Capítulo 19 . Dando uma volta com Chico.

Com o coração na boca Pitucha entra apressada, Dona Dalva sorri-lhe despreocupando-a:— George é que já perguntou por você umas três vezes, ele está com a fisioterapeuta, se quiser pode ir vê-lo ele vai gostar de ver que chegou.

No quarto uma mulher muito bonita, com uma pele alva, cabelos negros, alta movimenta as pernas de George, testando os seus reflexos, assim que George a vê sorri.

George: — Pensei que não viria mais...

Pitucha brinca: — Sentiu a minha falta nê! Só me atrasei um pouco. — se aproxima dele que lhe dá a mão para segurar.

George: — Esta é Angela, uma amiga de Sílvio. Angela essa é Ana.

Angela olha-lhe e sorri: — Já ouvi falar muito de você. Tem feito um bom trabalho com senhor George, pelo que Sílvio me disse ele melhorou bastante com os seus cuidados.

"Amiga de Sílvio, será uma amiga como Mirtes?" Ela ensina alguns exercícios a Pitucha e lhe pede que continue o estimulando a tomar Sol, passear, sair do quarto.

Sérgio pede a Senhor João que peça para alguns trabalhadores limparem o reservatório e ligarem a água. Vai ao estábulo verificar como está tudo para poder colocar ali alguns cavalos, o seu pensamento está nos lábios macios e delicados de Ana Paula, tão doces como ela, na sua cintura fina, no cheiro da sua pele. O desejo que sentiu de beijar o seu pescoço, tocar a sua pele…

Não é mais nenhum garotinho, mais não consegue se controlar, o seu corpo reage só em pensar nela.

Sérgio já teve vários relacionamentos, alguns rápidos outros mais duradouros, mais nenhuma mulher mexeu tanto com ele assim. "Pitucha" menina mulher, suave e quente ao mesmo tempo, esperta, determinada como nenhuma outra que conheceu.

Sérgio se lembra que não lhe contou ser um Prates, precisa esclarecer isso antes que ela pense que ele brinca com ela. Resolve que vai fazer isso, entra na área da casa quando Angela sai, ela vem na sua direção com um sorriso nos lábios, o abraça com entusiasmo. Angela foi um dos seus relacionamentos mais longos, a conheceu através de Sílvio, chegaram a ficar noivos, mais o trabalho dela os separou, na época ficou triste, logo entendeu que não eram feitos um para o outro, ele não sabia que a fisioterapeuta que Sílvio disse vir, seria ela, fica sem ação quando a vê.

Angela: — Sérgio! A quanto tempo?!

Atrás de Angela Pitucha empurra a cadeira do seu pai, os dois os veem abraçados, o olhar que Pitucha lhe deu feriu a sua alma, antes que dissesse qualquer coisa Angela dá-lhe um selinho e sai a dizer tchau. Pitucha vira a cadeira para outro lado, lhe dando as costas." Ela deve pensar que saio beijando todo o mundo" - pensa.

O sangue de Pitucha ferve: "Será que todos os homens dessa fazenda são iguais? Não acredito que pensei que estivesse a gostar de mim de verdade!"

George: — Aconteceu algo Ana?

Ana: — Não houve nada! Por quê?

George: — Ana, já conheço até o jeito que empurra a cadeira, o que aflige esse seu coração? Não gosto de ver-lhe triste.

Ana: — Não é nada que valha a pena! Senhor George eu tive uma ideia! O senhor quer dar uma volta no Chico?

George: — Será que consigo?

Ana: — Eu coloquei a sela nele pensando nisso, se o senhor topar tenho tudo planejado.

George: — Me coloco nas suas mãos! — sorri empolgado.

Pitucha o leva até onde deixou Chico, coloca a cadeira na beirada da varanda, traz Chico e com um comando ele abaixa-se bem ao lado da cadeira, ela ajuda o seu George passar da cadeira para Chico e com outro comando Chico se levanta devagar. O sorriso no rosto de George diz tudo. Pitucha monta atrás dele e saem bem devagar.

Pitucha: — Acha que dá para darmos uma volta um pouco mais longe?

George: — É claro! Gostaria de ir até à cachoeira.

Pitucha guia o cavalo e bem devagar vão até lá, George se encanta com tudo, se sente vivo outra vez, e feliz.

Pitucha: — Dá próxima vez vamos trazer roupas de banho e vou o colocar na água.

George: — Promessa é dívida!

Sérgio vê o seu pai e Pitucha saindo a cavalo, chama a sua mãe para ver, Dalva fica emocionada, chora de felicidade.

Dalva: — Essa menina foi um anjo enviado para salvar o seu pai...

Marcelo não consegue se divertir como antes, tudo agora parece-lhe sem graça e fútil, os carinhos de Mirtes o deixam desconfortável, um peso na sua consciência por ter brincado com Rita. "Rita", tudo o faz lembrar de Rita." Rita não agiria assim", "Rita jamais faria isso" "Rita, Rita..."

Sai da festa onde estão, deixando Marcos e Mirtes lá, a companhia dos dois não o agrada tanto como antes, os risos altos e as bebidas não lhe empolgam e até o irritam, vai dormir pensando em Rita, assim que acorda pega algumas coisas e volta para a fazenda, sabe que Rita não estará lá mais dará um jeitinho de saber onde ela mora, precisa vê-la.

Quando chega na fazenda encontra a sua mãe e Sérgio olhando ao longe, não acredita quando eles lhe contam que o pai está a andar a cavalo.

Dalva: — Vamos fingir que não vimos senão o seu pai não vai querer ir mais.

Conhecendo o pai eles concordam, quando percebem que os dois voltam, Dalva volta para dentro com Marcelo e Sérgio aos seus afazeres, assim que tiver uma oportunidade vai explicar tudo a Pitucha, o que sente por ela não é apenas paixão ou desejo é muito maior...

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