Saudade do meu Duque

Eu não sabia o que era aquilo que ele estava fazendo, mas aquilo parecia a chave para libertar aquela agonia que se formava na minha parte íntima toda vez que o Duque me beijava de uma forma mais intensa.

Ele movimentava os seus dedos ali e, como mágica, como uma explosão de fogo de artifícios, o meu corpo explodi em sensações que eu nunca havia sentido antes. E caramba! isso é muito bom!

Passadas aquelas sensações maravilhosas, me sentia envergonhada e não queria abrir os olhos, pois estava morrendo de vergonha do Charles. Ele tocou na minha intimidade, e eu deixei e agora?  

— Anne, olha para mim…

Cubro meu rosto com as mãos.

— Estou com vergonha. 

— Não precisa ter vergonha, somos adultos, e isso é normal. Você gostou? — Ele pergunta. 

Se eu gostei? Amei e por mim ele faria isso em mim todos os dias! 

— Anne… — Ele fala, tirando minhas mãos do rosto, e então abro os olhos e o vejo com sorriso tão lindo.

— Nada é tão lindo quanto você chegando ao ápice. — Ele fala e me beija.

Depois que saí do escritório do Charles, fui para o meu quarto e coloquei a rosa em um copo com água, e segui direto para a cozinha. A tia Mercedes me olha curiosamente, erguendo uma de suas sobrancelhas, ela me encara.

— O que foi, tia? — Pergunto.

— Você está diferente, o que o Duque queria com você? 

— Ai, tia, ele… é assim, eu fiz uma coisa e ele não gostou, chato como ele é, queria me dar uns sermões. — Minto, e me sinto mal por isso, mais como vou contar o que de fato está acontecendo? Ela me mataria.

— Você está mentindo, e eu vou descobrir o que a senhorita está aprontando. — Ela fala, apontando com os dois dedos para os olhos dela e depois para mim.

— Vou buscar ovos no galinheiro. — Falo arrumando um jeito de escapar dali.

Entro no galinheiro com o cesto, e as galinhas ficam todas agitadas. 

— Calma, senhoras galinhas, eu só vim pegar um pouco de ovos emprestados. — Falo enquanto as espanto do ninho.

Uma delas bica minha mão.

— Você é mal criada, só por isso vou chamá-la de Lady Charlotte. — Falo e acho engraçado, já imaginou se a Lady descobri que nesse galinheiro tem uma galinha com o nome dela?

— Você está aí, Anne. — Dulce entra no galinheiro.

— Dulce, bom dia!

— Bom dia! Estou curiosa para saber como foi o baile, e essa cara de felicidade aí? — Ela pergunta.

— Vou levar esses ovos e vamos até o meu quarto e te confessarei alguns segredos. — Preciso falar com alguém, e eu só tenho a Dulce para contar meus segredos.

Já no meu quarto, ela deita-se em minha cama enquanto conto a ela como foi o baile, e depois conto sobre o Duque. Ela leva as mãos à boca, surpresa.

— Anne, isso é como nos contos de fada, mais será possível esse amor? 

— Ele disse que já fez a escolha dele e que não abrirá mão do nosso amor.

— Ah, que lindo, quem diria hein, o senhor Duque apaixonou-se por sua empregada, isso é emocionante. — Ela fala. 

— Agora que sabe de tudo, por favor, guarde bem o meu segredo, até que o Duque converse com o rei, ninguém mais poderá saber.

— Serei um baú trancado a sete chaves. — Ela fingiu trancar a boca com sua mão.

— Agora vamos antes que a tia Mercedes nos pegue aqui sem fazer nada.

Duas semanas depois…

O Charles e eu estávamos cada vez mais próximos, e cada dia que se passava estávamos ainda mais apaixonados. 

— Não quero ficar longe de você — falo, abraçando-o bem forte.

— Eu não demoro, vai passar muito rápido e logo estarei de volta.

— Eu te amo.

— Eu também te amo. — Me despeço dele.

