CAPÍTULO 19 - Revelações

Otto se explicou para Livy.

Ele costumava bater à porta enquanto ouvia sua madrasta chorar pelos corredores. Tentava não ouvir cada briguinha que eles tinham, por que nenhum dos dois estavam certos.

— Jurei que nunca seria como eles. - afirmou para Livy. - Eu costumava me perguntar o motivo deles nunca estarem felizes.

— Amar é difícil, nem sempre dá certo. - ela tentou confortar o garoto. - Mas isso com certeza não tem haver com você, deixe que eles se resolvam sozinhos.

— Eu me escondia e fechava os olhos rezando em meus pensamentos por outra família, onde tudo estivesse bem. Uma família que eu sentisse que era minha.

Ao finalmente compartilhar sua história com Livy, Otto sente um alívio por ter tirado esse peso do peito. É como se ele estivesse se abrindo para ela pela primeira vez.

A cada palavra que Otto revela, o laço entre ele e Livy se fortalece. Eles se sentem cada vez mais conectados, unidos por suas experiências e emoções compartilhadas.

Quando ele terminou de falar, um silêncio confortável tomou conta do quarto. Eles finalmente conseguiram dormir.

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Se tornou dia novamente, do lado de fora o sou era ofuscado por uma pequena chuva de neve mas não estava tão frio.

No andar de baixo, Otto e Livy tomavam café da manhã na sala em quando assistiam televisão. A Madame Catarina ainda não tinha chegado em casa, Livy não acreditava que a mulher passou a noite toda fora e deixou uma criança sozinha em casa. Ainda que ele não fosse seu mãe e filho de sangue, ela estava incrédula com tanta negligência.

Por outro lado, estava feliz por não ter que vê-la novamente.

Enquanto saboreava seu café sentada com o Otto no sofá, atrás deles aparece a Agatha.

— Celine! - Seus olhos brilharam ao vê-la. - Senhorzinho. - cumprimentou com respeito.

— Agatha! - Levantou-se e virou para vê-la também, em seu rosto deixou escapar um sorriso genuíno, Agatha se aproximava para dar-lhe um abraço.

— Quanto tempo, menina. - a apertou carinhosamente em seu abraço.

— Por que não foi me ver? Você tinha o meu endereço. Na verdade, é por isso que estou aqui. Otto me disse que você deu a ele. - arqueou uma de suas sobrancelhas.

Agatha soltou Livy de seus braços, olhando fixamente para ela pronta para justificar-se.

— Não fique brava comigo Celine! O senhorzinho aprendeu a falar e não me deixou em paz até que eu entregasse seu endereço. - lamentou. - Foram dias com ele no meu ouvido, até compensou os anos em que eu não ouvia ele falar.

Livy olha para Otto com seus olhar de reprovação, o garota sorri maliciosamente para ela, ele sabia que era culpado.

— Eu fisse paura ela que foi eu fuem infisti. - Otto falou.

— Otto, não fale se ainda estiver comendo. - ensinou. - Aproveitando, tape seus ouvidos um instante.

O garoto acenou com a cabeça, elevou seus braços até as suas orelhas e as tapou com a mão, voltou sua atenção para o desenho que começou a passar na televisão mesmo que não desse para escutar.

— E a Madame Catarina? - Livy perguntou.

— Fiquei sabendo pelo Rodrigo. - se justifica. - Ele a encontrou mas não estava muito consciente.

— Como assim? Não me diga que ela bebeu?

— Foi exatamente isso! Rodrigo teve trabalho mas conseguiu levá-la para um hotel, deixou os seguranças para cuidar dela.

— Você também não fica incrédula, ela age como se não tivesse nenhuma responsabilidade! - cruzou os braços.

— Nem sempre ela foi assim. A Madame sempre foi rígida e as vezes dura demais, entretanto, nunca teve esses tipos de comportamento. Até por que isso prejudica a imagem da família e consequentemente os negócios.

— E por que ela continua a ter essas atitudes?! - bateu o pé.

— Isso tudo é devido ao problema que ela tem em seu casamento. - explicou. - Mas os funcionários não podem falar da vida pessoal da família, então vamos parar por aqui.

— Tudo bem. - Bom, já que acharam a Madame irei embora agora. Não quero me encontrar com ela.

— Rodrigo disse que ela ainda não acordou, acho que não vai acordar tão cedo.

— Então ela ainda não virá?

— Não.

Livy se sentiu encurralada, era segunda feira, hoje ela precisaria trabalhar mas deixaria Otto sozinho novamente.

— E o Otto, você pode ficar com ele?

Agatha também estava encurralada, ela podia cuidar dela mas não teria como dar-lhe tanta atenção.

— Não posso, hoje tenho uma lista eeeeeextensa de tarefas para fazer nessa casa. Só de imaginar jardim me cansei.

— E agora? Eu também tenho um dia cheio de trabalho me esperando.

— Por que não o enviou para o colégio?

— Eu pensei nisso, mas Rodrigo não estava aqui e eu não tinha dinheiro suficiente para levá-lo. - se justificou mesmo não querendo admitir que estava sem dinheiro.

Livy ficou alguns segundos olhando para o teto ponderava ideias do que fazer. Até passou por sua cabeça o Tomás. Hoje ele mandou mensagem para Livy então com certeza estaria em casa, ela pensou. Ele poderia cuidar do Otto até o fim do expediente dela.

— Acho que vou pedir para meu amigo cuidar dele.

— Quem? - estava desconfiada. Era a governanta da casa, além de limpeza tinha que garantir a segurança da família.

— Calma, Ágatha. Estou falando do Tomás, filho mais novo da família Carvalho.

— Me lembro dele. O senhor mais velho, não estava de bom humor uma vez quando escutei o nome dele em uma conversa. - franziu a testa.

— Por que? Eu confio nele, você pode confiar que ele vai cuidar muito bem do Otto. - O defendeu.

Agatha ficou um tempo em silêncio mas decidiu que confiar na palavras de Livy. As duas precisavam começar a trabalhar, Livy foi até o sofá onde Otto estava sentado e fez um carinho na cabeça dele, ali sinalizou que ele podia destampar os ouvidos pois precisava conversar com ele.

— O que foi, Celine? - tirou as mãos dos ouvidos e os olhos da televisão.

— Você vem comigo, vou te deixar na casa de um amigo que vai cuidar de você enquanto eu trabalho, ou então ficará aqui sozinho porque Agatha tem muito trabalho e Rodrigo não está. - explicou dando a chance dele escolher.

— Certo, eu vou com você.

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