Dias atuais...
A felicidade era um sentimento que achava impossível de sentir novamente, mas com a chegada de Anne em minha vida, estava imensamente feliz, meu luto era agora apenas uma lembrança triste, o amor de Anne foi minha cura.
Era final da tarde e estava ansiosa pela partida de Charlotte. Desde o ocorrido na minha festa de aniversário, minha relação de amizade com ela estava meio que abalada, não gostei de como ela tratou Anne, e nem como ficou humilhando os meus empregados.
— Gostou da sua festa? — Ela pergunta.
— Sim, obrigado!
— Desde ontem percebi que tem me evitado. Está chateado comigo?
— Para ser sincero, sim. — respondo.
— E o motivo seria como tratei a sua empregada? — ela pergunta.
— Sim, não gostei do que fez!
— E os seus convidados não gostaram muito do que viram, acho que está exagerando em ficar chateado comigo devido a uma empregada que foi incompetente e não soube fazer direito o trabalho dela. — Ouvir ela falar assim de Anne me deixa irritado.
— Ela é perfeita em seu trabalho, não admito que fale assim dela! — Falo sério e ela franze a testa, demonstrando estar com raiva.
— Por que a defende tanto? Desse jeito, pensarei que está apaixonado por ela, e isso seria um absurdo!
— Absurdo Lady Charlotte é pensar que, por ser uma amiga, possa falar comigo dessa maneira. Sou um Duque, então tome cuidado com como dirige a palavra a mim.
— Perdão, realmente me excedi com minhas palavras, mas é que me preocupo com vossa graça, e tudo que faço é para cumprir com o desejo da nossa saudosa Isabel.
— Não preciso mais que cuide de mim, precisa viver sua vida, arrumar um marido e forma uma família. — falo e ela se aproxima.
— Eu não preciso de um marido, eu já tenho você, e se permitir posso te fazer feliz, eu o amo, amo com toda minha alma. — Ela diz com olhos lacrimejando.
— Já te disse que não posso casar com você, não a amo, e eu estou apaixonado por outra mulher, sinto muito.
— É a empregada?
— Preciso conversar com o rei, creio que quando voltar já terá partido, então, desde já lhe desejo uma boa viagem.— Falo ignorando sua pergunta.
— Eu não irei hoje, se não se importa, é claro, ficarei mais essa noite, e partirei amanhã bem cedo. Quero visitar a condessa Angelina.
— Tudo bem, agora preciso ir.
Saio e vou direto para a carruagem, no caminho fico ensaiando como contar ao rei sobre Anne.
— Eu não irei hoje, se não se importa, é claro, ficarei mais essa noite, e partirei amanhã bem cedo. Quero visitar a condessa Angelina.
— Tudo bem, agora preciso ir.
Saio e vou direto para a carruagem, no caminho fico ensaiando como contar ao rei sobre Anne.
— O rei não está nada bem, desde o baile, se encontra irritado, não come direito.
— Já mandou chamar o médico para examiná-lo ?
— Sim, o médico disse que ele só está muito estressado.— Rainha Afrodite fala.
Após conversar um pouco com a rainha, penso que agora não parece ser um bom momento para falar do meu assunto com o rei.
Rei Octaviano
— Vossa majestade.— Faço reverência.
— Querido sobrinho, como está? Como foi a festa? — Ele pergunta.
— Agradável, e o senhor, como está?
— Perturbado, e preciso desabafar com alguém de minha confiança. — Ele fala, passando as mãos sobre seus cabelos.
— O que está acontecendo? — Pergunto.
— Vamos fazer um passeio e te conto tudo.
Estávamos cavalgando sozinhos nos arredores do reino, suas expressões eram de raiva, como se tivesse lembrado de algo muito ruim.
— O que vou lhe contar tem que me jurar que guardará segredo. — Ele fala, me olhando sério.
— Sabe que sou leal ao senhor. — Digo.
— Vamos para aqui.
