Sílvio se levanta e volta para fazenda, não vai deixar Mirtes brincar com ele como antes. Encontra Pitucha conversando com o seu pai, lhe mostrando o seu cavalo, ela traz o cavalo até o seu pai que o acaricia, Sílvio nota que as suas mãos estão mais firmes, consegue a levantar com menos dificuldade e até segurar a clina do animal.
Pitucha: — Está vendo como ele é manso! O senhor sabe andar a cavalo?
George: — Andava há muitos anos, quando jovem. Eu nasci numa pequena fazenda.
Pitucha: — Eu sabia! Sabia ser dos nossos!
Sílvio: — E eu? Não poderia ser? " Um dos nossos?"
Pitucha: — O senhor Sílvio sabe andar a cavalo?
George: — Sílvio?! Nem nunca chegou perto de um! — ri.
Sílvio: — Nunca é tarde para aprender! — sorri se aproximando de Chico e fazendo-lhe carinho. — Só preciso que me ensinem. — Olha para Pitucha com admiração.
Marcelo, Marcos e Mirtes aparecem a brincar todos molhados, Marcelo dá um beijo no pai que reclama.
Mirtes: — Marcelo você disse que não tinha cavalos aqui! Quero dar uma volta!
Sílvio: — Esse é de Ana Paula! Não é da fazenda!
Marcelo: — Pai compre alguns cavalos, fazenda não é fazenda sem cavalos!
Sílvio: — Como se fosse fácil! Pra você é assim né! É só comprar! Você não muda hem Marcelo.
George: — Deixem disso! Vamos entrar Ana. Já estou cansado!
Pitucha notou que o clima entre os irmãos não é dos melhores, fez o que Senhor George lhe pediu. Os outros os seguiram em silêncio.
No almoço, Marcelo não perde a oportunidade de importunar Rita, cada vez que ela precisava passar perto dele, vinha com uma gracinha, uma passada de mão nos cabelos, uma encostada. Sérgio foi fazer companhia ao pai e Pitucha que estavam almoçando no quarto. Mirtes cada vez mais irritada pela falta de atenção dos irmãos Prates.
O pior de tudo é que Rita foi se sentindo estranha com as investidas dele, no fundo, estava até gostando, o seu namoro com Juca nunca teve essas sensações, cresceram juntos, não houve a conquista, a emoção, a atração, sempre foi tão calmo, leve, amigável.
Após almoçarem cada um da família Prates vai tirar uma soneca ficando Dona Cida, Pitucha e Rita encarregadas de arrumar tudo.
Sílvio toma um banho e vai até o hospital onde trabalhava conversar com os seus chefes, entregando o seu cargo, todos se entristecem por perder um excelente médico e desejam-lhe sorte. Sílvio encontra uma amiga de faculdade agora fisioterapeuta, Angela, ele a convida para ver o seu pai, conta-lhe da melhora nos seus movimentos e da esperança de um dia ele voltar a andar. Ela fica de começar as sessões com ele na próxima semana.
Marcelo não consegue dormir, a figura arredia de Rita não lhe sai da cabeça, sua carinha de inocente, seus cabelos longos... se levanta e vai a sua procura. Rita está na cozinha lavando louça, Pitucha e Dona Cida foram limpar a casa. Marcelo, sem fazer barulho se aproxima dela, cheira o seu gangote, e que cheiro diferente, puro. Rita se assusta e se vira, ficando a milímetros um do outro, Marcelo toca-lhe o rosto com delicadeza, os seus olhares se encontram, Rita fica enfeitiçada por aquele olhar e Marcelo sente uma onda tão forte invadir-lhe, uns lábios tão vermelhos, carnudos, naturais... não resiste e beija-lhe com ardor, com paixão e Rita mesmo tendo uma voz na cabeça dizendo "não" o seu corpo não a ouve e ela retribui o beijo com mesmo ardor. A atração é tão grande que chega a sufocar, a doer…
Rita! - Pitucha grita ao ver a noiva de seu irmão nos braços de um dos chefes: - Rita!
Os dois se soltam, Rita não sabe o que dizer ou fazer, ela correspondia ao beijo, Marcelo percebe o seu constrangimento, sente-se, por incrível que pareça, culpado, inconsequente.
Marcos chega na porta, Marcelo pisca-lhe: — Não disse que a beijaria ainda hoje!? - diz isso para evitar que Rita seja culpada por algo que ele provocou.
Rita fica pasma. Ele estava a brincar com ela de novo, beijá-la era só uma aposta, uma brincadeira. " Que riquinhos mais idiotas! Insensíveis, moleques!" - pensa. Sua vontade é lhe atirar a panela que está lavando.
Marcelo puxa Marcos pelo braço: — Venha! Explico-te depois.
Marcos: — Não acredito que você está dando em cima da empregada! Se bem que todas as duas são lindas! Pegaria as duas!
Marcelo não entende bem porque mais não gostou da insinuação de Marcos, volta para o quarto, o gosto dos lábios de Rita não lhe sai da cabeça, um sentimento novo lhe invade, se arrepende de ter brincado com ela.
Rita evita o restante do dia se encontrar com Marcelo e os seus primos, e de ficar a sós com Pitucha, não a consegue encarar, nem sabe o que lhe dizer, tem medo do que ela possa estar a pensar e o que dirá a Juca.
Elas adiantam tudo para o jantar e pedem a Dalva para irem embora antes que escureça. Rita vai à garupa de Pitucha, durante uma boa parte do caminho vão em silêncio.
Rita quebra o silêncio: — Pitucha!? Você entendeu que Senhor Marcelo brincava comigo? Que fui pega de surpresa!?
Pitucha: — O quê eu entendi não importa! O que importa é a sua reação e se o que aconteceu vai acabar magoando meu irmão.
Rita: — O quê aconteceu não teve importância nenhuma para mim, só me deixou com raiva. Juca não precisa ficar sabendo...
Pitucha: — Você que sabe. O que não quero é que Juca seja feito de bobo. E Rita, raiva já é um sentimento…
Rita: — Quer que eu não volte mais lá? Que arrume outra pessoa para ajudar?
Pitucha: — Eu não quero nada! E o que dirá a Juca? Ele vai estranhar você ir um dia e não querer voltar mais.
Rita: — Eu sei...
Pitucha: — Se não teve importância diga isso ao senhor Marcelo e esqueça o assunto, continue o seu trabalho como se não estivesse acontecido nada, eles devem ir embora em alguns dias.
Rita: — Está certa... — responde sem ânimo, com emoções contraditórias lhe corroendo o coração.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Helena Ribeiro
Será a Ritinha vai fugir com Marcelo, ela tá apaixonada por ele
2024-12-10
1
Lyllie J.
Não gostei disso não, Juca é um Homem e Marcelo um moleque.
2025-02-04
1
Valcicleia Ribeiro
coitado do Juca
2025-01-30
0