YANLIE
Assim que Aurora me aceitou, uma grande energia das sombras tomou conta de mim. Porém, eu não queria gastá-la e logo tentei contê-la, mas eu não era tão bom com cultivo da lua e sempre perdia o controle.
Eu sentia o ar muito mais gelado, quase como o da Terra da Lua, mas não conseguia parar, simplesmente aquele cultivo estava tomando conta do meu corpo.
Entretanto, a mão quente da Aurora ainda segurava a minha e meus olhos encontraram os dela. Ela parecia tão assustada que imediatamente pensei em confortá-la.
O calor que eu estava mais acostumado, o cultivo do sol, começou a lutar contra o cultivo da lua dentro de mim. E logo eu estava em equilíbrio novamente.
Aurora tentava se abraçar ainda segurando minha mão, seus lábios estavam roxos e ela parecia prestes a chorar.
— Desculpe, você está bem? — Perguntei e ela negou com um aceno de cabeça.
Eu não podia perdê-la, se ela me expulsasse provavelmente eu jamais voltaria para casa. Quando nos teleportamos para o seu quarto sem o meu consentimento, eu finalmente entendi.
Eu ser capaz de cultivar e ter meus poderes de volta apenas quando a tocava revelava tudo. Ela não era minha serva, eu era seu protetor. Meu pai era mesmo um gênio do mal.
Agora minha única chance de sair desse mundo era ter a confiança da Aurora e sua ajuda para restaurar meu cultivo.
Não sabia o que fazer, mas seu corpo estava muito gelado e comecei a me perguntar se isso matava humanos. Para ajudá-la, eu a puxei e a abracei tentando aquecê-la com meu corpo.
Aurora me abraçou apertado e acabei sorrindo ao vê-la esfregar seu rosto em meu ombro. Ela era um pouco imprevisível.
Ficamos abraçados por um bom tempo e eu ocasionalmente tocava sua testa tentando saber se seu corpo já estava aquecido. Aurora aos poucos começou a respirar de forma mais leve, mas não me preocupei já que a cor havia voltado para os seus lábios.
A observando com a expressão tão despreocupada e calma, eu podia ver que ela não era tão feia. Talvez o choro e a irritação exagerada a deixassem assim. Bom, ela tinha uma ligação especial comigo, logicamente ela tinha que ser superior aos outros humanos.
— Eu não sabia que isso aconteceria — Expliquei depois de um tempo.
Ela não respondeu e notei que seu corpo estava relaxado até demais.
— Aurora?
Em resposta ela me abraçou mais ainda e eu a olhei surpreso. Pensei que ela não gostasse desse tipo de contato.
Levantei e a coloquei na cama. Tirei minhas botas e deitei ao seu lado, apesar do pouco espaço poderíamos dormir bem se ela dormisse por cima de mim. Pelo menos humanos não eram tão pesados.
Aurora voltou a me abraçar e eu retribui seu abraço me sentindo muito bem, eu gostava de dormir abraçado com mulheres. Infelizmente dessa vez era apenas uma. Mas eu precisava ter foco na minha missão de ir para casa.
Tudo bem, eu poderia prometer que a protegeria e a trataria diferente das outras fadas que já convivi. Eu jamais teria segundas intenções com ela. Seríamos parceiros até que eu fosse embora, estava decidido.
Pensei em cultivar enquanto ela dormia, mas a verdade era que eu estava exausto, principalmente por não dormir direito, nem comer, há pelo menos um dia.
Fechei meus olhos e me aconcheguei na minha humana. O sono veio rápido.
...****************...
Acordei com um grito estridente no meu ouvido. Suspirei cansado. Quando a Aurora ia se acostumar com a minha presença?
— Você poderia parar de gritar? — Resmunguei e a abracei mais forte. — Quero dormir mais, é tão confortável aqui...
Esfreguei meu rosto naquele lugar quente e macio. Porém, Aurora me puxou pela orelha e eu fui obrigado a me afastar.
Só entendi o porquê dela estar tão brava quando a vi corada e com os braços em frente dos seus seios.
— Ah... Eu não fiz de propósito — Me justifiquei. — Mas não se preocupe, eu não gosto de humanas.
— Yanlie, fizemos um trato ontem e você quase me matou — Ela me olhou irritada. — Por que está na minha cama!?
— Eu sou seu servo, onde mais eu poderia dormir!?
Aurora não entendia mesmo sobre o papel de um servo. Já era difícil eu me adaptar a esse estilo de vida, ter que explicá-lo e me sentir mais humilhado era horrível.
— Em qualquer lugar, desde que não deitasse nos meus... — Aurora grunhiu de raiva.
— Você precisa mesmo de estabilidade emocional — Eu a encarei seriamente e levantei. — Eu só dormi nos seus seios, o que tem demais?
Aurora me deu um tapa nas costas e gemeu de dor. Me virei no mesmo instante para ver sua mão, mas ela me afastou.
— Você não deveria me bater, eu não sou humano — Lembrei.
— Saia do meu quarto.
— Não posso, sou seu...
— Saia agora!
Eu a olhei ofendido. Ninguém, absolutamente ninguém, me tratava assim. Se eu não dependesse dessa coisinha para ter magia...
— Tudo bem — Forcei um sorriso. — Tome o seu tempo.
Ela não me olhou e continuou apontando para a porta. Humana ingrata, bipolar, louca...
Sai do quarto e sentei na porta. Teria que esperar a maluca ter juízo novamente. Olhei a janela daquele cômodo e notei que era cedo demais o que me fez suspirar cansado. Eu odiava acordar cedo.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
elenice ferreira
bipolar ingrata, louca ? d+🤪😜
2024-08-23
1
Lucilene Palheta
me acabando de rir, muito bom mesmo 😃😃😃😃
2024-05-22
3
Tania Loz
quando será que vão se apaixonar 🤔🤔🤔🥰🥰🥰
2024-05-22
1