Ele se abaixa mesmo com o olhar de todos sobre nós.
— Anne, eu sinto muito, vem, irei acompanhá-la até o seu quarto. — Ele fala, me ajudando a levantar.
— Não precisa vossa graça, eu vou sozinha. — Digo.
— As pessoas estão olhando Charles, não é bom que um Duque dê tanta atenção a uma empregada. — Lady Charlotte fala, pegando no braço do Charles.
Lady Charlotte
— Ela não é apenas uma empregada, Lady Charlotte, agora por favor solte o meu braço.
Ela solta o braço dele e olha-me com um olhar maligno.
— Pode deixar que ajudo Anne, senhor Duque. Aproveite sua festa, seus convidados estão esperando.— Alfredo fala, se aproximando de nós.
— Não se preocupe comigo, eu vou com Alfredo. — Digo.
— O Alfredo tem razão, é a sua festa, tenho certeza de que Anne ficará bem com Alfredo. — Lady Charlotte fala, exalando sua falsidade.
— Tudo bem. — Ele fala, e olha para mim, mesmo sem dizer uma palavra, sei que o seu olhar me diz que mais tarde nos veremos.
Quando chegamos no meu quarto, o Alfredo olha para mim.
— Querida Anne, sei que você e o Duque têm sentimentos um pelo outro, eu nunca o vi olhar assim para uma mulher nem mesmo para nossa falecida duquesa. Mas isso não dará certo, você é apenas uma empregada, e o rei não aceitará que a futura rainha seja uma plebéia.
— Alfredo, amo o Charles e sei que ele também me ama, não é justo que duas pessoas que se amam tenham que abdicar do amor que sentem.
— Eu sei, mas o mundo não é justo, porque se fosse todos viveríamos iguais. Ele será um excelente rei e, se insistir nesse sentimento, a nossa Coroa perderá o sucessor, pois o rei atual não tem herdeiros. Charles será o próximo rei, e infelizmente você não poderá ser a rainha. — As palavras do Alfredo partem ainda mais o meu coração.
As lágrimas molham meu rosto, e sei que eu seria muito egoísta se insistir em querer ficar com o Charles.
Quando o Alfredo sai, após algum tempo, a minha tia Mercedes vem até o meu quarto.
— Anne, o que foi aquela cena no salão de festas?
— Que cena, tia?
— Eu vi, aliás, não só eu, mas todos ali, percebeu como você e o Duque se olhavam. O que está acontecendo entre vocês?
— Nada, tia, o que poderia acontecer?
— Eu não sou boba, Anne, dava para ver que vocês têm algum sentimento. E é melhor que acabe com isso, porque nessa história você será a única que sairá ferida.
— Amo ele, tia, amo que chega doer aqui. — Falo apontando para o meu coração.
— Minha querida, eu sei que ama, mas isso é uma loucura, é um amor impossível.
— Não é tia, Charles, falará com o rei.
— Isso não dará certo, minha querida, eu já testemunhei uma história parecida com essa antes.
— Como assim, tia?
— Nada, foi há muito tempo. Agora preciso voltar. — Ela fala e sai, me deixando intrigada.
No meu quarto, sozinha, um turbilhão de pensamentos invade a minha mente. Lembro do que a Lady Charlotte falou sobre o Charles pedir em casamento, será isso verdade? Mas ele me defendeu, ou será que ela sabe de nós e falou aquilo para me provocar?
Como queria o meu papai aqui comigo, ele com certeza me daria sábios conselhos.
Lembrando de meu pai, vou até o armário pegar a camisa dele que trouxe comigo. Quando abro, vejo a caixa que encontrei no dia em que vim para o palácio.
— Fiquei tão entretida que havia me esquecido dessa caixa. — Falo comigo mesma.
Movida pela curiosidade, me sento na cama com a velha caixa na mão, dentro tem um diário, um colar e uma carta com selo.
— Mas, por que meu pai nunca abriu essa carta?
O pai que me perdoe, mas bisbilhotarei essa carta.
