Livy se debatia em meio aos lençóis, lutando contra os pesadelos que a atormentavam. Imagens fragmentadas e distorcidas se moviam em sua mente, criando um caleidoscópio de horror e confusão. Em meio ao caos dos sonhos, um rosto se destacou.
— O que é isso? Onde estou agora? - Livy olhou a sua volta mas não reconhecia onde estava. - Eu não estava com meu mestre?
Ao olhar para um espelho que estava a sua frente viu um rosto jovem. Uma moça com olhos gentis e um sorriso caloroso, ela estava ao lado de um homem alto mas não conseguia enxergá-lo. Uma sensação de familiaridade e felicidade tomava conta de Livy enquanto os observava. Eles pareciam próximos.
- Quem são eles? Quem está fazendo isso? - ela tinha milhões de perguntas que precisavam de respostas.
Muitas cenas se passavam enquanto ela olhava para o espelho.
Seria eu enquanto ainda em vida, ou será que os conhecia? - ela pensou.
De repente, a cena se transformou. O sorriso da mulher se desvaneceu, seus olhos se encheram de lágrimas e o homem se afastou bruscamente, impedindo a mulher de tocá-lo e deixando-a sozinha. Era possível ouvir gritos e uma sensação de solidão profunda consumiram Livy.
Ao ver a cena foi tomada por angústia e melancolia que sempre sentia em seus piores dias como monstro. Seu coração doía ao olhar para o espelho.
- O que é isso? - Livy apertava a roupa, no lugar que sentia seu coração doer. - Por quê estou sentiu dor por ela?
- Eles estão ligados a mim, de alguma forma. - ela pensou.
Quando acordou, a lembrança do sonho ainda era vívida. A mulher misteriosa e o homem que a acompanhava intrigavam Livy. Ela precisava descobrir quem eram.
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Livy abre os olhos, desorientada. A luz branca do hospital invade seus sentidos, contrastando com a escuridão em que habitava agora pouco. Ela se encontra em um quarto de hospital, sentiu o cheiro de antisséptico e ouvia o som de monitores cardíacos a cercando.
Ela desviou o olhar para olhar para uma mulher jovem e de aparência gentil sentada ao lado da cama. Logo depois percebeu um homem alto com cabelos grisalhos parado ao final da cama. Ambos observava Lily com uma mistura de expectativa e apreensão.
— Querida...
Fitando a placa de identidade pendurada na sua cama, Livy teve um momento de distração.
— Era tudo um grande sonho confuso, no fim eu ainda estava aqui nesse mundo e presa a este corpo - Livy pensou.
— Senhorita?
O homem viu que ela não respondia há algum tempo, de forma hesitante abriu a boca e a chamou novamente. Livy finalmente olhou para um deles.
— Eu não acredito! Você finalmente acordou, querida. - disse a mulher com uma voz suave.
— A senhorita se sente bem? O médico disse agora pouco que você está fora de perigo, sua consciência também está clara. Você sente algum desconforto? - o homem perguntou.
Livy tentou se sentar, mas uma onda de náusea a dominou. A mulher a segurou com cuidado, ajudando-a a se recostar nos travesseiros.
— Parece que ela ainda não está muito bem. - falou a moça olhando para o homem.
— Pelo menos ela melhorou, poderá ter alta e nós poderemos ir embora, finalmente. - explicou um pouco cansado.
Livy levantou uma de suas mão e tocou em sua testa, havia um curativo estéril em volto de uma rede, o que a fez concluir que seu acidente foi severo com seu novo corpo humano.
— Quem são vocês?
— Eu sou Agatha, a governanta da família. Muito prazer.
— E eu sou Rodrigo, sirvo a família D'Avilla há anos. Você está em um hospital agora, criança.
Lily olhou em volta, desorientada. O quarto era luxuoso, mas completamente estranho. A última coisa que ela se lembrava era de um carro vindo em sua direção, do impacto violento e da escuridão que a consumiu.
— Há quanto tempo, estou aqui? - ela perguntou sentindo dores em algumas partes do corpo. - Não vejo os meus avós, eles devem estar preocupados.
— Senhorita, você está aqui fazem 7 anos.
— O que! Como pode!
— Você sofreu um acidente e depois entrou em coma durante todos esses anos. - disse o homem.
— A família nos pediu para lhe entregar um pedido de desculpas. Sentimos muito pelo acidente. - Agatha falou.
Livy pensava na fragilidade do corpo de um humano e quanto tempo eram 7 anos em seu reino, contratempos fizeram atrasar sua missão. Seu mestre não deve estar contente, ela imaginava.
— Minha família...
— Sinto muito, criança. - falou o homem. - Os seus avós faleceram há 3 anos atrás.
— O que? - chocou-se.
— Meus pêsames, querida. - a senhora lamentou. - durante todos os anos em que você esteve aqui, eles vinham cuidar de você. Mas já tinham idade avançada, seu avô adoeceu preocupado com você e acabou falecendo, sua avó foi um ano depois disso.
Livy estava impressionada, na sua memória parecia haver se passado um dia após o acidente. Ela ainda podia sentir o cheiro do café da manhã que eles preparavam-lhe naquele dia.
— Eu não consigo acreditar...
— Não se assuste, criança. Nesses últimos anos em que eles não estavam mais aqui a família D'Avilla nos enviou para cuidar de você. Foi um dos últimos pedidos da sua avó, ela sabia que não viveria então veio até nós. - disse o homem. - Agora que acordou podemos ir embora.
— Como assim, eu irei com vocês? - Livy perguntou.
— Calma, não enche a cabeça dela com tantas informações. Cuide primeiro da saída dela do hospital. - a mulher advertiu o senhor.
O homem não gostou mas fez como ela pediu, deixando as duas sozinhas no quarto.
— Vá ao banheiro se trocar, querida. Vamos embora.
Livy tirou o seu cobertor e viu-se de pijama hospitalar.
— Para onde vamos? - perguntou sentando no leito.
— Te conto absolutamente tudo no caminho, por agora faça como pedi.
Livy por um instante exitou em obedecê-la, mas estava confusa com que estava acontecendo, de repente as suas realidades misturaram-se e ela não sabia o que era real. Mas no fim teve que confiar na história da senhora a sua frente, ela precisava, pois estava perdida na ordem dos fatos.
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Atualizado até capítulo 25
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