Era mais uma manhã em que a rainha Cecília acordava se sentindo mal, uma de suas damas de compainha, percebendo que seu mal-estar era constante, a perguntou:
— Minha senhora, quer que chame o médico?
— Não precisa, eu ficarei bem.
— Posso dizer o que penso desse seu mal-estar, minha senhora? — Dama de compainha pergunta.
— Sim, pode.
— Acho que a senhora está grávida.
Quando ouviu a sua dama de companhia proferir aquelas palavras, Cecília logo se preocupa. E agora? Ela sabia que, se estivesse grávida, o filho com toda certeza não era do rei, pois já havia meses que eles não se encontravam no quarto real.
— Mande buscar o médico agora mesmo! — Cecília ordena.
Enquanto esperava o médico, Cecília pensava numa escapatória para ela e o seu bebê se realmente ela estivesse grávida.
Após examinar bem Cecília, o velho médico abre um gentil sorriso e diz:
— Vamos ter um bebê real, a vossa excelência está grávida.
O coração de Cecília dispara, um misto de emoções entre alegria e medo toma conta de si, e, como havia pensado, ela põe o seu plano em prática.
— Tem certeza, doutor?
— Sim, não há dúvidas.
— Então farei um comunicado!
Com a sua sabedoria, Cecília manda carta para o rei e para todos os reinos mais próximos avisando que o Rei Octaviano teria um herdeiro.
Sabendo que o rei demoraria a voltar, era o tempo que ela precisava para planejar sua fuga e encontrar com o seu verdadeiro amor.
Naquele dia, não se falava em outro, coisa em todo o reino, todos vibravam com a notícia.
A gravidez havia se complicado e Cecília precisava ficar de repouso, então sua fuga se daria depois do parto.
Por outro lado, passando três meses, a carta da rainha chega às mãos do rei, que se encontra a milhões de quilômetros de distância, sentido o gosto amargo da notícia, pois na carta sua rainha conta a felicidade de todo o reino com a chegada de um novo herdeiro.
Ele sabia que aquele bebê não era dele, e que sim era fruto da infidelidade de sua rainha, mas agora todos pensavam que aquele bebê era um herdeiro da coroa, não ia permitir isso, e encontraria uma forma de acabar com a vida dos dois.
Cecília, em seu jardim, conversava com sua barriga que agora estava grande, chegando ao sexto mês de sua gestação. Ela estava atenta a tudo, pois sabia que de alguma forma o rei não deixaria aquilo passar, então ela mesma pedia a sua dama que preparasse as suas refeições.
— Tia Cecília, quero que o seu bebê seja um menino para brincar comigo. — O pequeno Duque Charles fala se aproximando.
— Sinto que será uma menina! — Cecília fala e o pequeno Duque faz uma cara de nojo.
— Por que fez essa cara?— Cecília faz a mesma careta imitando o pequeno Charles.
— Por que meninas são fracas e chatas?
— Diz isso agora que é apenas um menino de seis anos, mas quando crescer irá se apaixonar por uma menina e verá que somos indispensáveis na vida de vocês meninos.
— Eu não vou me apaixonar! — o pequeno Charles fala, demonstrando estar bravo, cruza os braços e vira o rosto para não olhar para Cecília, que riu e se divertiu com a birra do pequeno.
— Não disse por mal, perdoe-me, nem todos crescem e se apaixonam, talvez você seja um desses.
— Eu serei. — O pequeno diz, abrindo um sorriso.
Durante a sua viagem, o rei já planejava e uma ideia lhe veio, se a rainha falecesse dessa forma, ninguém suspeitaria, então ordenou que uma serpente fosse colocada no quarto de Cecília e pelo veneno do animal, a rainha com o seu bebê pereceria.
A ordem havia sido dada, Cecília não esperava. no seu final de gestação estava , quando em seu quarto descansava, por uma mordida da serpente foi envenenada, sentia o desespero e sabia que o seu fim chegava.
Por sorte, sua dama que lhe acompanhava de forma rápida, mandou chamar o médico e, enquanto isso, pediu que fizesse chás que ajudassem a adiantar o trabalho de parto.
Por um milagre, Cecília deu à luz, o médico deu lhe o antídoto do veneno, mas sabia que a pobre rainha não aguentaria muito tempo, talvez uma ou duas semanas.
Ainda fraca, mas com a força do amor que sentia por sua pequena que ao seu lado estava, pediu que sua dama escrevesse uma carta, e que a pequena menina fosse entregue a Francisco.
