Homem de Preto

Na manhã de quinta feira acordei com o pé esquerdo

Acordei com meus cabelos todos desgrenhados e cheios de nós, fui para a frente do espelho e comecei a passar uma escova de cabelo em algumas mechas.

Tudo estava indo muito bem até que pelo reflexo do espelho, reparei que em minhas costas se encontrava um homem muito magro, mais alto que eu de quase dois metros de altura, caucasiano o topo de sua cabeça era extremamente careca, suas têmporas eram cobertas por duas faixas de cabelo brancos como neve, as bochechas eram flácida e a pele coberta de manchas amareladas, o homem ainda vestia um terreno preto que deixava nítido um par de olhos fundos e pálpebra em um tom de cor escura.

Meu coração disparou, minha respiração passou de normal a ofegante mas ainda tive coragem de me virar para encarar o homem mas, o homem esquisito já havia desaparecido.

Voltei a escovar os cabelos, prestando a atenção em cada ponto do meu quarto onde o reflexo do espelho alcançava, estava quase desfazendo os últimos nós quando o espelho se embasa como uma nuvem de fumaça e passei a sentir um frio repentino. Calafrios tomaram meu corpo e meu coração voltou a bater forte parecendo que iria saltar do peito.

As luzes começaram a acender e apagar rapidamente, a porta do quarto bateu forte ao se fechar. Me virei para a porta e corri a te a porta tentando abri, em quanto tem tava, ouvi alguém chamar meu nome, com voz rouca, quem me chamava estava sussurrando, aquela voz não era de nenhum dos meus pais e também não vinha do corredor, e sim do interior do quarto.

Voltei meu olhar para ver quem me chamava e estremeci, era o homem vestindo aquele terreno preto, e agora estava parado em minha frente, olhando em meus olhos e eu olhando nos dele.

Minhas pernas, por mais que desse comando a elas se moverem não consegui, meu coração estava batendo muito mais forte mas não o sentia dentro do peito. A única coisa que eu conseguia ver eram seus olhos amarelo, em seus olhos não se encontrava outra cor a não ser um amarelo ocre.

Dei um passo para trás, encontrando a porta a minhas costas.

— Quem é você? O que você quer?- perguntei com voz trêmula.

O homem parado em minha frente parecia ser mudo e surdo ao mesmo tempo. Pareceu não ouvir minha pergunta e não abriu a boca.

Me virei para tentar abrir a porta outra vez e ouvi a voz de meu pai gritando meu nome no corredor, em seguida a de minha mãe.

A porta se abriu e meus pais entraram no quarto.

O homem já tinha ido embora ou ainda estava ali mas invisível.

— O que aconteceu?- quis saber minha mãe.

Tentei falar alguma coisa mas nem uma vírgula saiu de minha boca.

— Você está pálida Jeisa. Parece que viu um fantasma.- fala minha mãe.

— Sente-se aqui filha.- indica meu pai me colocando sentada na cadeira em frente ao computador.

Minha mãe vai até meu frigobar e me traz uma garrafa de água, bebi dois goles e me engasguei, meu pai me deu alguns papinhas nas costas.

— Ouvimos a porta bater, filha. O que aconteceu?- volta a perguntar minha mãe sentido minha temperatura com a mão em minha testa.

— Não sei dizer ao certo.- bebi outro gole de água.— Quando acordei e fui me arrumar tinha um homem aqui.

Meu pai abre as portas do guarda roupa e depois vai ao banheiro.

— Não tem ninguém aqui Jeisa, tá caducando ou vendo coisas?

— Nenhuma das duas.- retruquei .— Eu vi os olhos dele, ele era muito real.

— Não tem como alguém desaparecer.- comenta minha mãe já levando para o lado sarcástico.

— Vou perguntar a ele como ele faz isso quando eu o ver novamente.- rebati, depois tomando outro goleiro de água.

— Você está ardendo em febre, pode estar vendo coisas.- fala minha mãe voltando a sentir minha temperatura com a mão sobre minha testa.

— Não era melhor usar um termômetro?

— Engraçadinha você não Jeisa!- fala meu pai.

— Termine de se arrumar e desça para o café. Você também Ricardo!

Após ter tomado café, fui para o escritório e concentrei-me em alguns dos meus trabalhos para a faculdade.

A minha mãe precisou ir até à papelaria com o intuito de comprar uma remessa de folha A4 e tinta para a impressora.

Quanto ao meu pai, saíra para o trabalho numa oficina não muito longe de casa.

Na aquela quinta-feira estava de folga, eu trabalhava como agente de vendas numa imobiliária. Amanda quem me indicou para trabalhar na corretora de imóveis no centro de São Paulo a dois anos atrás.

Um trabalho que até então custeava a minha faculdade, uma prestação do meu carro por mês e sobrava algum cascalho para ajudar os meus pais nas despesas da casa, não tinha do que reclamar, faltavam ainda três anos para me formar em engenharia civil e o meu carro, um SW4 está parcialmente paga. Considerando que comprei num leilão de carros usados e, de duas semanas fazendo uma pequena reforma, o meu pai a colocou rodar perfeitamente.

Depois do almoço, voltei a fazer o que estava a fazer, as horas foram se passando, até que por voltas das seis horas fui até a garagem para colocar o carro para fora.

Lembro que deixei o carro na rua e voltei para casa, arrumei-me assim que voltei a entrar no carro os vidros embaçaram-se como o espelho do quarto. Não dei muita atenção, a não ser pelo fato de não estar a chover para que os vidros ficassem daquele jeito.

Liguei o ar condicionado do carro no modo gelado o que fez piorar a situação, mudei para o ar quente e pude ver através do para brisa do carro. Logo dei a partida e sai em marcha lenta pela rua.

Lembro de parar num semáforo que estava vermelho algumas quadras da minha casa. Lembro também de quando o semáforo mudar de vermelho para verde e de eu ter avançado.

Foi quando senti uma forte pancada que fez o meu corpo doer de cima a baixo e só consegui ver uma luz branca que ofuscou a minha visão, não sei se desmaiei por causa dessa luz ou pelo fato do meu corpo doer muito.

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