Não sabia se aquilo era um sonho ou era fruto de minha longínqua imaginação, mesmo assim saltei para trás e examinei onde estava, no interior do apartamento, até aquele momento nada podia me revelar onde estava, ou de quem era aquele apartamento, foi quando andando pelo corredor, entrei em uma sala, era um escritório, muito bem equipado, nele havia duas mesas, um computador em uma delas, uma impressora além de vários livros de biologia. Sobre outra das mesa encontrei um porta retrato, quando olhei mais de perto tive que me sentar na cadeira, na foto estava um casal de crianças, na qual suspeitei que menina tivesse entre treze e quatorze anos e o menino entre nove e dez anos. Entre elas estava Eduardo.
Em meus pensamentos concretize que Eduardo tinha uma família, e muito bonita por assim dizer, as duas crianças eram muito parecidas com ele.
Ouvi o som de uma porta se abrir e depois se fechar, soltei o retrato no mesmo lugar que tinha o pegado e levantei da cadeira de um salto.
Quem havia entrado logo me chamou pelo nome. Permaneci exatamente onde estava, até que Eduardo entra pela porta do escritório soltando uma mochila sobre a mesa, logo dando a volta se aproximando de mim e puxando me pelo braço me dando um beijo e se sentando na cadeira.
Oque! O que tinha acontecido? Eduardo me beijou sem mais sem menos.
Mesmo assim permaneci calada e com os braços ao lado do corpo olhando para Eduardo sem conseguir pronunciar uma única palavra.
Eduardo retira da mochila um leptop e o abre sobre a mesa.
— Ligou pra seus pais para saber como está as crianças?
Só então consegui dizer uma palavra, e meio que gaguejando
— Crianças...!
— Sim. Flávia e Erick. Esqueceu de seus filhos?
Eduardo pergunta estalando os dedos e apontando para o porta retrato sobre a mesa.
— Sim. Quero dizer, ainda não... Pera!- Falo balançando a cabeça ainda confusa.— Não esqueci, e ainda não liguei.- Falo apalpando os bolsos a procura do celular.— Onde foi que deixei meu celular!- Completei tentando fazer com que Eduardo não percebesse que tinha caído de paraquedas em uma realidade que até então nunca tinha experimentando.
— Geralmente você o deixa do lado de seu computador em sua mesa.- Indica Eduardo para a outra mesa.— Você está bem?- Me perguntou Eduardo gentilmente.
— Sim, estou bem. Só um pouco cansada.
— Escreveu muito hoje?
O que a quelas perguntas queriam dizer?
—Como eu estou desligada.- Falei indo até a mesa para buscar o celular.
Quando dei a volta na mesa, reparei que sobre a impressora havia um monte de folhas. As verifiquei de preto para ver do que se tratava.
É claro, se estivesse checado a outra mesa antes do prota retrato, teria percebido, eu tinha me tornado uma escritora, assim como minha mãe.
Procurei o celular e o encontrei de baixo da algumas folhas, as quais estavam escritas a mão, cori os olhos mas minha curiosidade falou mais alto e tive que manusea-las para ler.
— Teve uma ideia? Posso deixar você sozinha se quiser?- pergunta Eduardo me vendo interessada nas folhas. Ao que parecia ser, era um romance, um romance escrito por mim, nem sabia que tinha o dom para escrever livros, principalmente do genro romance. Como poderia estar de frente com uma centena de folhas escritas por mim?
— Esse romance está lhe consumindo.- Diz Eduardo se levantando e vindo até mim.—Hoje é sexta-feira, que tal visitarmos seus pais durante o final de semana. Assim você bota as ideias no lugar, visitamos aos crianças, e eu aproveito para visitar alguns clientes.
Apenas o que consegui fazer, foi concordar com a ideia e deixar as folhas de lado sobre a mesa.
— O que você acha? As crianças podem ir para a quela fazenda que tanto gostam e você pode levar seus escritos para sua mãe lhe ajudar.
— Claro! Onde fica mesmo essa fazenda que disse? E porque exatamente as crianças gostam de ir visitá-la?- Pergunto.
— Bom. Fica a uns quinze minutos da chácara de seus pais, Erick gosta por conta dos tratores da fazenda, e Flávia gosta particularmente por conta dos cavalos. Deveria ver como ela já está montando bem.- Fala Eduardo com entusiasmo.
— Antes que me esqueça. Como foi seu trabalho?- Perguntei no intuito de saber o que Eduardo realmente fazia para sobreviver e aparentemente me sustentar. Pois parecia ficar mais em casa do que em outro lugar.
— Conturbado como sempre, acredita que recebi um lote de sementes de milho errado.
— Não diga! Como isso foi acontecer?
— Erro da empresa de manipulação, pedi um milho específico para silagem e me mandaram uma variedade para cultivo de grãos.
— E como vai ficar? A empresa irá aceitar a devolução?
