meus irmãos mais novos são fascinados por elas.

— O pai dela não ia deixar Ceci, ele vive de olho na gente.

— Também você é maior beijoqueiro! Vive beijando a menina pelos cantos. — digo e ele sorri.

— Noah também beija a Safira.

— Menino! Vocês têm doze anos ainda, eu beijei a primeira vez tinha quase dezessete.

— E eu quinze! Beijei o Ruan. — Luíza diz.

— O Adams está certo em ficar de olho nas loirinhas dele, vocês dois são um perigo. — Ruan diz e os dois sorriem.

— Além de ele não deixar elas viajarem sem eles ou nossos pais, eles foram todos para a fazenda, tia Liz e tio Bernardo foram também, é aniversário de alguém da família da família deles. — Davi diz.

— Aniversário da mãe da Melissa. — Luíza diz. — Ela postou.

— Ah. — Davi diz.

— Se desliguem dessas meninas! Vieram aqui para se divertir. — digo.

— Davi que é emocionado, eu estou de boa. — Noah diz.

— Não gosta da Safira?

— Gosto! Mas posso ficar longe dela, Davi que é apaixonadinho pela Rubi.

— Cala a boca! — Davi diz e dá um soco no braço de Noah que revida.

— Ei! Pode parar os dois. — digo e ainda bem que estou sentada entre os dois. — Estamos todos brincando aqui, nada de violência.

— É! Pode parar os dois. — Luíza diz.

— Noah que começou. — Davi diz.

— Não importa. — digo.

— Calma aí meninos. — Ruan diz.

— Aí gente eu queria estar indo para o frio do sul também. — Luíza diz. — Pra poder ficar bem agarradinha com meu amor.

— Nós podemos fazer isso amor, ligamos o ar condicionado no 15.

— É verdade. — os dois se olham, esse dois são puro fogo.

— Inveja... — digo.

— Vou acabar ficando de babá, todo mundo está de parzinho.

— Que nada, tem a Duda e a Luna.

— Verdade.

Algum tempo depois, Ruan estaciona o carro em frente a casa e nós descemos.

Pego o rumo para o quarto que eu sempre fui com a Clara, ela que encontre uma para ele e Théo, porque esse é meu e ninguém vai fazer safadeza na minha caminha.

Deixo a mala ao lado da mesinha de cabeceira e vou até a janela que está aberta. A vista daqui é linda e a brisa é maravilhosa.

Meu celular vibra no meu bolso e eu pego para ver quem é, e não reconheço o número, pode ser alguém querendo vender alguma coisa, decido não atender e continuo contemplando minha vista.

O celular volta a tocar e é novamente o mesmo número, decido então atender.

— Alô?

— Boa noite loirinha.

— Boa noite.

— Sabe quem está falando?

— Sei.

— Desculpa não ter te ligado antes, andei ocupado esses dias.

— Entendo. Dei o número para o Henry de toda forma.

— Aí!

— O senhor não pediu meu número, ele sim.

— Isso é verdade.

— E ele está por aí?

— Está sim, quando são meus finais de semana já busco ele na escola sexta-feira.

— Entendi.

— Henry pediu para te ligar e te convidar para ir ao shopping agora à noite comer aquelas porcarias que vocês gostam.

— Ah que amor, mas infelizmente não vou poder aceitar.

— Porque não?

— Não estou em casa.

— Cecília? Estamos indo fazer a fogueira, você vem? — Ruan me chama.

— Vou daqui a pouco. — digo.

— Ok.

— Hum... está acompanhada loirinha?

— Estou.

— Que bom.

— É sim professor.

— Vou deixar você curtir sua companhia aí.

— Posso falar com o Henry?

— Pode. Filho? Anna Cecília quer falar com você.

— Oi Ceci.

— Oi Henry, como você está?

— Bem, e você?

— Estou bem.

— Que bom. Você vai com a gente ao shopping?

— Infelizmente não.

— Porquê?

— Não estou em casa.

— Ah! Que pena. E amanhã você pode?

— Também não, só volto no domingo.

— De manhã?

— Acho que só à tarde.

— E domingo à noite você pode sair com a gente?

— Posso sim.

— Que bom. Posso te fazer uma pergunta?

— Pode.

— Onde você está?

— Em Ilha Paraíso, conhece?

— Não.

— É uma cidade que tem muitas praias, minha família tem uma casa aqui.

— Ah que legal, faz tempo que eu não vou à praia.

