Capítulo 04

...Anna Clara...

— Como está loirinha? — Théo pergunta sentando ao meu lado.

Após a noite que nos encontramos na boate e fomos para o apartamento dele, nos vimos outras vezes, mas não ficamos mais a sós, sempre que nos encontramos estávamos cercados de gente e não tivemos mais oportunidade de nos beijar. Passamos um tempo no apartamento dele, bebemos um vinho, conversamos bastante e trocamos alguns beijos, foi uma noite muito agradável.

A verdade é que eu amo a companhia dele, mas sou medrosa demais para assumir algo com ele.

Théo disse que me ama e eu o amo também, mas ainda tenho medo de dar problema com nossos pais. Sei que eles são muito compreensivos, mas eu não queria causar discórdia. Eles aceitaram bem a Lulu e o Ruan, mas sinto que comigo e Théo é diferente.

Hoje é domingo e estamos tendo outras de nossas típicas reuniões, onde estão todas as pessoas da família, agregados e afins.

— Estou bem. — respondo por fim.

— Que bom, senti sua falta. Nunca mais ficamos sozinhos, está amando fugir de mim, não é?

— Não estou fugindo e nem tenho porque fugir.

— Quando vai assumir que gosta de mim, hein Anna?

— Não vou assumir nada Théo, eu não...

— Não gosta?! Sei! Não é o que seu corpo diz quando sente um toque meu.

Isso é verdade, meu corpo reage ao dele, mesmo sem que ele me toque.

— Você vai continuar insistindo com isso?

— Vou! Porque eu sou louco por você, Anna.

— E as super modelos que você fica por aí? Deveria ser louco por elas e não por mim.

— Nenhuma delas se compara a você Anna. Quer que eu pare de sair com elas? — dou de ombros. — Se aceitar ser minha, te garanto que não olho pra nenhuma outra.

— É tudo muito complicado Théo.

— Não é não, Anna. Vamos falar com seu pai agora?

— Falar o quê?

— Que nos gostamos e vamos namorar.

— Não vamos namorar!

— Anna!

— Vocês estão namorando? — Ivy pergunta ao se aproximar de nós.

A mini adulta ataca novamente!

...Théo Alencar...

Ivy é uma figurinha, ela é a filha do meio da tia da Anna, uma das gêmeas irmãs da tia Raquel, a Bella.

— Não. — a loirinha diz.

— Porque ela não quer Ivy. — digo e Ivy sorri, mas a loirinha olha assustada para mim.

— Ele está brincando Ivy! Não faça esse tipo de brincadeira Théo! — ela diz dando um tapa no meu braço. — Além do mais, Théo e eu somos primos Ivy.

— E o que tem? A Lulu e o Ruan também são primos e vão se casar. — ela diz.

— É isso aí Ivy, não tem problema nenhum. — digo.

— Théo é bonito Clarinha, deveria namorar com ele.

— Menina, tu tem quantos anos hein? — Anna pergunta para Ivy.

— Vou fazer seis.

— Parece que tem mais de seis.

— Tchau, eu vou ver meus irmãozinhos. — ela diz e sai correndo para perto dos trigêmeos irmãos dela.

— Ouviu sua prima? Ela disse pra você namorar comigo porque sou bonito.

— Tão convencido!

— Não fui eu quem disse, foi a Ivy.

— Você adora que ela puxa o seu saco, não é?

— Claro! Essa garota é muito esperta.

— Até demais!

— Ansiosa para começar a faculdade?

— Bastante.

— Você vai na minha formatura?

— Vou sim, vai ser a formatura da minha irmã também.

— Vai por ela e não por mim, não é?

— Vou por você também Théo. — impossível não sorrir com ela dizendo isso.

— Obrigado loirinha. — ela nega com a cabeça.

— Não precisa agradecer também.

— É claro que preciso.

Meu celular toca no meu bolso e sinto a loirinha ficar tensa, ela tem ciúmes de mim, mas é orgulhosa demais para admitir.

