Capítulo Oito

YANLIE

Andei por aquela cidade estranha por algumas horas e infelizmente a fome começou a me consumir.

Geralmente eu comia por diversão, mas como estava sem cultivo, eu acabava tendo esse tipo de necessidade mortal, o que era uma grande porcaria.

Se meu pai queria que eu me importasse com os outros, ele deveria ter dado um jeito de que eu não precisasse me importar comigo!

Pelo menos as garotas eram mais educadas que a Aurora, porém não eram tão eficientes e qualificadas como servas.

— Você acredita em fadas? — Perguntei para uma dama bonita que parecia estar esperando alguma coisa.

— Você é cosplayer de príncipe? — Ela retrucou interessada.

— Esqueça — Falei com irritação e sai andando.

Sinceramente. Eu não queria outra garota problema como a Aurora. Eu queria alguma garota bonita, inteligente e que fosse capaz de lidar com um pouco de violência e magia.

Entretanto quando eu achava alguma inteligente, ela era feia, quando eu achava uma bonita, ela era uma anta! E a única que me respondeu que acreditava em meu povo foi uma senhora muito esquisita e cheirando a algum tipo de erva medicinal.

Mas sem meus poderes, eu não conseguia convencer ninguém, só com minha força sobrehumana, mas eu sabia que existiam humanos que podiam quebrar paredes ou coisa do tipo, isso não convenceria ninguém.

A única capaz de ser convencida era Aurora por ter o brasão do meu...

— Eu queria que o Yanlie estivesse aqui.

— Aurora!? — Questionei e olhei ao redor, onde ela estava?

Novamente sua voz ecoou como se estivesse sussurrando ao meu lado. De repente fui teleportado para outro lugar e sorri animado, certamente minha mãe tinha convencido meu pai!

Meu ânimo diminuiu um pouco ao ver que eu ainda estava na Terra dos Humanos. Notei que Aurora havia me invocado, como isso era possível... Ah, sim, o símbolo em sua mão. Espera, se ela havia me invocado...

— Aurora — Sorri. — Decidiu ser minha serva agora?

Antes que ela pudesse responder ouvi um barulho ensurdecedor. Algo atingiu meu ombro e furou minha camisa.

Olhei para um dos homens ao lado da Aurora... Ele segurava algo apontado para mim, porém seu olhar era de incredulidade pura.

— Ei! — Falei irritado. — Você rasgou minha camisa!

Ambos os homens correram e eu suspirei. Se eu não estivesse tentando passar despercebido para os humanos... Tudo bem, era só uma camisa.

— Meu celular! — Aurora disse frustrada.

Não entendi o que ela quis dizer com isso, mas eu era inteligente o suficiente para saber que eles haviam pego algo que pertencia a ela.

Fui atrás deles e os alcancei com facilidade. Escutei aquele barulho mais uma vez e comecei a me irritar de verdade ao ver alguns buracos na minha camisa.

O objeto na mão do homem caiu no chão e ele me olhou amedrontado. Dei um soco leve em seu rosto e tateei seus bolsos até encontrar o que era da Aurora.

— Me deem tudo — Falei impaciente. — Andem logo ou mato os dois.

Eles assentiram e esvaziaram seus bolsos logo me dando inúmeros papéis coloridos e um objeto estranho de metal. Assim que toquei o objeto, ele se iluminou... Era mágico...

— Onde conseguiriam...

Os homens saíram correndo e eu os deixei em paz. Que idiotas.

— Yanlie — Aurora veio correndo até mim.

— Então, você...

— Ficou louco ao reagir em um assalto!? — Ela questionou parecendo assustada. — Você não ouviu os tiros!? Você realmente tem doença mental!?

Seus olhos se encheram de lágrimas e eu fiquei um pouco sem graça. Ela era muito instável.

— Olha, eu peguei suas coisas, não chore.

— Estou muito assustada, estou chorando de nervoso — Ela retrucou e respirou fundo tentando se acalmar. — É a primeira vez que passo por essa situação.

Compreendi. Devia ser difícil para uma humana fraca como ela. Além da mente fraca, também tinha o físico medíocre.

— Não estou entendendo, mas então era um assalto — Falei compreensivo. — Isso pertence a você, certo?

— Sim — Ela secou suas lágrimas restantes. — Obrigada.

— O que é isso exatamente? — Afastei o objeto antes que ela o pegasse.

— Quase esqueci que você é maluco — Ela suspirou. — É um celular.

— E o que faz?

Aurora fez uma careta de desagrado. Ela se irritava mais facilmente que o meu pai às vezes.

— Faz tantas coisas que não tenho tempo para explicar, preciso ir para casa já está perigoso como acabamos de presenciar — Ela riu sem humor. — Obrigada por aparecer na hora certa.

— Eu não apareci, você me invocou.

— Eu não...

— Sim, invocou usando a marca que eu fiz em você — Eu a interrompi. — Você assinou o contrato.

— Que contrato? Você é maluco! Me devolva logo o celular, tenho que ir para casa.

Então seria assim, ela me usaria à vontade e depois seria irresponsável... Sinceramente, meu pai não sabia escolher servos.

— Não, a menos que me leve com você — Teimei.

— Nunca!

— Aurora, você é a pior serva que já conheci! Como pode deixar seu mestre desamparado!?

Aurora me olhou com tanta fúria que fiquei até surpreso. Ninguém me ousava me olhar assim além do meu pai.

Ela se aproximou e segurou minha camisa com força. Tentei não rir ao vê-la ficar na ponta dos pés para alcançar meu rosto, eu sabia como meu sorriso podia soar ofensivo às vezes.

— Escuta, Yanlie, eu não sou sua serva, entendeu? Você é muito bizarro e pode até me matar agora, mas se me chamar de serva novamente, eu juro que o entrego para a polícia.

— Olhe bem para o que está segurando, Aurora, você vê algum sangue? — Eu a provoquei e ela olhou para o meu corpo logo se afastando surpresa. — Eu tenho a inteligência bem acima da média e já percebi que o que aqueles bandidos usaram era altamente perigoso... Pareço capaz de ser ferido por algum humano?

— Eu ouvi os disparos... O que você é afinal? — Ela perguntou assustada.

— Eu já disse, eu sou um elfo eclipse.

Pensei que agora ela finalmente cairia em si. Mas ela apenas saiu correndo como uma louca.

Suspirei cansado, por que ela ainda tentava correr de alguém como eu? Até mesmo aqueles pedaços de metal que circulam pelas ruas eram incapazes de fugir de mim.

Fui atrás dela e a segurei pelo braço. Aurora tentou me afastar, mas não cedi, ela precisava ficar comigo, pois era a única coisa que fazia sentido para mim nesse universo caótico.

— Me solta! Você é um alienígena ou um demônio ou...

— Pare de gritar, eu sou um elfo!

— Me deixa em paz, eu quero ir para casa!

Assim que Aurora disse essas palavras, a sensação tão conhecida por mim me invadiu e logo nós estávamos nos teleportando para outro lugar.

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Comments

elenice ferreira

elenice ferreira

Jornada nas estrelas 🤣🤣🤣!

2024-08-23

1

Tania Loz

Tania Loz

e ❤ ❤ ❤ ❤ ❤ agora

2024-05-22

2

Reni Demetre

Reni Demetre

amo ♥️♥️♥️🫶🏼🫶🏼

2024-05-18

3

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1 Explicações
2 Capítulo Um
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11 Capítulo Dez
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