CAPÍTULO 16 - Celine, vamos para casa.

Livy escutou alguém chamar por Celine, mas não via alguém além de Dona Antônia na loja.

— Ah? Quem me chamou? - ela procurava com os olhos pela loja.

— O que está fazendo, eu ainda não terminei! - a idosa reclamou.

Livy, entretanto, finalmente pode ver a quem aquela voz pertencia.

— Otto? - suas sobrancelhas arquearam.

— Você lembra de mim! - ele sorriu sinceramente.

— Você está tão grande também!

— Eu tenho 12 anos agora, Celine. Em breve farei 13.

— Não consigo acreditar que nos encontramos aqui.

— Na verdade, sabia que você estava aqui.

— Como? Somente duas pessoas sabia onde eu estava e pedi para guaradarem segredo. - espantou-se.

— Eu pedi seu endereço para Agatha. Eu insisti dias para que ela me passasse.

— Não acredito que ela me traiu tão fácil assim!

— Não fique brava com ela, Celine. Fui bastante insistente mas por que você quis se afastar de nós? - mudou a sua expressão.

— Você na época era muito pequeno, não entenderia, mas esqueça o que te trouxe aqui? - mudou de assunto.

— Eu queria te persuadir a voltar para casa. - disse com olhos melancólicos, sua voz estava carregada de esperança e saudade.

— Isso é impossível, Otto. - o olhou seriamente coma voz firme.

— Além disso, quando eu estava passando com o carro, vi aquela senhora falando grosseiramente com você, sobre o meu pai! - apontou para o rosto da Dona Antônia. - e por isso entrei quando vi a cena.

Otto chamou a atenção de Livy que por alguns instantes esqueceu a calorosa conversa que estava tendo com a síndica do seu prédio.

— Quem é você? - Otto olhou para Dona Antônia furioso.

— Não coloque o dedo no meu rosto, menino atrevido! - zangada, grosseiramente tira a mão de Otto de perto do seu rosto.

— Pare de falar assim com a Celine! Aquele homem é o meu pai!

— Meu deuzz! Você é mãe de uma criança tão grande? - a senhora não se aguentou.

— Não! Celine é a minha irmã!

Livy, surpresa com a cena, se colocou entre os dois.

— Calma, Otto!

— Irmão? Isso é verdade, Celine? - Dona Antônia questionou, surpresa.

Ainda que se trata-se de Otto, Livy não queria reconhecer nenhum parentesco com a família D'Avilla. E, eles realmente não tem nenhum parentesco.

— Mas é claro que é verdade! - ele responde ainda impaciente.

A revelação de Livy deixou Dona Antônia em choque.

— Certo criança, deixarei que fique no meu prédio. Peço desculpas pelo mal entendido.

— Desculpada. - falou com um pouco de ressentimento.

— Celine, vamos voltar para casa! - O garoto falou ansioso.

— Não posso hoje, Otto. Tenho muito trabalho a fazer - tentou o enganar.

Otto ficou desapontado ao ouvir as palavrasde Livy, mas no fim entendeu.

— Tudo bem. - ele suspirou, seus olhos baixos. - Eu irei embora. - Mas prometa que me visita em breve?

— Não sei... - ficou pensativa. - Eu não me sinto mais bem-vinda lá.

— Aquela casa está tão vazia... - ele disse com a voz embargada pela emoção. -Todos, um a um, foram embora. Primeiro a mamãe, depois o pai, depois o irmão e por último foi você. - quase chorou ao pronunciar essas palavras.

— O que?! Otto, você está morando só com os empregados? - seus olhos arredondaram, estava incrédula.

Ele manteve o silêncio. Enquanto isso, Livy sentiu uma onda de raiva e compaixão tomar conta de seu ser. Ela pensava horrores em sua mente sobre essa família. Como podem negligência lhe dessa forma!

Livy com o coração apertado finalmente prometeu e os dois se despediram com um abraço. Quando Otto se foi, Dona Antônia comprou o que precisa e também saiu. Livy ficou ainda trabalhando até a tarde, com resto do período de trabalho calmo. Ao terminar fechou a loja para o seu chefe e foi embora para casa.

...💮💮💮💮💮💮...

O dia seguinte amanheceu sem cair neve mas o clima ainda era de frio. Livy estava de folga, era sábado, não trabalhava aos finais de semana. Sentada na sua pequena mesa da sala de estar, tomava o café da manhã quando escutou o celular vibrar. Inicialmente não atendeu pois estava em seu momento de relaxamento.

— São 9 da manhã, quem será o incômodo! - reclamou franzindo a testa.

O celular vibrou mais algumas vezes antes dela decidir atender.

Ao pegar o celular que estava sob a mesa viu no identificador que era Tomás.

— Por que está insistindo! - pensou.

— Alô, Celine? - Ela atendeu a chamada.

— O que foi, por que me liga tão cedo? - responde.

— É sobre seu parente, aquele que você pediu aos meus pais procurar.

— Seus pais acharam algo sobre ele? Deixou sua torrada cair de volta no prato, estava ansiosa e com expectativa para ouvir a resposta que esqueceu seu café da manhã.

— Sim, você pode vir até a minha casa? Assim te explico tudo.

Livy não podia acreditar. Depois de tanto tempo procurando, finalmente havia um sinal concreto sobre quem ela buscava. Seus olhos se encheram com a esperança.

— Posso, é claro! - Sem hesitar, ela concordou em ir à casa de Tomás o mais rápido possível.

Ao terminarem de combinar que Livy iria visitar Tomás, ela desliga o celular.

Apressadamente, Livy se dirigiu ao banheiro para tomar banho e se trocar de roupa. Vestida com roupas confortáveis.

Chegou ao endereço de Tomás, ele morava na mesma mansão desde que os dois se conhecem. Livy foi poucas vezes visitar Tomás, porém pôde observar um abismo de diferença entre a familia D'Avilla e a dele.

O clima dentro da casa era leve e os pais dele sempre foram agradáveis com Livy, algo bem diferente de como era tratada por sua família adotiva.

Ela chega e bate na porta, Imediatamente ela é aberta por um dos funcionários da casa.

— Senhorita Celine. - o homem a sua frente comprimenta lhe e Livy faz o mesmo.

— Olá, Victor.

— É bom te ver novamente, senhorita. Os senhores não estão, mas o jovem senhor está no escritório. Disse que está te esperando.

— Eu sei, obrigada Victor. - Entrou e se despediu do homem.

Seguiu sozinha até o escritório do pai de Tomás pois já conhecia a casa. O interior da mansão era como ela se lembrava: elegante e amplo.

Ela ainda notou que eles fizeram uma pequena mudança na decoração mas as paredes continuavam brancas combinando com a cor creme do sofá e o branco das cortinas. Havia colunas de mármore e nas paredes quadros grandes e pequenos da família estavam sendo limpos por alguns funcionários.

Chegou ao escritório, ficava no primeiro andar. Livy puxou as portas brancas que corriam para os lados, revelando o grande escritório.

Além disso, conseguiu ver Tomás sentado à esperando.

— Oi, Tomás.

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