S/N
No escuro do estacionamento, os homens mascarados me cercaram, suas vozes abafadas pela máscara ecoando no silêncio nervoso. Discutiam entre si, a tensão pairando no ar.
— Tem certeza que é ela? — Um deles indaga.
— Absoluta. Precisamos ir. Agora!
A resistência pulsava em meu peito quando fui brutalmente arrastada em direção a uma van preta que estava camuflada entre a escuridão da estrada atrás da mansão e os postes sem luz para iluminar o ambiente. Minhas mãos tentavam desesperadamente se soltar, mas o punho firme do homem mascarado era como um grilhão implacável. Cada esforço parecia em vão contra a força que me mantinha cativa.
— Soltem-me! O que vocês querem? — Gritei quando a sua mão soltou a minha boca para abrir a porta de trás, enquanto os outros entravam e ajudavam a me arrastar para dentro do veículo, onde mais homens aguardavam, a única resposta era o aperto mais firme, o silêncio pesando sobre mim como um manto sinistro. — Socorro!
Lágrimas enchiam os meus olhos enquanto não tinha noção do que acontecia. Por que estavam me levando? Onde estão os meus pais?
Assim que a porta se fecha, eles colocam um capuz escuro na minha cabeça e uma mordaça na minha boca, enquanto sinto cordas grossas sendo amarradas nos meus pulsos e tornozelos, me privando da minha única forma de fuga.
O balanço da van ecoava em meus ouvidos enquanto permanecia amarrada, com um saco na cabeça e mergulhada na escuridão. Vozes indistintas preenchiam o ambiente, todas masculinas, uma cacofonia de línguas desconhecidas, incluindo o italiano. Minhas aulas limitadas pelo Duolingo do idioma permitiam apenas a compreensão parcial das conversas ao meu redor, me causando náuseas, medo.
Minutos, ou talvez horas, se passam. Enquanto já previa o pior para mim, rezando para que a minha família tivesse notado o meu desaparecimento e logo comunicado a polícia, eu não poderia perder as esperanças. Já vi alguns documentários sobre sequestros, e sei que em setenta e duas horas a polícia vira atrás, eu só preciso encontrar uma maneira de ganhar tempo.
Enquanto pensava, um impacto fez a van sacudir violentamente, meu corpo sendo arremessado contra as amarras. Os homens dentro do veículo ficam agitados, suas vozes misturando-se em um frenesi de confusão. O medo pulsa em meu peito enquanto grito abafado pelo saco na minha cabeça e a mordaça na minha boca, sem entender o que estava acontecendo. A van pareceu estacionar abruptamente, o silêncio tenso prevalecendo por um momento antes de ser quebrado pelo som de disparos. Meu coração disparou enquanto ouvia a porta sendo aberta, revelando sombras e o estampido distante de tiros.
Ouvia gritos, vozes, grunhidos e gente gemendo de dor, mas não conseguia distinguir nada do que estava acontecendo, pois tudo parecia uma bateria de surpresas que era ligada e desligada em instantes, me fazendo ter impulsos nervosos e ataques de ansiedade variados.
De repente, o silêncio que se estabeleceu era quase tangível, envolvendo-me em uma tensão palpável. Com mãos trêmulas, procurei encontrar uma brecha nas amarras que me mantinham prisioneira. A quietude era opressora, meu coração martelando no peito enquanto tentava decifrar o que havia acontecido.
Logo em seguida, a van se moveu, indicando a presença de alguém. Encolhida no canto, uma sensação de desespero começou a crescer quando percebi uma aproximação súbita. A certeza de que meu destino estava nas mãos de um desconhecido tomou conta de mim, a ansiedade atingindo seu ápice.
— Q-quem está aí? — Sussurro, assustada, com a minha voz vacilante no silêncio.
A incerteza pairava, mas a iminência de um encontro com mais sequestradores prenunciava uma reviravolta que eu temia não sobreviver. Mas como se o destino quisesse me contrariar, o saco preto é puxado da minha cabeça, mesmo com a vista falhando, me esforço ao máximo para me concentrar na minha visão.
Olho para frente, deixando os meus olhos capturarem algo que eu jamais vi na minha vida. Um homem está parado na minha frente, abaixado, seu rosto está coberto por um capuz escuro, assim, como toda a sua roupa, cujo parece ser farda de exercito ou algo do tipo. Seus olhos azuis me focavam com indiferença, mesmo que através deles, eu conseguisse enxergar sua alma, alma na qual parecia vazia, assim como a solidão deixada nas órbitas claras como as margens de um rio claro.
Ele levanta um faca, e meu corpo treme por inteiro, o medo de que ele me machuque me atinge com violência. No entanto, ele aproxima a faca e corta a corda dos meus pulsos, assim como as que prendiam os meus tornozelos. Levanto os dedos e retiro a mordaça da minha boca, enquanto vejo o mesmo se afastando.
— O-o que está acontecendo? Q-quem é você? — Indago, ainda receosa, com medo e um turbilhão de sentimentos negativos.
O desconhecido não responde. Eu o sigo, e quando saio da van, logo após ele, fico boquiaberta ao ver que o homem é gigante. Preciso olhar para cima para enxergar o seu rosto, mesmo que esteja coberto.
Pisco rapidamente.
— Ich habe das Mädchen gefunden. — Ele diz em outra língua, enquanto aperta o que parece ser um rádio de comunicação preso no uniforme em seu peito. — Soll ich sie zum Combopunkt bringen? (Eu encontrei a garota. Devo levá-la ao ponto de combinação?)
Uma leve garoa cai do céu, me fazendo estremecer com o frio da noite que abraça a minha pele de maneira agressiva, me tirando um suspiro enquanto vejo vapor saindo da minha boca quando respiro.
Assim que resolvo olhar em volta, arregalo os olhos ao perceber que os homens mascarados estão todos no chão, uma poça de sangue se forma em volta dos seus corpos enquanto eles não mexem um dedo sequer.
E-eles estão... Mortos?
A visão dos corpos dos homens espalhados pela rodovia deserta foi um choque silencioso. O enigma da noite se aprofundava, enquanto eu, agora livre, encarava a cena macabra.
Esse homem fez isso? Ele matou todos eles?
Enquanto o homem encapuzado fala pelo rápido, de costas para mim, começo a me afastar lentamente, colocando uma das mãos na boca, horrorizada. Ele definitivamente não é da polícia, tampouco algum segurança que a minha família pode ter contratado para me proteger.
Enquanto me afasto lentamente, tropeço nos meus saltos, me apoiando na lataria da van. Olho em volta, notando que a rodovia deserta em que estamos, corta uma floresta densa, fechada e escura. Sem hesitar, a adrenalina pulsando em minhas veias, rompi em disparada em direção às árvores. Cada passo era uma fuga precipitada, alimentada pelo instinto de sobrevivência. A floresta sombria, agora meu refúgio, prometia ocultar-me da incerteza e dos perigos que ainda poderiam perseguir-me na noite enigmática.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
《•°☆°•》
doulingo kakakq
2024-08-16
1
Milena Barbosa
mei deus ta muito boa a hisoriaaaaa/Angry/
2024-07-21
2