CAPITULO 15 - Desavenças

Livy acordou cedo, o frio da manhã a cutucando mesmo por baixo das cobertas quentes. A neve que caía sem parar desde o dia anterior transformava a paisagem do lado de fora em um quadro branco e silencioso. Era o fim do ano que estava sendo anunciado.

O clima estava cruel, Levantando-se da cama, Livy se vestiu com cuidado, escolhendo roupas que a protegessem do frio intenso.

Optando por caminhar até a loja de conveniência onde trabalhava, Livy apreciava o caminho, mesmo com o frio mordendo seus pés. Tudo ao seu redor foi engolido ferozmente pela neve, ruas, casas, telhados, os pequenos lagos do parque central e até mesmo as folhas das árvores que ainda resistiam ao inverno. Era um espetáculo da natureza, que a deixava em paz consigo mesma.

Chegando à loja, Livy foi recebida pelo chefe, José, um homem educado e sábio.

— Olá, senhorita Celine. - sorriu assim que ela passou pela porta. — Que bom que você já chegou. O dia está agitado hoje!

— Oi, José. - ela falou tirando o casaco grosso, a touca e o cachecol. — Já está indo?

— Sim, minha mulher já está me esperando com as crianças para o almoço. Não se preocupe, você vai conseguir dar conta do recado.

— Certo, cuidarei da loja na sua ausência.

— Eu sei que vai, mas peço, por favor Celine, não arrume mais confusão com os clientes!

— Mas eu não fiz nada! - lembrou-se do dia anterior.

— Ontem a senhora que mora no final da rua fez uma reclamação sua, quase tive que dar um reembolso por causa disso.

— Foi ela quem começou. - finalmente soltou as palavras que escondia. - Essa senhora vive falando mentiras no condomínio onde moro. Ela fez isso aqui na loja ontem, na frente de outras clientes, só para me causar problemas!

José suspirou, já acostumado com as desventuras de Livy.

— Eu sei, Celine. - ele tentou acalmá-la. - Mas você precisa ter mais paciência com os clientes. Eles nem sempre são fáceis, mas é importante manter a calma e o profissionalismo.

— Tudo bem, José. - Livy concordou, resignada. - Vou tentar me controlar.

Com a promessa ainda fresca na mente, Livy começou seu dia de trabalho na loja. Atendia clientes, organizava prateleiras e reabastecia produtos, tudo com a atenção redobrada para evitar novos conflitos. Mas, como o destino parecia ter outros planos, um novo desafio logo surgiu em seu caminho.

Uma senhora idosa, conhecida por todos no bairro como Dona Antônia, uma senhora amarga e muito conservadora, ela era a síndica do prédio onde Livy morava. A idosa entrou na loja com passos lentos e um olhar desconfiado. Livy a reconheceu imediatamente e se preparou mentalmente para o que estava por vir.

— Bom dia, Dona Antônia. - Livy a cumprimentou com um sorriso forçado. - Em que posso ajudá-la hoje?

Dona Antônia a encarou com desdém, seus olhos estreitos fixos em Livy.

— Vim comprar alguns produtos, o que mais poderia ser? - ela disse com voz rouca.

Foi difícil mas Livy engoliu em seco, ela já havia causado problemas suficientes na loja, e Livy não queria mais confusão.

— Mas antes, preciso te dizer uma coisa.

— Do que se trata, Dona Antônia?

A senhora se aproximou do balcão, seus olhos fixos em Livy com uma expressão de desaprovação.

— Tenho visto as cartas que você recebe, e sei por que elas foram entregues por engano no seu apartamento.

Livy ficou confusa.

— Que tipos de cartas você está falando? - assim que disse lembrou-se que recebia algumas vezes cartas do Sr. D'Avilla.

Dona Antônia riu.

— Não sei do que você está falando. - Livy mentiu, cruzando os braços na frente do peito.

— Ah, Celine! - ela disse. - não me faça de boba. Que tipo sem-vergonhice você faz para receber envelopes com aquelas quantias em dinheiro?

— Você está sendo injusta! A senhora não sabe qual a minha ligação com ele.

— O prédio estava tudo certo antes de você se mudar para lá! - gritou com sua voz rouca, franziu a testa e apontou o dedo para Livy.

— Não arrume confusão no meu trabalho, conversamos mais tarde, no condomínio!

A discussão parecia que aumentaria, até que o silêncio toma conta e ouve-se o sino badalar indicando que alguém acaba de passar pela porta.

— Celine? - uma voz que ela não conhecia a chamou.

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