Tenho a sensação de que estou muito enrolada, gatinho danado, olha no que me meteu!
Engulo em seco quando sinto que esbarrei nele, sinto um frio na barriga e meu corpo fica como uma rocha imóvel.
Vendo que não me movo, ele se põe na minha frente me olhando com aqueles frios olhos azuis.
_Não me ouviu? O que faz aqui?
Respiro fundo antes de responder.
_ Vossa graça._ Falo fazendo reverência.
_ Estou esperando, diga o que faz aqui?_ Ele pergunta, mas uma vez, seus olhos parecem ver até minha alma.
_ Tem um gato senhor, embaixo da cama, ouvir um barulho estranho… é, na verdade, vim limpar o quarto, a Lara esta doente então me ofereci para ajudá-la, e foi quando ouvir um barulho pensei que fosse um fantasma, só que era um gatinho, e ele esta ali._ Falo apontando para debaixo da cama, atropelando as palavras de tão nervosa que estou.
Ele me observa por um tempo, o gatinho sai de debaixo da cama e roça em minha perna, olhamos em simultâneo para o gato.
_Pegue o gato!_ Ele me ordena e assim eu faço.
_ Agora saia, e não entre mais aqui.
Faço reverência e saio dali às pressas.
_ Viu como ele é? Um grosso! E você, o que faz aqui? Está com fome?_ Converso com o gatinho.
Após alimentar o gatinho, fico com pena de mandar ele ir embora, e como eu não tenho nenhum animalzinho aqui, acho que não haverá problemas se eu ficar com ele.
_ Veremos se você é macho ou fêmea. _ Falo virando-o para ver e é um macho.
_ Você é branquinho, tem olhos azuis, se importa se eu te dar o nome de Duque? _ Pergunto e ele, parecendo me entender, solta um miado e roça a cabeça na minha mão.
_ Então, o seu nome será Duque! Agora fique aqui que preciso voltar ao trabalho.
Espero que o Duque Charles não descubra que dei ao gato o nome de “Duque”. O gatinho se parece com ele, mas com a diferença que o gatinho é carinhoso, ao contrário do Duque, o qual é um amargurado rancoroso.
Uma semana depois…
Almoçava na cozinha com o restante dos empregados. Quando Alfredo veio a mando do Duque me chamar.
_ O que aprontou Anne?
_ Nada, tia, juro que não fiz nada.
Ela me olha com olhos cerrados.
_ Juro, não aprontei mais nada, e depois o Duque me deixou ficar com o gatinho aqui, só tive que trocar o nome do gato.
Três dias depois que adotei o gatinho, ele escapou e foi dormir na cama do Duque com o Duque.
Quase morri do coração quando a tia Mercedes apareceu com o Levado, com a cara carrancuda, e disse que o Duque queria me ver.
Ele parecia que ia me matar, segurei o riso quando ele disse: quase tive um ataque do coração quando acordei com aquele gato dormindo ao meu lado!
E eu, burra, falei: perdão, vossa graça, isso não mais se repetirá, encontrarei um dono para o Duque.
Ele falou: Duque? O gato se chama Duque?
Minha alma havia saído do corpo quando ele me perguntou me encarando com seriedade e pensei: agora ele me mandará embora do palácio. Mas fiz uma cara triste e vi o semblante dele se suavizar e depois ele disse: pode ficar com o gato, mas não o chame de Duque e não o quero ver em meus aposentos. Mudei o nome do gato para Levado.
Agora me pergunto: O que será que ele quer comigo? O Levado não foi mais para os aposentos dele, estou fazendo meu trabalho direitinho.
Dei leves batidas na porta de seu escritório.
_ Entre!_ Sua voz grave ecoou do lado de dentro.
Entrei e fiz reverência, o cumprimentando e ficando de pé perto da porta.
_ Se aproxime!_ Ele fala enquanto escreve numa folha.
Me aproximo e fico parada de frente à mesa dele.
_ Os materiais de pintura chegaram, vamos a um lugar onde quero que faça o meu quadro._ Ele fala.
_Sim, senhor._ Falo, com meu coração alegre, não via a hora de pegar nos pincéis e começar a pintar, eu amo, me faz sentir mais próxima do meu pai.
_Só terminarei de assinar esses papéis e vamos.
Fico de pé esperando, ele para por um momento e olha-me.
_ Se acomode. _ Ele aponta para a cadeira e então sento.
Nunca estive assim tão próxima de um homem, tão bonito, sua pele parece macia, dá vontade de tocá-la.
Vejo a facilidade com que ele escreve no papel.
_ Sabe escrever e ler? _ Ele pergunta.
_ Sim.
As jovens e mulheres, mas pobres, não sabem ler e escrever. Mas o meu pai sempre me deu a liberdade, então aprendi a ler, escrever, montar a cavalo e nadar. Também sem manejar muito bem uma espada.
Meu pai dizia: precisa aprender de tudo um pouco, um dia poderá precisar de cada coisa que lhe ensino. Ele sempre me preparou para a vida como se soubesse que ia morrer e me deixaria sozinha.
Essas lembranças me formam um nó na garganta, seguro minhas lágrimas, não quero que esse Duque arrogante me veja chorar.
_ Está tudo bem? _ Ele pergunta.
_. Sim, senhor.
_ Agora vamos!
Entramos na carruagem, sento-me de frente para ele, que está sempre olhando pela janela, seu olhar perdido, por um momento ele parece bem triste.
A carruagem para e descemos, é um lugar magnífico, é lindo, nem nos meus sonhos havia visto um lugar como esse, uma cachoeira linda, tem uma cabana e atrás da cabana um lindo campo de lavandas, o cheiro ali é maravilhoso. Aquele lugar é como um carinho na alma.
Após um de seus empregados deixar os materiais na cabana, ele os dispensa, ficando ali apenas nós dois.
_ Esse lugar é muito bonito!_ Comento.
_ Sim, fazia muito tempo que não… Vamos ao que interessa._ Ele ia dizer algo, mas desistiu.
Quando ele me pediu para pintar um quadro dele, imaginei que seria no palácio, mas por algum motivo ele quer que seja aqui, nesse lugar simples e bonito.
Ele pede para eu esperar do lado de fora da cabana, fica por um tempo lá e depois aparece vestido como um camponês.
Penso comigo: esse Duque parece não bater bem da cabeça.
_ Por que está me encarando? _ Ele pergunta.
_ É... é que não imaginei que quisesse um quadro seu vestido assim._ Falo.
_ Já tenho muitos quadros vestidos como um Duque, e você está aqui para fazer uma pintura, não fique especulando sobre as minhas vestes!_ Ele fala seriamente.
Engulo em seco a vontade de mandar ele para o inferno.
Ele se posiciona com um machado como se estivesse cortando a lenha.Sua camisa está com os três primeiros botoes abertos, dá para ver um pouco do seu peitoral, o que me chama atenção de uma forma que nunca senti antes.
Não achando que a pose dele está boa, vou até lá para ajudá-lo.
_ Fique um pouco mais assim._ Falo tocando o braço dele, as veias saltadas do seu braço demostra força.
Ele encara para minha mão, depois olha nos meus olhos, meu coração acelera com ele me encarando, fico tensa, me afasto rapidamente e vou para detrás da tela onde começo pintar.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Bel
História é leve, rindo muito com a Anne.
2025-04-09
0
Bel
Kkkkkkk,ela não tem medo do perigo não
2025-04-09
0
Deborah Lopes
ela é a filha do rei desaparecida
2025-01-25
0