Descemos do cavalo e nos sentamos embaixo de uma árvore.
— Mandei que matasse a minha primeira esposa. — Ele confessa.
— A rainha Cecília, ela ficou doente, era muito pequeno, lembro-me dela grávida e depois não a vi mais, as criadas falavam que ela estava doente.
— Mandei que colocasse uma serpente na cama dela, enquanto ela dormia, e a serpente a mordeu, e no final ela não resistiu ao veneno, nem ela e nem a sua filha.
— Era uma menina? — Pergunto, lembrando de de alguns momentos da Cecília no jardim, seu rosto é como um borrão para mim.
— Nasceu uma menina, quando cheguei da viagem uns dias depois, disseram que a bebê havia morrido.
Sinto um mal-estar em ouvi-lo confessar sua maldade, como ele teve coragem de fazer isso?
— Mas, por que fez isso?
— Ela tinha um amante, e o bebê que carregava em seu ventre era fruto da sua infidelidade. — Ele fala com o semblante fechado.
— Mas, tio, havia muitas outras opções que não fossem matá-la, ainda, mas ela, estando grávida, a criança era inocente. — Digo.
— Estou contando para desabafar e não para me dar um sermão. — Ele me olha e vejo um ódio, raiva e escuridão.
Sinto que nunca conheci o rei, ele sempre foi a minha única família. Cuidava de mim como um pai, o meu pai, rei Arthur, morreu envenenado por um de seus servos. Minha mãe, na época, estava grávida de mim, ela entrou em uma depressão profunda e, mesmo depois do meu nascimento, ela não teve forças para sair da depressão, foi quando o meu tio Octaviano assumiu o trono.
No meu primeiro ano de vida, ela pulou da sacada do seu quarto, tirando a própria vida. Então, a única lembrança que tenho de minha infância, o único rosto de família que tenho, é do meu tio Octaviano, ele sempre fez o papel de um pai, cuidou de mim e me preparou para um dia ser rei.
— Não estou lhe dando um sermão, mas acho que devia ter deixado que o povo julgasse a rainha e decidisse o destino dela.
— Assim todos saberiam que fui traído, e minha honra, onde ficaria? — Ele fala.
— Mas por que agora isso o perturba? — Pergunto.
— No dia do baile, o fantasma dela apareceu, mesmo com uma máscara no rosto, era muito parecido, nunca me esquecerei da beleza e formosura de Cecília, e aquela mulher no baile era idêntica a ela.
— Que mulher?
— A que estava acompanhando o Lorde Luigi. — Quando ele fala, sinto meu coração disparar, talvez seja coincidência e o rei poderia estar um pouco bêbado, Anne não pode parecer com a Cecília.
— Se a matou, não tem como ela estar viva, e, além disso, hoje ela estaria muito mais velha.
— Mas e a filha? Quando cheguei, já haviam enterrado a bebê.
— Deve ser apenas alguém parecido com ela. Aquela moça é prima do lorde Luigi, não tem como ela ser a filha da rainha Cecília.
— Tem certeza?
— Sim, tenho, ele a apresentou.
— Ouvir isso deixa-me aliviado.
Após retornar ao castelo e despedir do rei, volto às pressas para o meu palácio. Não pode ser, Anne não pode ser filha da rainha Cecília, eu não estou em paz sabendo do segredo do meu tio e com essa possibilidade de Anne ser a filha de Cecília.
Preciso investigar e descobrir a verdade sobre, talvez seja só coincidência.Saber disso agora me perturba e, sabendo da capacidade do meu tio de ter matado a própria esposa, me preocupa. E se Anne for realmente filha de Cecília?
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Cleide Almeida
Isso Charles investigue é descobrirá a vdd e impedi a maldade do rei
2024-12-15
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Analú
Acho q matou os pais de Charles tb. para ser o Rei
2025-02-22
0
Dirléia
Nossa! Mudou tudo, achei q ela fosse filha do rei.
2024-12-02
0