Capítulo 07

Eduardo Bellini estava sentado em seu escritório, uma sala cuja decoração luxuosa contrastava com a atmosfera carregada de tensão. A luz fraca do abajur lançava sombras dançantes pelas paredes, ampliando o clima sombrio que refletia seu estado de espírito tumultuado. A pilha de documentos sobre a mesa permanecia intocada, enquanto ele fitava um ponto indefinido à sua frente, perdido em pensamentos sombrios.

Desde que soube da captura de Lívia, uma mistura avassaladora de raiva e frustração o consumia. Não conseguia acreditar na audácia dela em se envolver nos assuntos perigosos dos Moretti, uma família de mafiosos implacáveis. Embora soubesse que parte da culpa era sua por tê-la atraído para esse mundo obscuro, Eduardo nunca foi paciente com erros ou fraquezas, e Lívia representava ambos nesse momento.

— Tola, isso é o que ela é. — murmurou ele entre dentes, seu tom carregado de desdém e decepção consigo mesmo. — O que ela pensava estar fazendo? Investigando a alta sociedade? Isso chega a ser ridículo.

Com um gesto deliberado, ele abriu a gaveta da mesa e retirou de lá um contrato de submissão. Ao lado, o jornal da manhã estampava em letras garrafais a falsa notícia da morte de Lívia, uma mentira que os Moretti plantaram habilmente na imprensa para encobrir sua verdadeira situação. Eduardo pegou o contrato e passou a ler cada cláusula com atenção, os olhos percorrendo o papel enquanto seu semblante endurecia.

...• CONTRATO DE SUBMISSÃO •...

Este contrato estabelece os termos e condições sob os quais [Lívia], doravante referida como Submissa, concorda em se submeter a [Eduardo Bellini], doravante referido como Dominador, em uma relação de submissão e dominação BDSM. Este contrato é vinculante e vigorará pelo período acordado entre as partes.

1. Propósito do Contrato

1.1 A Submissa concorda em se submeter ao Dominador em todos os aspectos pessoais, incluindo, mas não se limitando a, comportamento, vestuário e atividades íntimas.

2. Termos e Duração

2.1 Este contrato entrará em vigor na data de assinatura e continuará em vigor pelo período de 1 ano, a menos que rescindido antecipadamente conforme estipulado neste documento.

3. Obrigações da Submissa

3.1 A Submissa concorda em obedecer prontamente e sem questionar todas as ordens legais e razoáveis do Dominador.

3.2 A Submissa manterá um comportamento respeitoso e submisso em todos os momentos, tanto em público quanto em particular.

3.3 A Submissa aceitará ser treinada e disciplinada pelo Dominador conforme considerado necessário ou apropriado.

4. Obrigações do Dominador

4.1 O Dominador se compromete a cuidar da segurança e do bem-estar do Submissa durante todas as atividades relacionadas ao BDSM.

4.2 O Dominador proporcionará à Submissa orientação, treinamento e disciplina adequados para sua formação e desenvolvimento como submissa.

4.3 O Dominador será responsável por estabelecer limites e zonas de conforto para a Submissa, respeitando quaisquer limitações acordadas.

5. Limites e Segurança

5.1 Ambas as partes concordam em discutir e estabelecer limites claros e seguros para todas as atividades BDSM.

5.2 A Submissa tem o direito de revogar o consentimento para qualquer atividade a qualquer momento, sem penalidade ou represália.

6. Consentimento e Segurança

6.1 Todas as atividades BDSM serão conduzidas com o consentimento explícito e informado da Submissa.

6.2 O Dominador se compromete a seguir práticas seguras, incluindo o uso de palavras de segurança e protocolos de comunicação clara.

7. Disposições Gerais

7.1 Este contrato pode ser rescindido a qualquer momento por ambas as partes mediante acordo mútuo por escrito.

7.2 Qualquer violação deste contrato por qualquer parte poderá resultar em rescisão imediata.

7.3 As partes concordam que este contrato é confidencial e não divulgarão seus termos a terceiros sem consentimento mútuo.

Eduardo passou os dedos pelo papel, ponderando sobre as cláusulas que agora vinculavam Lívia a ele de maneira tão íntima e submissa, a ideia de tê-la sob seu controle despertava emoções contraditórias nele, misturando desejo com um senso de raiva e inquietude. Ele sabia que aquilo era mais do que apenas uma questão de dominação; era uma forma de controlá-la e fazê-la pagar pelo erro de ter cruzado o seu caminho.

Seus olhos retornaram para a foto dela estampada no jornal, ele viu além da farsa montada pelos Moretti. Sabia que Lívia ainda estava viva. Fechando os olhos por um momento, Eduardo respirou fundo, preparando-se mentalmente para os desafios na qual ele mesmo está disposto em impor. Pensava em como seria extremamente rigoroso para fazer a sua bela submissa, sendo tão corajosa, mudar e ser uma submissa que esteja apta a aceitar tudo que está escrito no contrato criado por ele. Eduardo sentia-se determinado a moldá-la à sua maneira, custasse o que custasse.

Pensou mais algumas vezes em deixá-la nas mãos dos inimigos, assim ele não teria tanto problema em ela assinar logo o contrato, para sair logo daquele lugar.

A sala estava silenciosa, exceto pelo som ocasional de um relógio marcando o tempo.

Eduardo se pegou admirando a beleza e o corpo perfeitamente desenhado daquela jornalista metida, e ao pensar nela de várias formas e posições, observou que seu pau deu sinal de vida dentro da Calça social ajustada, pensou em como tudo havia chegado a esse ponto, só porque a desejou olhando sua foto? Ele sempre fora meticuloso, e nunca havia desejado tanto nenhuma das submissas que teve em sua vida.

Para Eduardo era inacreditável que Lívia tenha mexido com algo dentro dele, algo que ele não sabe nomear. Raiva, sim. Frustração, certamente. Mas havia mais. Um desejo de dominá-la completamente, de dobrá-la à sua vontade.

Ele se levantou e caminhou até a janela, olhando para a escuridão lá fora.  As luzes da cidade brilhavam à distância, mas ele sentia-se isolado, preso em seus próprios pensamentos. O contrato em sua mão parecia mais pesado do que realmente era, uma representação física do fardo que ele agora carregava. Eduardo sabia que controlar Lívia não seria fácil. Ela era obstinada, corajosa, e essas eram precisamente as qualidades que ele queria destruir e reconstruir ao seu gosto.

Retornando à sua mesa, ele sentou-se novamente, pegando uma caneta. Começou a revisar as cláusulas, acrescentando detalhes que achava necessário para garantir sua completa dominação sobre Lívia.

Ele anotou novas regras e novos limites, ajustando o contrato para torná-lo ainda mais rigoroso e detalhado. Queria que não houvesse brechas, nenhuma maneira de ela escapar de suas garras.

Eduardo revisou o documento uma última vez, satisfeito com as alterações. Cada linha estava cuidadosamente pensada para garantir sua total autoridade sobre Lívia. Ele sabia que ela não teria escolha a não ser obedecer. Guardando o contrato de volta na gaveta, Eduardo levantou-se e caminhou até o bar do escritório, servindo-se de uma dose de whisky. Levantou o copo em um brinde silencioso, como se estivesse selando um pacto consigo mesmo. A partir de agora, Lívia seria sua em todos os sentidos possíveis.

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