Meu querido, quando receber essa carta, provavelmente eu já tenha perecido, quero que saiba que diariamente sonho com você e nossa linda Anne. Meu coração sangra por não poder estar com vocês, e tudo o que eu mais queria agora era poder ver vocês, esse é meu último desejo, poder segurar minha linda menina em meus braços uma última vez, poder abraçá-la.
Por favor, a mantenha sempre em segurança e longe do rei, não permita que ele descubra que ela sobreviveu, e mais uma vez perdoe-me, perdoe-me por ser uma covarde, mas escolher vocês seria uma guerra entre o meu pai e o meu marido, seria uma quebra na aliança entre eles. Te amarei até o meu último fôlego de vida, com todo meu amor, para sempre, sua Cecília.
Termino de ler aquela carta com lágrimas nos olhos, aquela letra era da minha mãe, a minha mãe era rainha? E de onde? Perguntas sem respostas são tudo que tenho agora, nunca soube nada de minha mãe, tudo que sei é que ela faleceu após o parto.
Isso foi o que sempre me disseram, mas agora, lendo essa carta, percebo que meu pai mentiu, e saber disso me dói, e para piorar, ele nem está aqui para me dar uma explicação.
E esse diário? Aqui deve ter mais informações, preciso conseguir abri-lo. E esse colar? Será que era dela? Quero saber mais, eu preciso saber mais sobre minha mãe.
Ouço batidas na porta, pego todas as coisas e coloco na caixa novamente, e guardo no armário. Me ajeito e abro a porta.
— Você veio. — Falo sorrindo para ele.
Ele entra e coloca a caixa que trouxe com ele em cima da cama, depois me abraça forte, beija o topo da minha cabeça.
— Fiquei preocupado com você, está bem?
— Sim, estou.
— A Lady Charlotte passou dos limites, isso não vai mais se repetir, perdoe-me por todo constrangimento que ela a fez passar.
— Não tem que pedir perdão, ela é uma chata, me fez trabalhar como uma escrava. Era o tempo todo: mocinha, isso não está limpo, mocinha, vá fazer isso, mocinha, vá fazer aquilo. — Falo imitando ela e ele sorrir.
— Ela não fará mais isso, deixei claro para ela que aqui é o meu palácio e que, apesar de ser minha amiga, não tem o direito de maltratar nenhum de meus empregados.
— Ela disse que em breve você a pedirá em casamento. — Falo e ele olha surpreso.
— Eu? De onde ela tirou essa história, eu não sei, mas isso está fora de cogitação. A única que quero é você, e eu não vejo a hora de tê-la como minha esposa. — Ele fala, acariciando o meu rosto.
— Eu te amo, e eu tenho um presente para você, meu duque. — Falo depositando um beijo em seus lábios.
Depois pego o quadro que pintei e dou a ele. Ele abriu o embrulho e olha impressionado.
— Ficou perfeito, você é muito talentosa! Obrigado!
— Você é perfeito. — Falo.
— E esse é meu presente para você. — Ele fala, me entregando a caixa.
Abro e tem uma linda caixinha de música, com uma bailarina em cima.
— É lindo, obrigada!
— Abre a caixinha. — Ele fala, e só então percebo que a caixinha de música tem botão, aperto e ela destrava e consigo abrir. Dentro tem um lindo anel solitário com diamante.
Ele pega o anel e se ajoelha.
— Quer ser a minha duquesa? — Ele perguntou, pegando-me de surpresa.
— Está me pedindo em casamento? — Pergunto.
— Sim, quer casar comigo?
— Eu aceito, mas e o rei? Já conversou com ele?
— Ainda não, mas independente do que ele disser, já decidi que quero você para ser minha esposa.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Francisca Nubia Da Silva De Castro
Nossa, ela é neta do rei, uma princesa....gente, eu acho que essa tal cobra charlotte foi qiem matou a esposa do duque...
2025-02-03
2
Marcia Cristina Carneiro
31/01/25/
2025-02-01
0
Alice Miesse
agora sim melhorou
2025-01-29
0