Ele monta no cavalo e volta para o palácio, após um tempo monto no meu e vou também para o palácio. Cada dia que passa, está mais difícil esconder nossos sentimentos, é difícil estarmos no mesmo ambiente e fingir desinteresse, quando, na verdade, queremos estar juntos o tempo todo. 

 Sempre nos encontramos aqui na cabana, temos cúmplices, Dulce e o Mathias, que cuida dos cavalos. Por falar em cavalo, o Charles me deu um, o Valente, ele é lindo, é um mesclado com branco e marrom.

Por enquanto, só o Mathias e a Dulce, sabem que o valente é meu. 

As semanas haviam passado eu estava ansiosa para vê-lo, estou com muitas saudades que chegam a doer o coração.  Como queria ele aqui para me abraçar, beijar e sentir o maravilhoso prazer de sentir seus lábios no meu.

— Anne, vá arrumar o quarto de hóspedes. — Tia Mercedes entra em meu quarto.

— Quem virá, tia? 

— Como é curiosa… Mas é a Lady Charlotte, ela virá para preparar uma festa surpresa para o Duque. 

— É o aniversário do Charles? 

— Charles? 

— Eu disse Charles? — Pergunto para tentar reverter a situação. 

— Sim. Ouvir muito bem você dizer, Charles.

— Não percebi, mas sabe que para mim é difícil ter que me referir aos outros com essa formalidade. Fui criada num vilarejo de pessoas humildes e lá sempre nos tratamos como irmãos. — Invento uma desculpa, não parecendo muito convencida, ela me olha estreitando os olhos. Mas não diz mais nada.

— Anda, logo vai arrumar o quarto de hóspedes, e sim, é o aniversário do Duque. 

Arrumarei o quarto da tal Charlotte, essa mulher não perderá tempo e ficará o tempo todo grudada no Charles, igual a carrapato em cavalo, e eu nem poderei reclamar. 

Enquanto arrumava o quarto para a Charlotte, eu pensava no que dar de presente para Charles, até me surgir uma ideia.

Estava finalizando quando ela entrou no quarto. Pela primeira vez, eu estava frente a frente com a minha rival, ela me olha com desdém, ela tem uma cara de quem acabou de pisar em cocô de cachorro.

— Boa tarde, senhora. — A cumprimento.

— Falarei com Charles para substituir você, é muito lerda, já era para esse quarto estar arrumado. — Ela fala ríspida.

— Perdão, senhora, da próxima vez serei mais ágil. — Falo e ela ergue uma de suas sobrancelhas e me encara.

— Esta tudo bem, senhora? 

— Pensei já a ter visto em algum lugar, mas deve ter sido aqui mesmo.

— Sim, senhora, com certeza foi aqui. — Digo, acho que ela me reconheceu do baile, foi a única vez que nos vimos.

— Agora saia, quero ficar sozinha, mande que me prepare um chá de ervas mistas.

— Agora mesmo senhora, com licença.

Saio daquele quarto tão nervosa, quem essa mulher pensa que é para tratar as pessoas assim. 

— “Falarei para o Charles substituir você” — imito ela enquanto vou para a cozinha.

— Nojenta!

— Quem é nojenta, senhorita Anne? — Alfredo pergunta, me assustando.

— Aí, Alfredo, às vezes penso que você é uma alma penada, surge do nada. — Falo pondo a mão no peito.

— Não respondeu à minha pergunta…

— Você ouviu nojenta? 

— Sim, ouvir.

— Alfredo está escutando mal, deve ser a idade, eu disse: não aguento! Porque estou muito cansada.

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Comments

Mariane

Mariane

kkkkk caraa, eu morro de rir com elaaa, meus Deus esse é livro é maravilhosooo

2025-02-10

1

Marcia Cristina Carneiro

Marcia Cristina Carneiro

concordo plenamente com VC colega esse baú tá demorando pra ser aberto 31/01/25/

2025-02-01

0

Lourdes

Lourdes

Filha do rei? Acho a mulher traiu ele com o pai de Anne

2025-01-27

0

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