Capítulo Quatro

YANLIE

Depois que a humana desequilibrada foi embora, fiquei sozinho pensando no que fazer. Eu precisava descansar, mas não me sentia à vontade naquele ambiente.

Tentei mais algumas vezes invocar alguma magia dentro de mim, mas acabei amaldiçoando a pobre lua dos humanos, pois ela lembrava meu pai.

— Se estiver ouvindo isso, seu velho, eu juro que...

Me calei ao ver algumas sombras cobrirem a lua. Meu pai era louco ao ponto de ir até a Terra dos Humanos, que ele odiava, apenas para me dar uma lição.

Suspirei cansado e olhei para a porta que a garota tinha entrado... Talvez ela estivesse menos furiosa agora, eu poderia perguntar mais gentilmente onde posso encontrar um bom lugar para descansar. De preferência abaixo do sol.

Meu pai era muito esperto por me mandar quando a lua estava alta no céu. Ele sabia que eu usava apenas a magia da minha mãe, ou seja, sem o sol eu era quase um bebê elfo. Isso era ridículo, francamente.

— Me larga!

Fiz uma careta ao escutar o grito daquela humana. Parece que eu não era sua única vítima.

— Você não gosta de ficar no terraço? Estamos fazendo um favor para você — Escutei um garoto dizer.

Risadas ecoaram até que a porta se abriu revelando a garota parecendo muito assustada e três garotos a segurando agressivamente.

Eu não gostava desse tipo de coisa, mas ela era tão afrontosa que não me surpreendia alguém querer dar uma lição nela.

Mas como esses assuntos humanos não me interessavam, apenas passei por eles e fui em direção a porta.

— Garoto! Me ajude, por favor — A menina pediu para mim.

Eu a ignorei e continuei meu caminho. Ninguém mandou ela não me servir. Se ela fosse minha serva, eu certamente a protegeria.

— Quem é ele? Ele pode testemunhar por ela — Um deles disse num tom baixo.

— Ei, quem é você? — Outro perguntou e se aproximou de mim.

Respirei fundo e abri a porta ou tentei já que o garoto que se aproximou fechou a porta com força.

— Eu vou sair — Avisei.

— Quem você pensa que é para ficar no nosso terraço? — Ele questionou. Seu hálito cheirava a álcool. — Você é amigo dela?

— Por favor, não me deixe aqui sozinha — A garota pediu quase em prantos quando a olhei.

— Não — Respondi para o garoto e apontei para a mão dele que estava na porta. — Eu vou sair.

O garoto começou a rir assim como seus amigos, o que me irritou profundamente. Eu sabia contar piadas e dessa vez não tinha contado nenhuma.

— Escuta, não posso deixar você sair depois do que viu.

— Eu não vi nada, seus assuntos humanos não me importam.

— Você parece tranquilo, mas para reforçar... Batam nele — O garoto comandou seus dois parceiros.

Eu não queria brigar. Apesar de eu ser de fato um babaca, eu era um amante da paz na maior parte do tempo e não via necessidade em derramar sangue. Até porque não queria ser que nem meu pai que ameaçava matar qualquer ser que respirasse da forma que ele não achava correto.

— Eu vou ignorar isso em nome da paz — Sorri. — Vou sair, estou avisando mais uma vez.

— Quem você pensa que é!? — O garoto esbravejou fora de si provavelmente pelo álcool.

Vi seu braço levantar prestes a me dar um soco e desviei instintivamente. Porém, sua mão agarrou minha camisa a amassando no mesmo instante. Fiquei furioso. Como ele ousava tocar em mim!?

O garoto afastou sua mão ao sentir minha quente temperatura e eu sorri. Minha mãe teria que me perdoar, era legítima defesa.

— Às vezes é preciso deixar a minha posição de lado — Falei cansado. — Eu realmente não queria.

Ele me olhou estranho e eu soquei seu rosto o jogando contra a parede do prédio. O garoto caiu morto no mesmo instante.

Um dos amigos correu e conferiu o pulso do garoto. Pude ver suas mãos tremerem ao descobrir que seu amigo estava morto.

Pude sentir o cheiro de medo não só dos parceiros do garoto cadáver, mas também da garota. Me senti muito melhor, eu sabia que não deveria, minha mãe tinha me ensinado a ser dócil, mas era simplesmente fantástico matar às vezes.

— Agora eu que não posso deixar que vocês saiam — Falei num tom de falsa decepção.

— Por favor, não nos machuque!

— Agora vão começar a implorar — Comecei a rir. — Por que tentaram me impedir de sair? Agora que decidi ficar, vocês querem que eu vá?

— Ele é um psicopata, vocês se meteram com a pessoa errada — A garota disse.

Ela não parecia tão assustada assim. Interessante.

Me aproximei lentamente do garoto que ainda estava a segurando. Ele tentou se afastar, mas eu o segurei pelo pescoço e o torci. Fiz uma careta ao escutar o som dos ossos se quebrando.

— Você escutou isso? — Perguntei para a garota. — É muito desagradável.

— Eu não sou uma pessoa ruim, por favor, não...

— Não implore — Interrompi com irritação a garota. — Não implore nunca.

Ela assentiu assustada e eu sorri para ela satisfeito por ela finalmente estar atendendo as minhas ordens.

O garoto restante desmaiou antes que eu pudesse chegar perto. Mas isso não era um problema, apenas segurei sua cabeça e a bati com força no chão esmagando seu crânio.

Sangue começou a sujar o chão me deixando enojado.

— Ei, serva, você precisa limpar isso — Falei. Ela não respondeu, quando eu a olhei vi que ela estava desmaiada no chão. — Fala sério.

Respirei fundo. Humanos eram realmente fracos.

Deixei tudo como estava e peguei minha serva no colo. Não sabia para onde ir, mas sabia que teria que ser para longe, pois os humanos tinham seus próprios guardas reais... Como era mesmo?

Eu estava confuso, não tinha prestado atenção na lição sobre reinos. Só na lição sobre vampiros porque queria pegar uma vampira, infelizmente nunca consegui. Ser filho do Devlhan Raskin era difícil.

Escutei um barulho metálico vindo da menina e a apoiei no chão logo tateando seu corpo. Encontrei chaves e aquela moeda incomum.

— Por que tem a brasão do meu pai? — Sussurrei surpreso.

Eu lembrava de alguma história envolvendo meus pais e humanos, mas não conseguia lembrar qual era o envolvimento.

Bom, conhecendo meu pai certamente era algum contrato de servo-senhor, e meu pai era o senhor, obviamente.

— Vamos, serva gordinha — Eu a peguei em meus braços novamente. — Já sei onde podemos ficar.

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Comments

Tania Loz

Tania Loz

mistério 🙀 🙀 🙀

2024-05-21

1

Reni Demetre

Reni Demetre

❤️❤️❤️❤️

2024-05-18

3

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Capítulos
1 Explicações
2 Capítulo Um
3 Capítulo Dois
4 Capítulo Três
5 Capítulo Quatro
6 Capítulo Cinco
7 Capítulo Seis
8 Capítulo Sete
9 Capítulo Oito
10 Capítulo Nove
11 Capítulo Dez
12 Capítulo Onze
13 Capítulo Doze
14 Capítulo Treze
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16 Capítulo Quinze
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60 Capítulo Cinquenta e Nove
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