Eu não entendia muito bem o que estava sentindo, era tudo muito novo para mim, algo me dizia que eu estava arrumando um grande problema e que devia sair correndo dali.
Mas o meu corpo não me obedecia, ele queria ficar ali, a minha boca queria ser beijada pela primeira vez por ele, então só me deixei levar por aquele momento, fechei os meus olhos, esperando ansiosa para sentir os seus lábios.
Sinto a sua respiração bem próxima, meu coração parece que pulará para fora do peito, ele passa o seu nariz no meu e aquele carinho é tão gostoso, ainda de olhos fechados, sinto seus lábios encostarem como raio de luz nos meus e, do mesmo modo, se afastar. Abro os olhos e ele está de pé e com a cabeça baixa. Me pergunto: É assim que se beija? Pensei que fosse diferente.
— Perdão, não posso beijá-la, isso seria uma loucura._ Ele fala ainda de costas para mim.
—Então isso não foi um beijo? — Pergunto e não sei qual motivo dá graça, mas ele começar a rir sem parar.
—Por que está rindo? _ Pergunto.
— Achei engraçado, você realmente não sabe como é um beijo ?
—Se soubesse, não estava parecendo uma boba para o senhor._ Falo irritada quando percebo que ele ri de mim.
— Não fique com raiva, não estou rindo por maldade, é que foi engraçado pensar que aquilo foi um beijo._ Ele tenta se explicar.
Se aproxima de mim e olha nos meus olhos.
— Anne, você é linda e muito atraente, mas eu não posso beijá-la, sou um Duque e você…
— Sei quem sou, senhor, e realmente o senhor não deveria nem pensar em me beijar.
Falo sentindo-me triste, não sei dizer bem, mas uma frustração, em saber que sou apenas isso, a empregada do Duque, quem limpa os quartos, e seria loucura sonhar ou imaginar que um dia poderia ser mais que isso, seria algo impossível de acontecer.
— Esta triste? — Ele pergunta.
— Não, por que estaria? Ai, meu Deus, você pensa que estou triste por você não querer me beijar? — Comento com desdém, pois jamais daria a ele o prazer de saber a verdade, que sim queria ser beijada por ele, e que os olhos dele me deixam hipnotizada.
— E não está? — Ele pergunta.
— Não! Nem um pingo! Não me importo.
— Mentirosa, seu corpo, sua respiração, tudo me prova o quanto queria ser beijada por mim. — Ele fala todo convencido, eu queria xingar ele, mandar ele ir à merda, como eu queria ser alguém da nobreza só para fazer isso.
Estava prestes a responder a ele, mas a carruagem surgiu bem naquele exato momento.
Ele me ajuda a entrar, e em seguida, se acomoda. Fico ansiosa para chegarmos logo e me manter bem longe dele, fico tão ansiosa que nem percebi estar mordendo o lábio como sempre faço até ele me dizer.
— Para de fazer isso! — Ele fala, tocando em meus lábios.
— Estou ansiosa, quero chegar logo. — Falo.
— Você fazendo isso dentro desse lugar pequeno onde está apenas nos dois, fica difícil manter o meu juízo no lugar.
Olho para ele e depois dou de ombros e fito meu olhar na paisagem lá fora. Sinto o olhar dele sobre mim, mas finjo não perceber.
Quando chegamos ao palácio, ele me ajuda a descer da carruagem, estabanada do jeito que sou, acabo me desequilibrado e ele me segura firme pela cintura, me impedindo de cair.
Ele demora tempo demais com suas mãos pousadas sobre mim, quando percebeu o olhar dos empregados, ele me soltou rapidamente.
— Tenha cuidado ou da próxima a deixarei cair no chão. — Ele fala sério e passa por mim,
Fico ali parada olhando ele ir para o seu palácio, gotas de chuva começa a cair em mim, e eu amo a chuva, me faz lembrar da minha feliz infância com meu pai, em tempos chuvosos ele me contava histórias de princesas, e eu sempre me imaginava sendo uma princesa, fecho meus olhos e deixo aquela chuva lavar minha alma.
Fico ali um bom tempo de olhos fechados, sentindo a sensação boa das gotas de chuvas sobre minha pele, até o Alfredo interromper o momento.
— Senhorita, saia da chuva ou vai adoecer.
— Não tem problema nenhum, Alfredo, a chuva está tão boa que não me importo se vou ficar doente depois.
— O senhor Duque me pediu para tirá-la da chuva. — Ele fala.
— Diga ao senhor Duque que não precisa se preocupar comigo, porque só saio daqui depois que essa chuva passar. — Falo e começo a pular feito uma criança.
— Por favor, senhorita Anne, ele está nos observando. — Ele fala e só então o vejo na janela.
— Eu não vou, Alfredo, é a uma das coisas de que mais gosto na vida, tomar banho de chuva, e você devia aproveitar também.
Ele, vendo que não conseguirá me convencer, volta para o palácio. Continuo ali rodando de braços abertos.
— Papai, eu te amo, queria que estivesse aqui. — Falo olhando para o céu.
— Quer ficar doente? — O Duque fala, surpreendendo-me, tirando completamente da minha conexão com a chuva.
— Não se preocupe comigo, vossa graça, sou apenas uma empregada, e fique tranquilo que mesmo doente cuidarei dos meus afazeres.
— Acha mesmo que me importo com seus afazeres? Acha mesmo que estou aqui debaixo de chuva porque a minha preocupação é você ficar doente e não poder trabalhar?
— Sim, é o que penso ser. — Falo.
Ele se aproxima de mim e surpreende-me, jogando-me sobre os seus ombros e indo em direção ao palácio.
— O que os outros empregados vão dizer? Me solta!
— Não dirão nada, estão todos ocupados, e o único que sabe que estou aqui é o Alfredo.
— Me coloque no chão!
— Não! Até estarmos lá dentro. — Ele fala e continua andando.
Começo a rir alto da situação.
— Não tem nada de engraçado nisso!
— Tem, sim, o senhor um Duque carregando sobre os ombros uma empregada. — Falo entre gargalhadas.
Ele dá um tapa em minha bunda, me assustando e minhas gargalhadas se vão na hora.
— O que você fez? — Pergunto.
— É uma garota levada, seu pai deve não ter lhe dado umas boas palmadas.
— Ele nunca precisou. E o senhor deve se comportar como um Duque. — Falo.
— Você não me deixa me comportar como um, você está me enlouquecendo. — Ele fala, me colocando no chão, empurrando-me contra a parede, ficando bem próximo a mim.
Sinto meu coração descompensar quando vejo seus olhos azuis me encarando daquela forma, me fazendo me sentir despida. Ele se aproxima do meu rosto, colando sua testa na minha. A vontade que tenho é de grudar os lábios nos meus, sentir os seus lábios nos meus e me entregar a isso que estou sentindo.
Sabe quando você está com vontade de comer algo específico e, por mais que como outras coisas, não se sente saciado, você precisa exatamente daquilo? É assim que me sinto com relação ao Duque, sinto essas coisas que são tão estranhas para mim, e sinto que só ele pode saciar tudo isso que sinto.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Cleidilene Silva
ansiosa demais pra saber o que tem no baú.
2025-01-16
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Célia Moraes
o que tem nesse baú, deve ser o segredo de vc quem ela é
2025-04-06
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Alice Miesse
Eita está começando ficar bom 😃
2025-01-29
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