— Sei que não viverei por muito tempo, então entregue essa carta para Francisco. E diga a todos que a bebê morreu.
Assim fez, a sua dama, no meio da noite, saiu com a pequena Anne enrolada em panos, entrou em uma carroça e foi ao encontro de Francisco.
Dois dias de viagem, a dama de companhia chegou com a pequenina Anne ao vilarejo, batia na porta até que ela se abriu.
— Bom dia! Lembra de mim?
— É a dama de companhia da rainha Cecília? — Francisco diz meio incerto.
— Sim, me chamo Maria. E essa linda pequena é a sua filha. — Quando Maria mostra o pequeno rostinho angelical de Anne, Francisco se emocionou e, com lágrimas nos olhos, a pequena em seu colo pegou.
Maria contou a Francisco tudo que havia acontecido ele chorou como uma criança, com duas cartas e a pequena Anne em seu colo. Ele não fazia ideia do que fazer.
Ele chorava com a pequena em seu colo, sabia que sozinho não conseguiria, então no outro dia se mudou para outro vilarejo, para a casa de sua irmã Mercedes, que o ajudou a cuidar da pequena Anne.
No reino de Octaviano, ele ia até o quarto de sua odiada e amada rainha, quando a viu deitada na cama, pálida e com lábios rachados se sentiu aliviado.
Cecília estava falecendo, ele mandou que buscasse sua família para lhe dar um último adeus.
Quando a rainha Vitória chegou ao castelo do rei e viu sua linda e jovem filha naquela situação, rasgou suas vestes, ela puxava seus próprios cabelos, tamanho era seu desespero, deitou ao lado da filha e abraçou.
— Minha linda princesa, eu te amo.
— Mamãe… sua… neta…
— Eu sei, minha filha, ela morreu. Agora descansa, meu amor. — A rainha fala.
— Não… Ela se chama… Anne. — A voz fraca de Cecília quase não sai. Mas a rainha pensava que sua filha está em delírio da morte.
— Não fala mais, minha filha, descansa, eu estou aqui, meu amor. — A rainha fala com Cecília, agora deitada com a cabeça sobre o seu colo.
Ela afaga os cabelos de sua filha enquanto lágrimas caem, molhando seu rosto.
— Anne… Viva, mamãe… não é filha do rei. — E essas foram as últimas palavras de Cecília. A rainha Vitória chorou muito por sua filha.
Mas, após se acalmar, aquilo que Cecília havia dito a intrigou. Ela entendeu que o que sua filha disse, mas será mesmo que a menina estava viva? Sua filha podia estar em delírio.
Mas, se for verdade e ela tem uma neta, uma princesa como Cecília.
Maria, a dama de companhia de Cecília, foi surpreendida pelos guardas do rei, que a prenderam e a levaram até ele.
— Por que não estava aqui quando cheguei?
— Vossa alteza… é… fui enterrar a menina.
— Como ousa enterrar a minha filha? Onde Enterrou?
— Só estava obedecendo às ordens da minha rainha, ela disse estar sofrendo demais e me pediu que enterrasse a menina imediatamente. — Maria falava tropeçando em suas palavras.
— Está mentindo! Me diga onde está a menina?
— Eu a enterrei perto do campo de rosas senhor, como pediu a minha senhora. — Maria fala já com lágrimas nos olhos.
O rei juntamente com seus guardas foram levados ao suposto local onde Maria disse ter enterrado a menina Anne, mas o rei sentia o cheiro da mentira nas suas palavras e pediu que cavassem o local e nada ali tinha.
— Sua mentirosa, a menina está viva! Onde está minha filha?
— Não é sua filha! E aquela pequena não terá mesmo fim de sua mãe! — Maria fala determinada.
Maria foi executada sem clemência, e o rei Octaviano sabia que, em algum lugar com o seu pai, a menina estava.
Cinco anos depois...
Era uma pequena e sapeca menina, com seus lindos olhos verdes como de sua mãe, os cabelos que pareciam fios de ouro, chamava a atenção de todos no vilarejo.
Era a única criança com aquela cor de pele e cabelos, muitos até questionavam se Francisco não havia roubado a menina.
Francisco havia aberto apenas uma das cartas, mas a outra não teve coragem de abrir, então apenas a guardou em uma caixa.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Erlete Rodrigues
ele vai querer matar ela ⁉️⁉️⁉️⁉️
2024-12-02
0
Vanda Farias de Oliveira
será que o rei vai querer matar a Anne
2024-11-29
0
Viviane De Fátima de Souza
É um livro maravilhoso autora,Deus abençoe
2024-11-04
7