— Lógico. Eles sabem que nessa época não tem saída para essa variedade.
— Mas não é qualquer milho que se pôde fazer silagem?
— Sim. Qual quer um, mas a variedades de milho própria para se fazer silagem, essas crescem rápido e podem chegar a dois metros de altura, proporcionando mais rendimento em um curto período de tempo.
Como suspeitava, o trabalho de Eduardo estava ligando ao agro ou algo parecido.
— Essa fazenda que você falou, oque exatamente ela produz?
— É uma fazenda leiteira Jeisa. Parece que passou por uma lavagem cerebral. Está esquecendo de coisas bobas hoje.
— Já conversamos sobre isso?
— Sobre o que? Meu trabalho?
Fiz um positivo com a cabeça.
—Quase todos os dias.- Fala Eduardo me encarando.
— Deve ser por conta desse livro, é muita coisa para passar por uma cabeça so .Vou prepara o jantar.
Falei apresando me para fora do escritório.
Assim que passei pela sala indo em direção a cozinha reparei que em uma prateleira que em outro porta retrato um certificado, um certificado de primeiro lugar em qualidade e atendimento. "Veterinária Brastec, primeiro lugar em atendimento e qualidade, prêmio dois mil e vinte e sete". Levei um susto ao ver de qual ano era. Nesse momento lembrei de meu celular em meu bolso, levei um susto ainda pior, a data em meu celular me dizia que eram sete horas da tarde do dia dezenove de maio de dois mil e vinte e oito. Isso significava que estava no futuro, exatamente cinco anos, segundo até onde me recordo estava vivendo a véspera do aniversário de Eduardo.
Caminhando pela sala reparei uma porta no final do corredor que estava entreaberta, ao invés de ir para a cozinha, avancei pelo pequeno corredor e entrei pela porta a direita do corredor. Talvez por coincidência acabei entrando no quarto principal, que ao ver um quadro sobre a cama de casal em que eu estava ao lado de Eduardo vestindo um belo vestido de noiva, soube que a quele quarto era o meu e de Eduardo.
Permaneci por alguns segundos olhando para o quadro e para a cama perfeitamente arrumada até que Eduardo interrompe meus desvaneios.
— Amor. Você está bem? Nunca vi você assim antes.
— Sim amor, estou bem.
Estava mentindo para mim mesma, até pouco tempo, estava deitada em coma sobre uma cama de hospital, e como um pase de mágica me encontrava em um quarto de frente para uma foto do que certamente retratava o dia em que me casei com a pessoa que amava.
— Não, você não está bem. O que está acontecendo?- Me pergunta Eduardo gentilmente me fazendo sentar na cama.
— Está tudo bem, só parece que estou vivendo em um sonho, um sonho do qual não pretendo.... HAi.-Meu grito foi mais de surpresa de que de dor pelo beliscão de Eduardo.
— Porque motivo, razão, circunstâncias me beliscou?- Indago massageando meu abdômen.
— Quem sabe acorde se estiver sonhando. Porque motivo, razão e circunstância acha que está sonhando?- Pergunta Eduardo colocando uma mecha de cabelo para trás de minha orelha com a mesma delicadeza que sempre teve comigo.
— Não quero parecer ingrata, mas não acredito que nos casamos e formamos uma família. Parece definitivamente um sonho.
— Quer outro beliscão!
— Não. Não será necessário, além disso se ficar com marcas roxas, vou falar que você me bateu.- Falei em tom descontraído.
— Em tão talvez eu prefira lhe fazer cócegas.- Dispara Eduardo pulando sobre mim fazendo com que caicemos sobre a cama. Minutos depois estávamos totalmente nus, nos beijando, sentindo nossos corpos se tocando em uma mistura de prazer e adrenalina, uma sensação que nunca tinha experimentando antes.
Nós deixamos levar até que o cansaço tomou conta de nós.
Eu estava exausta e preferi permanecer deitada, enquanto a Eduardo foi para o banheiro, ouvi a água que caía do chuveiro, a tentação de mergulhar com ele no banho era enorme, por algum motivo não conseguia mexer um músculo, não por conta do cansaço, simplesmente pelo fato de perceber que havia transado com o amor da minha vida, algo que nunca pensei que fosse possível, até então aquilo era uma coisa possível apenas em meus sonhos. E por falar em sonho, geralmente era nessa parte que eu acordava toda vez que tinha um sonho assim com Eduardo, mas dessa vez nada aconteceu, parecia ser realidade. Permaneci deitada na cama olhando para o teto. Ouvindo o som de carros lá fora. Coloquei a mão sobre meu peito para sentir meu coração, ele batia forte e acelerado.
Eduardo saiu do banheiro, só então sentei na cama olhando de cima a baixo seu corpo nú muito bem defenido, quando ele virou de costas para mim vi uma tatuagem em suas costas, primeiro era meu nome e depois o nome de nossos filhos.
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Atualizado até capítulo 30
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