Capítulo 20 . A limonada.

Pitucha evita Sérgio e Sílvio a semana toda ficando o tempo todo com Senhor George, colocou na sua cabeça que está lá para trabalhar, nada, além disso, mesmo que seu coração quase pare ao ver Sérgio mesmo de longe. Ficou a saber por George que Angela foi noiva de Sérgio e separaram-se por vontade dela, que na época Sérgio ficou muito triste e não teve mais nenhum relacionamento sério depois dela.

Evitar Sílvio não foi difícil, ele tem saído cedo para trabalhar e quando volta ela já está de saída.

Vê Sérgio trabalhando ao longe, sem camisa, o seu corpo reage ao se lembrar do beijo. Uma tarde enquanto o seu George tirava um cochilo, Dona Dalva pede-lhe para levar uma limonada para Sérgio que está trabalhando, ele já colocou a estufa para funcionar e está a preparar novas mudas de café. Pitucha pensa em inventar algo e não ir mais poderia a deixar desconfiada e seria pior. Vai, seu coração já começa bater mais acelerado, entra na estufa e fica admirada com a mudança, não há somente mudas de café mas também vários tipos de plantas e hortaliças, algumas germinando e outras já verdinhas, Sérgio está ao fundo misturando terra a alguns produtos, não a vê chegar.

Pitucha: — Sérgio!? Dona Dalva mandou-te um refresco.

Os olhos de Sérgio brilham ao ver Pitucha ali. Ela enche um copo com o refresco e se aproxima dele. Sérgio tira as suas luvas, o chapéu e pega as mãos de Pitucha com o copo.

Sérgio: — Pitucha! — Sorri — será que poderia ouvir a minha explicação para o que viu?

Pitucha: — Não tem que me explicar nada… é a sua vida…

Sérgio: — A minha vida! Se soubesse como você deu sentido a minha vida... Ana Paula, eu não consigo tirar você daqui do meu peito — coloca a mão dela — sinta como o meu coração acelera ao se toque! Eu queria que soubesse que eu nunca, nunca senti isso por mulher nenhuma.

Pitucha: — E Angela...

Sérgio: — Já fomos noivos, no passado, agora somos amigos, nada mais que isso.

Pitucha: — Não está a mentir para mim, está? Não suporto mentiras ou ser feita de boba.

Sérgio se aproxima dela, retira o copo das suas mãos o colocando de lado, segura o seu rosto delicadamente: — Acho que morreria se não tocasse os seus lábios de novo! Estou viciado...

Sérgio inicia a beijar os cantos dos seus lábios, afaga com os polegares a sua orelha e nuca, beija a sua face, seus olhos, mordisca o seu lábio inferior a deixando desejosa do beijo, quando se apossa dos seus lábios ela já está ansiosa o correspondendo com paixão. Pitucha toca o seu peito o acariciando, ele desce as suas mãos a puxando para si, o beijo se intensifica, ele explora a sua boca com a língua, a invade ávido, sedento. Pitucha sente um calor subir-lhe, o coração parece que vai explodir, sobe as suas mãos uma até sua nuca acariciando os seus cabelos, a outra para suas costas o apertando contra si. Sérgio a levanta a sentando sobre a bancada da estufa, se encaixa entre as suas pernas descendo os seus beijos pela pele macia do seu pescoço, mordisca a sua orelha a fazendo gemer o seu nome.

As mãos de Sérgio descem pelas suas costas enquanto beija novamente os seus lábios com ardor, as mãos fortes acham caminho entre a sua camiseta subindo e descendo pelas suas costas. Pitucha sente o desejo tocar-lhe a intimidade mesmo sobre a calça, e isso a faz ficar úmida, pulsante, desejosa... Ela tem medo de continuar e, ao mesmo tempo não quer que ele pare, nunca sentiu nada parecido.

Sérgio faz um esforço gigantesco para se separar dela: — Você tira a minha razão! — encosta a sua testa na dela — Estou viciado nesses lábios! — dá-lhe um selinho — Ana Paula, Pitucha quer ser minha namorada?

Pitucha: — Namorada?! — sorri.

Sérgio: — Namorada, noiva, mulher... Quero tudo com você.

Pitucha: — Só tem uma coisa... - desce da bancada.

Sérgio: — Tudo que pedir! - sorri.

Pitucha: — Aqui no nosso trabalho não…

Sérgio: — Está bem. Tenho que te falar...

Marcelo aparece: — Ana, papai acordou e está chamando você!

Pitucha pega o copo: — Já estou indo. - Sai apressada.

Marcelo olha para Sérgio: — Atrapalhei algo?

Sérgio: — O quê acha?! Já que está aqui porque não me ajuda!?

Marcelo: — Sérgio, posso fazer-lhe uma pergunta?

Sérgio: — O quê foi? Fez algo errado? Estou a estranhar você ter voltado para fazenda.

Marcelo: — Não fiz nada. Você já se apaixonou?

Sérgio: — Já, muitas vezes. Mais amor... penso que só agora encontrei. Não vai dizer-me que está apaixonado por Mirtes??

Marcelo: — Não. Mirtes não! É outra pessoa...

Sérgio: — Não me diga que está apaixonado por Ana?!

Marcelo: — Não, é pela amiga dela, Rita.

Sérgio: — Mais Rita não é noiva de um dos irmãos de Ana?

Marcelo: — É. Eu beijei—a e ela não me sai mais da cabeça, durmo pensando nela, acordo pensando nela...

Sérgio: — Marcelo, você gosta mesmo de uma confusão né?! Me ajude e tente esquecer essa Rita se não quiser enfrentar os irmãos de Ana, já conheci um e garanto-lhe que tremi.

Marcelo passa a ajudar Sérgio a espera do sábado onde Rita voltará para trabalhar na fazenda, pretende conversar com ela e falar dos seus verdadeiros sentimentos, se ela quiser ele é capaz de enfrentar o mundo para ficar com ela.

Rita por sua vez passa a semana angustiada, com um aperto no coração, uma insegurança, coisas que nunca havia sentido, sonha com Marcelo a beijando, tocando o seu corpo, acorda febril, não tem vontade de ficar ao lado de Juca, agradece quando ele não aparece por estar cansado. No sábado de manhã está ansiosa, não vê a hora de ir para fazenda e rever Marcelo.

Quando Pitucha vai saindo para ir embora Sérgio a espera e disfarçadamente dá-lhe um selinho, diz que precisa falar com ela, a encontrará na quermesse, pediu a Pitucha para chamar Juca para conversarem sobre cavalos e para ele verificar se está tudo certo no estábulo, como ela havia dito Juca foi bem simpático e muito solícito, marcou com ele de irem sábado comprar alguns cavalos antes da quermesse.

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