Tiro o celular do bolso e respiro aliviado por ser minha irmã mais nova, Aurora.

— É minha irmã. — digo virando o celular para ela ver,

— Estou indo para você falar com ela. — seguro sem braço a fazendo ficar.

— Oi gatinha.

— Oi.

— O que você quer, meu amor?

— Sabe que estou aqui no acampamento de férias não é?

— Sim, aconteceu alguma coisa?

— Não, é porque minhas colegas e eu queremos fazer uma festa do pijama e estou precisando de dinheiro.

— De quanto precisa?

— Uns cem.

— Pra quem transfiro?

— Pra minha monitora, vou te passar a conta dela por mensagem.

— Ok. Eu não sabia que podiam usar celular aí.

— Podemos sim, uma vez por dia para ligar para a família.

— Ligou para os nossos pais?

— Liguei, mas não atenderam, eu ia pedir o dinheiro pra eles.

— Eles estão aqui no tio Caio, não estão com celular, por isso não atenderam, eles sabiam que você ia ligar?

— Não, geralmente eu ligo mais tarde, mas hoje liguei antes pra poder pedir o dinheiro.

— Entendi, mas não tem problema pedir para mim, vou transferir tudo bem amor?

— Obrigada Tetéo, você é o melhor. — ela diz e dá uma risadinha, pois sabe que não gosto desse apelido.

— Me chama assim de novo que eu não te mando dinheiro nenhum!

— Estou brincando, te amo Théo.

— Também te amo princesa, se cuida.

— Pode deixar, diz pra mami e pro papi que eu já liguei e que amanhã ligo de novo pra eles.

— Tudo bem amor.

— Manda beijo pra todos.

— Pode deixar.

— Tchau.

— Tchau princesa.

Anna está olhando para mim com um sorriso no rosto.

— O que foi? — pergunto.

— Nada, só observando com os homens dessa família são cuidadosos.

— Está no sangue, gostamos de cuidar de quem amamos.

— Eu sei.

— Me deixa cuidar de você, Anna?

— Cuidar de mim?

— Sim, quero cuidar de você, e te fazer feliz.

— Théo...

— Clara?! — alguém a chama.

— Oi.

— O Pablo, João e a Cris chegaram. — Cecília avisa.

— Estou indo.

— O Pablo é aquele do aniversário? — pergunto e Cecília me olha curiosa.

— Sim.

— Convidou ele?

— Não somente ele, como os outros dois colegas que vieram também.

— Você testa minha paciência loirinha.

— Vai ficar com os cabelos brancos antes do tempo! — ela se levanta e pisca para mim.

A p*rra além de linda é atrevida e para terminar tem uma b*nda de f*der o juízo de qualquer um, e a peste está usando um biquíni fio dental que deixa pouco para imaginação, o short que ela usa por cima é transparente e não faz diferença nenhuma usá-lo.

Você está muito f*dido mesmo!

— Está olhando assim para minha filha, porquê? — meu tio pergunta dando um tapa na minha cabeça.

— Eu gosto dela tio. — digo e ele senta ao meu lado.

— Desde quando?

— Faz mais de um ano, mas não se preocupe que eu não passei dos limites com ela, só nos beijamos.

— E ela gosta de você?

— Acho que sim, mas ela tem medo do que o senhor e a tia Raquel vão achar e também meus pais.

— Eu não gosto que vocês se envolvam entre si, pois para mim família é sagrada e primos são como irmãos. Luíza e Ruan estão juntos e eu aceitei, mas ainda acho estranho. Se for sua vontade e a dela eu não vou me opor, meu deve é apoiar meus filhos e indicar o caminho certo e eu sei que você é um bom rapaz, então você pode ir em frente.

— Obrigado tio. — digo e ele me abraça.

— Não a faça sofrer, Clara é uma menina muito especial.

— Eu sei tio, pode deixar que eu vou cuidar dela. — meu tio assente e sai.

Pronto, era só isso que eu precisava para seguir em frente e conquistar de vez minha loirinha.

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