— Quer vir?

— Eu adoraria, mas não sei se meu pai vai querer.

— Pergunta pra ele.

— Eu vou perguntar.

— Aí você me diz.

— Tá bom, vou passar pro meu pai.

— Ok, beijo Henry.

— Beijo Ceci.

— O que vocês dois estavam combinando, hein?

— Henry vai te dizer professor.

— Ok. vou deixar você aproveitar sua companhia ai.

— Ok.

— Boa noite loirinha.

— Boa noite professor.

— Tchau.

— Tchau. — digo e ele desliga a chamada.

Sorrio feito boba depois dessa ligação, Henry é um menino muito doce e seu jeito lembra muito dos meus irmãos.

Adorei fazer um pouquinho de ciúme no Santorinni, ele ficou com muita vontade de perguntar onde estou e com quem estou, mas seu orgulho não o deixou fazer isso.

Vou até a praia e todos já estão em volta da fogueira, Luíza e Ruan agarrados em um canto, Manu e Tony no outro e Clara e Théo em outro.

Davi, Noah, Autora e Beatrice estão conversando e assando marshmallows com Duda.

E eu me sento ao lado de Luna que olha para o celular e sorri.

— Falando com quem loirinha? — pergunto.

— Com um boy babado que estou conhecendo, bom, conhecendo não, pois já conhecia, estou me aproximando dele.

— Hum... E eu conheço também?

— Conhece sim. — ela diz e vira a tela do celular mostrando com quem ela está conversando e meu queixo vai para o chão.

— Mentira.

— Pois é.

— Como assim? Como começou?

— Nessa reuniões de família, esses amigos em comum.

— Ele é mais velho, não é?

— Sim, mas não muito, ele tem vinte e sete.

— É! Não é tanto. — digo, pois Luna tem vinte e um anos. — Vocês já ficaram?

— Ainda não, mas vontade é que não me falta.

— Homens mais velhos são incríveis, dão de mil nos novinhos.

— Pegou um mais velho Ceci?

— Peguei!

— Como assim? Me conta?

— O homem me deu uma canseira viu.

— Eita! Quantos anos mais velho?

— Vinte, ele tem trinta e oito.

— Cecília! Não são seis anos igual ao meu!

— Não! Mas ele é ótimo.

— Você é perigosa loirinha.

— Que nada.

Ficamos mais um tempo na praia conversando e assando marshmallows, até que todos pegam o rumo de seus quartos para dormir.

Tomo um banho e visto uma camisola e assim que deito chega uma mensagem.

Gostosão: Oi.

Eu: Oi professor.

Gostosão: Pensei que já estivesse dormindo.

Eu: Tomei banho e deitei agora.

Gostosão: Hum... e tomou banho sozinha?

Eu: Que pergunta, hein?!

Gostosão: Sim ou não?

Eu: E se eu não quiser falar.

Gostosão: Aí eu vou ter que descobrir.

Eu: Te interessa tanto professor?

Gostosão: Se estou perguntando.

Eu: Tomei banho sozinha.

Gostosão: E está na sua cama sozinha?

Eu: Sim.

Gostosão: Hum...

Eu: Ciúmes professor?

Gostosão: E se for?

Eu: O senhor não tem porque ter ciúmes de mim, afinal não temos nada.

Gostosão: É...

Eu: Ou o senhor quer ter?

Gostosão: Não podemos.

Eu: Não poder não significa não querer.

Gostosão: Tem razão.

Eu: Eu sei que tenho!

Gostosão: Henry me disse que está na praia.

Eu: Estou.

Gostosão: Ele disse que nos convidou para ir.

Eu: Sim.

Gostosão: Seu pai está ai?

Eu: Óbvio que não! Vocês vem? Henry vai amar aqui, meus irmãos estão aqui e minhas primas que têm mais ou menos a idade dele.

Gostosão: Nós não podemos ir amanhã pois vamos almoçar na minha mãe, mas domingo podemos ir passar o dia.

Eu: Ótimo, vamos embora no domingo à tarde, então dá tempo ele aproveitar o dia.

Gostosão: Combinado então.

Eu: Combinado.

Gostosão: Bom, vou te deixar dormir! Boa noite loirinha.

Eu: Boa noite professor.

Gostosão: Durma bem.

Eu: Você também.

Deixo o celular de lado e durmo com um sorriso no rosto e ansiosa para que o dia de amanhã passe voando.

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