Capítulo 3: Kortac

KÖNIG

A sala de reuniões das Forças Especiais se desenha diante de mim, um cenário de neutralidade. As paredes exibem um tom neutro, banhadas por luzes discretas que iluminam o ambiente sem revelar mais do que necessário. A mesa de conferências é espaçosa, adornada com a mais recente tecnologia para apresentações seguras e comunicações.

Estou sentado, meu olhar focado na figura austera do meu superior militar. Ao meu redor, colegas franco-atiradores e soldados ocupam seus lugares, os rostos determinados refletindo a seriedade da missão que se desenha diante de nós. A atmosfera é carregada com a tensão compartilhada. Meu superior, com a voz firme, inicia os detalhes da missão. Suas palavras precisas ecoam na sala, delineando objetivos estratégicos, táticas a serem empregadas e possíveis obstáculos. Mapas estratégicos são projetados, revelando a geografia do desafio que teremos pela frente. O olhar atento de todos, capta cada detalhe, enquanto nos preparamos para uma empreitada que exigirá não apenas habilidade, mas também, atenção.

Ele para de falar assim que Willow levanta a mão, com uma clara dúvida.

— Quem precisaremos matar? – Ela indaga, revelando uma pergunta que todos pareciam fazer a eles mesmos.

Com um aceno de cabeça, a imagem no projetor em nossa frente muda, mostrando a imagem de um homem no auge dos seus trinta anos, talvez. Cabelos pretos, lisos que seguem até os ombros, óculos escuro e uma barba feita.

— Fazuelly de la Petté. Ele é um narcotraficante que está sendo procurado em mais de quinze, incluindo na Áustria. – Ele muda a imagem no projetor. — Parece que os seus negócios se intensificaram, pois agora ele ingressou no tráfico humano e prostituição de mulheres e crianças de países pobres.

Todos escutamos atentamente, pois já estamos acostumados a lidar com casos assim.

— A Task-force 141 já tentou encontrá-lo na Itália, seu país natal, mas aparentemente o homem nunca fica tempo demais num país só.

— E como vamos encontra-lo? – Carl pergunta.

— Recebi informações de uma pessoa infiltrada nos negócios de La Petté. Ele estará nos Estados Unidos por um motivo em questão.

Franzo o cenho quando a imagem muda para uma garota.

— S/n Sinclair. Uma cantora jovem que acabou de atingir a maioridade. Foi vendida a preço milionário para La Petté.

— De quantos milhões estamos falando?

— Duzentos e cinquenta milhões de euros, em espécie.

A notícia se espalha como fogo em um campo seco, agitando a sala de reuniões das Forças Especiais. O murmúrio torna-se uma sinfonia inquieta, cada soldado absorvendo a gravidade do que está por vir. Os olhares trocam expressões que variam entre a tensão e a determinação.

Eu sei, quando há muito dinheiro envolvido, isso significa que farão o possível e o impossível para ter a garota, mesmo que significasse custar as próprias vidas. Já lidei com gente assim antes e não irão parar até ter cada centavo que receberem desses milhões.

Meu superior, um ex-militar experiente, retoma a fala, sua voz firme cortando o murmúrio. Ele aprofunda os detalhes da missão:

— Não conseguiremos chegar perto de Fazuelly sem a garota. A usaremos como uma chave para conseguir atrai-lo.

— Ele não colocaria o pescoço dele na forca por causa de uma mulher. – Elmos fala. — Homens assim conseguem outras mulheres com um piscar de olhos, sendo virgem ou menor de idade, sendo velha ou prostituta. Mulher para eles são como mercadoria, vem fácil e vai fácil.

— Por isso mesmo que vamos compra-la também.

Elmos parece confusa, os outros presentes também.

— Trezentos milhões de euros. Garanti os fundos através da força tarefa e receberemos o suporte necessário. Todos querem a cabeça do de La Petté e isso não pode chegar a mídia Americana.

Elmos volta a se sentar, me lançando um olhar rápido.

— O responsável pela missão de ir atrás da Sinclair será König. Elmos e Neymar estarão lá para cobri-lo.

As palavras do ex-militar ecoam na sala, ecoando uma mistura de responsabilidade. Em meio ao burburinho contínuo, a atmosfera torna-se carregada com a compreensão coletiva de que cada decisão, cada ação, moldará o curso dessa missão crítica. A sala de reuniões, antes apenas um espaço, transforma-se em um palco onde a preparação se mistura com a tensão.

— Partiremos em uma semana, os detalhes descritivos serão acrescentadas amanhã de noite. Se preparem, e, König, preciso falar com você depois.

Assinto, enquanto ele termina de dar as últimas palavras antes de encerrar a reunião. Espero toda a sala ficar vazia para me levantar e seguir até à sua mesa.

— Você sabe que é o melhor franco-atirador da Kortac.

Me mantenho em silêncio.

— Precisamos que nada fique no nosso caminho. Essa é a única chance que temos em mãos para finalmente prender esse desgraçado depois de anos de dor de cabeça.

Escuto atentamente.

— Pegue a garota e a leve para o local que será indicado. Não vamos machuca-la e Fazuelly não tocará nela, mas ela é o nosso último ingresso para conseguir colocar um ponto final nisso. Não podemos pisar na bola.

Assinto. Essa missão não será problema para mim, e quando chegar o momento, eu mesmo irei torturar o de La Petté para extrair informações...

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