Capítulo 11 . Primos.

Sílvio atende no plantão, houve um acidente de trânsito e a correria é grande, trabalha com atenção e disposição, é um excelente profissional mais não é o que almeja. Quer trabalhar onde conheça os seus pacientes, crie vínculos com eles... Uma ideia vem-lhe a cabeça, vai procurar saber sobre a cidade próxima à fazenda se precisam de um médico. Pensa também em abrir um consultório particular para atender os fazendeiros da região e seus funcionários.

Após o atendimento Sérgio pede o final de semana de folga, antes de ir para fazenda passa na pequena cidade de Santa Clara e para sua sorte a médico que atendia para câmara municipal aposentou-se e não encontraram ninguém para o substituir. A secretária de saúde o leva para conhecer o posto, diz-lhe que se aceitar o cargo fará uma reunião onde serão apresentados toda equipe de saúde da cidade. Sílvio fica muito feliz. É tudo que ele procurava.

O Trio, Marcelo, Marcos e Mirtes levam o resto da tarde para chegar a fazenda vão a parar pelo caminho, tomando todas, fazendo algazarra, chegam a se perderem, para eles tudo é alegria é farra, é emoção.

Chegam a fazenda rindo, falando alto, Marcelo beija e abraça a sua mãe que sente o cheiro de álcool no filho e o repreende mais ele não liga.

Marcelo: — Mamãezinha! E o velho? Como está?

Dalva: — Dormindo. Deixe-o descansar e vá você também tomar um banho. Cida mostrará os quartos a vocês.

Marcos e Mirtes elogiam tudo falando alto e a abraçando também, Sílvio chega e Mirtes corre ao seu encontro pendurado em seu pescoço.

Mirtes: — Primo querido! A quanto tempo hem?! Estava com saudades de você!

Sílvio tenta desenvencilhar-se dos seus braços, ela enche-o de beijos o que lhe deixa irritado.

Sílvio: — Os três estão a precisar de um banho frio, como vieram a dirigir desse jeito? Que falta de juízo!

Marcelo: — Estamos bem! Não aconteceu nada só estávamos nos divertindo. Vem Marcos, Mirtes, chegou o estraga prazer.

Dalva: — Deixa eles filho, são jovens, daqui a pouco sossegam.

Sílvio: - Acho que já passou da hora de criarem juízo!

Pitucha chega em casa com os irmãos. Não tem nada feito. Maura está na rede dormindo, Tião só olha para o irmão Toninho e ele já entende, vai conversar com Maura, Juca toma banho e vai para casa de Ritinha. Pitucha rapidamente adianta o jantar enquanto ouve a conversa entre o seu irmão e Maura.

Toninho: — Maura, porque não fez nada em casa? Disse-te que podia, que chegaríamos com fome...

Maura: - Meu bem, deitei-me aqui e esqueci da hora… — faz carinho nos cabelos de Toninho e dá-lhe um beijo caloroso, o fazendo esquecer do que ia dizer-lhe.

Toninho se deita com ela na rede e até se esquece que não estão sozinhos. Maura o acaricia de maneira sedutora puxando a sua cabeça para seu colo. Toninho não perde tempo, enfia as suas mãos por baixo do vestido dela…

Tião: — Antônio!! — diz com firmeza.

Os dois levam um susto tão grande que caem da rede, envergonhados saem a ajeitar as roupas e vão para o quarto.

Pitucha vê a cena da cozinha e não se aquenta de tanto rir. Tião ao vê-la rindo também ri, coisa rara de se ver.

Juca encontra Ritinha muito feliz por ir trabalhar e conseguir melhorar o seu enxoval, mais Juca não se sente confortável com isso.

Juca: — Tem certeza que precisa disso?

Ritinha: — Não está com ciúmes está? A sua irmã trabalha lá, não se preocupe querido, serão poucos dias.

Juca ainda não se sente seguro, mais não quer discutir com Ritinha e nem que ela o ache machista e ciumento, namoram há muito tempo e ela nunca lhe deu motivos para não confiar. Se conhecem desde criança, cresceram juntos e Juca sabia que um dia se casaria com ela.

Rita, de família humilde, filha única, cuida dos pais, por isso pediu a Juca para morar com eles, não conseguiria os deixar sozinhos.

Juca encantou-se por ela desde a primeira vez que a viu chegar a escola com o seu jeitinho tímido, branquinha com os cabelos negros, olhos expressivos. Ainda tem muito da menina que conheceu, mais o seu corpo se transformou, a menina magricela agora é uma linda mulher com curvas acentuadas, cabelos longos e lisos, lábios macios e rosados. Juca, José Carlos, também se transformou num homem muito bonito, carinhoso e gentil, a pele morena pelo trabalho ao Sol, corpo forte lapidado pelo trabalho duro, um coração de ouro. Rita também nunca se imaginou com outro, sempre foram Rita e Juca, Juca e Rita…

No sábado de manhã, bem cedo, Ritinha e Pitucha estão na fazenda, ajudam Dona Cida com o café da manhã. Mesa posta, Pitucha vai ajudar Senhor George a se levantar e Rita vai arrumar os quartos enquanto os donos da casa tomam café.

Sílvio vai até o pai para lhe dar os remédios, fica na porta ouvindo Pitucha conversar com ele enquanto lhe aplica os exercícios fisioterapeutas.

Pitucha: — Senhor George já deve saber que tem visitas?

George: — Os meus sobrinhos sangues sugam?

Pitucha : — Pareceram-me boas pessoas.

George: — Você é ingênua. Pensa que todos são bons.

Pitucha: — E são até que provem o contrário. Vai querer que o leve para tomar café com eles?

Sílvio: — Vamos pai! Marcelo está o esperando.

George: — Não tenho paciência para seu irmão e os amigos dele.

Mirtes aparece na porta: — Ah! Titio! Pensei ser sua sobrinha preferida! — Se aproxima de Sílvio e dá—lhe um beijo no seu rosto, vai até o tio e faz o mesmo, passa por Pitucha como se ela não estivesse ali. Pitucha a observa, realmente é uma mulher muito bonita, alta e magra, pernas longas a mostra em um shortinho curto destacando o seu bumbum arredondado, cabelos loiros a altura dos ombros, com ar arrogante mais muito bela. Foi a primeira pessoa que fez Pitucha se sentir inferior.

Rita vai limpar os quartos e arrumar as camas, está distraída a ajeitar os lençóis de um deles quando é agarrada por trás…

Marcelo sai do banho e se depara com a visão de uma beleza rara, um traseiro perfeito, curvas acentuadas, longos cabelos negros num rabo de cavalo. A garota se abaixa para arrumar a cama deixando a mostra umas pernas torneadas. Marcelo não resiste e abraça por trás…

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