YANLIE
Aurora começou a gritar assim que me viu e eu fiquei confuso. Era assim que as garotas humanas sentiam tesão? Que situação estranha.
— Ei! Eu não vou cultivar o prazer com humanos, se recomponha — Eu a segui.
— Saia de perto de mim! — Ela gritou e jogou uma almofada do sofá em mim.
— Qual é o problema!?
— Você está nu, Yanlie, qual é o seu problema!? — Ela esbravejou ainda de olhos fechados.
— Ah... Minhas servas me veem assim direto — Dei de ombros. — De qualquer forma minhas roupas estão sujas, eu quero tomar banho.
— Eu não sou sua serva! E eu já disse que não temos nada a ver um com o outro!
— Eu salvei sua vida ontem, você não podia ser mais grata!?
— Minha vida!? Você ia me deixar se não tivesse sido ofendido!
— Mas eu a salvei hoje dos guardas da terra! — Argumentei.
— Você não me salvou, você se salvou, você que é o assassino, esqueceu!?
Ela tinha razão, mas não precisava saber disso. Respirei fundo muito irritado por ela complicar minha vida e voltei para o quarto para vestir pelo menos a minha calça.
— Yanlie? — Ela me chamou após o meu silêncio. — Yanlie, você foi embora?
Ri baixo enquanto assistia aquela coisinha estranha andar de olhos fechados e tatear o ar ao seu redor.
Caminhei silenciosamente até ela até ficar no seu alcance. Suas mãos esbarraram em mim e ela as recolheu parecendo assustada.
— Não brinque comigo, você está aí ou não?
Não respondi achando muito divertido ela ser tão burra. Ela estendeu a mão novamente parecendo hesitante. Sua palma encontrou o meu abdômen e ela ficou o tocando com uma expressão de curiosidade.
— É sua primeira vez com o gênero oposto? — Zombei.
Ela gritou e se afastou finalmente abrindo os olhos.
— Você está vestido, ainda bem.
— Decepcionada? — Continuei a provocando.
Ela fez umas careta de desagrado e eu sorri mais ainda quando a vi irritada.
— Sabe, Yanlie, eu já percebi que você é anormal, mas estou cogitando morrer apenas para não olhar para a sua cara.
Eu a olhei ofendido. Meu rosto era a coisa mais bela que ela veria vivendo nesse mundo medíocre que ela chamava de casa.
— Eu a proíbo de morrer, você tem que cumprir seu dever! — Falei irritado.
— Você é tão estranho, cara — Ela suspirou cansada. — Vamos fazer assim? Eu vou voltar a dormir, você vai embora e eu finjo que tudo isso foi um pesadelo.
— Tudo bem, eu vou embora — Concordei me irritando com a inutilidade dela. — Mas exijo um banho.
— Na minha outra vida eu devo ter sei lá, batido em idosos — Ela resmungou e então sorriu claramente com ironia. — Um banho e rua.
— De acordo.
Comecei a tirar minha calça novamente e ela me parou segurando minhas mãos. Seu corpo agora estava muito próximo ao meu e ela ficou me encarando fixamente.
— Você quer tirar para mim? — Perguntei confuso.
— Não! Não tire na minha frente — Ela se afastou com o rosto corado... O que significava isso?
— Você está ficando vermelha, é alguma doença humana?
— Não... Por que seus olhos mudam de cor?
— O que?
— Ontem estavam dourados e hoje estão prateados.
— Eu não vou responder, você não é minha serva então não tem direito de saber nada sobre mim — Cruzei os braços. — Mas serei misericordioso e deixarei você viver sabendo que seres como eu existem.
Na verdade era perigoso falar para ela que minhas íris estavam prateadas por causa do meu poder. Meu cultivo da luz estava fraco, quando estava em seu auge meus olhos ficavam dourados.
Já quando eu usava o cultivo das sombras, meus olhos ficavam tão negros quanto os do meu pai. Mas isso raramente acontecia, pois eu não dominava bem essa magia.
— Você falou bem agora, muito bem, eu não sou sua serva, saia da minha casa.
— Você me prometeu um banho e agora quer que eu saia!? Como você pode ser tão desonesta!?
— Eu sou humana, é natural que eu mude de opinião direto — Ela sorriu com sarcasmo. — Por que o ser superior não vai embora? Eu acho que o meu banheiro não está à sua altura.
— Eu não sou mesquinho.
— Até parece — Aurora riu baixo. — Aposto todo o meu salário que você é filho único.
Fiquei impressionado com os poderes de dedução dela. Todos os humanos tinham essa capacidade?
— Você acertou, parabéns, humana — Sorri em aprovação. — O que mais sabe sobre mim?
— Você é insuportável então deve ter sido expulso de casa.
— Incrível.
— Eu acertei!?
— Só a parte do expulso — Respondi num tom desagradável. — Já sei, acerte a minha idade.
Aurora me olhou de cima a baixo. Isso seria interessante.
— Você disse que eu deveria respeitar os mais velhos... — Ela lembrou novamente me impressionando, mas dessa vez com sua memória. — Você deve ter vinte... Vinte e dois?
— Você nem se esforçou dessa vez — Falei entediado. — Eu claramente tenho mais que mil e oitocentos anos.
— O que!?
— Eu tenho dois mil anos.
— Você... Não, sério, de que manicômio você veio!?
— O que é tão absurdo!? Qual é a sua idade?
— Dezoito anos.
Dezoito... Ela era superdotada!? Como ela podia ser mais inteligente do que eu!?
— Impossível, eu aprendi a falar com sessenta anos e você já está na escola!? Não, eu não acredito.
Eu sabia que ela era uma universitária. Eu havia lido os livros que ela tinha em uma estante em seu quarto. Pela primeira vez tive que ler por vontade própria para descobrir informações sobre a serva.
— Sessenta... Anos... — Ela piscou forte. — Tudo bem, já chega, você toma seu banho, vai embora e eu volto para o mundo das pessoas mentalmente estáveis.
Ela me puxou pelo braço e me guiou para o cômodo que eu presumi ser um banheiro. Porém, não vi nenhuma banheira ou piscina.
— Onde eu tomo banho?
— No chuveiro — Ela me olhou e então revirou os olhos ao ver minha cara confusa. — Não sei porque eu ainda respondo...
Aurora me puxou para dentro de uma espécie de salinha de vidro. Fiquei observando seus movimentos. Ela mexeu em algo na parede e de repente uma cachoeira de minúsculas gotas começaram a cair de um... Um...
— O que é isso? — Apontei para o objeto.
— O chuveiro.
— Ah... Muito interessante.
Estendi a mão para a água e fiquei surpreso ao sentir que estava quente. Como ela aqueceu sem magia? Que impressionante.
— Serva, você está me surpreendendo a cada segundo — Sorri empolgado. — Obrigado, você pode ir.
— Você disse "obrigado"? — Ela me olhou perplexa.
— Minha mãe disse que eu devo agradecer sempre que me ajudam, então sim, obrigado — Repeti educadamente. — Mas agora saia se não suporta me ver nu, se não for demais para os seus olhos mortais, você pode...
Aurora saiu correndo e fechou a porta do banheiro. Eu acabei rindo baixo e fui tomar meu banho naquela água mágica.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
elenice ferreira
tô rindo feito doida !" coisinhas" birrentas😂😅😂😅😂😅
2024-08-23
1
Lucilene Palheta
lindos juntos kkk hilários
2024-05-22
1
Tania Loz
tão fofos 🥰🥰🥰🥰🥰🥰
2024-05-22
1