CAPÍTULO 6 - Casa Nova

No carro, Agatha narrava a história da nova vida que aguardava Livy. A viagem de uma hora para a mansão era pontuada por revelações sobre a família que a acolheria e o mundo que ela agora habitava.

Ao chegar, a imponente mansão se erguia com suas luzes douradas convidativas e seus detalhes em madeira que transmitiam uma sensação de aconchego, Livy logo notou a diferença para a casa que Celine vivia com seus avós. A mansão estava situada em um dos condomínios mais luxuosos da cidade. 

Por causa da sua boa localização  e principalmente da privacidade  muitas pessoas de famílias importantes da cidade construíram suas casas ali. As suas propriedades eram um símbolo de status e segurança.

No carro, Agatha contou para Livy sobre a sua nova casa e as pessoas que irá conhecer. A mulher também fez algumas perguntas a respeito de Celine para ela, porém o núcleo de memória da Celine foi afetado.

Após o acidente, as memórias de Celine foram perdidas e parecem estarem misturadas com a de Livy . Ela não conseguia mais enxergá-las com clareza dentro de si.

Livy, presa num limbo entre duas identidades, preferiu o silêncio, observando e absorvendo cada detalhe com atenção o que a governanta dizia-lhe.

Livy só conseguia pensar no tempo em que perdeu enquanto estava inconsciente. O seu corpo, agora cresceu, suas mãos antes pequenas, agora estão maiores. A sua aparência neste momento era de uma menina de 15 anos, era a idade atual de Celine.

Ela está nem perto de concluir a missão que seu mestre lhe entregou.

— Certo, chegamos. - falou Rodrigo freando o carro.

O homem destrancou o carro, saiu do banco do motorista, deu a volta e abriu a porta de trás, revelando o quão grande era a casa que Agatha havia falado.

— Bem vinda, querida. Vamos descer. - orientou.

Assim que descem, o Rodrigo fecha a porta do carro, o portão de ferro com detalhes no topo devagar foi se abrindo. Agatha foi entendo primeiro, a mulher acenou indicando que era para Livy segui-la.

Ao entrar, Livy deu de cara com um imenso jardim com a grama verdejante, a fez lembrar a amiga que deixou em seu mundo, a Ember. Alguns funcionários da casa estavam regando e cuidando do jardim por ali.

Mais ao longe, viu uma grande árvore perto de um lago e flores ao redor. Não conseguiu distinguir mas aos seus olhos havia algumas pessoas sentadas perto da árvore.

Ela achou o ambiente irritantemente calmo e positivo. Acostumada à escurdo seu à violência de seu mundo, ela se sentia deslocada nesse ambiente.

Livy seguiu Agatha até a porta de entrada que foi aberta pela mulher e as duas entraram na casa.

— Está é a sala, minha querida. É grande, não é?

Ao entrar na sala de estar, Agatha apresentou o espaço com orgulho, destacando sua amplitude e beleza.

Havia uma grande escada no centro que levava para o segundo andar, onde se encontrava alguns dos quartos da casa.

Ao lado direito, Livy escutava barulho de comida sendo feita o que indicava ser a cozinha. Já no outro lado, não se fazia som mas ela pode ver um sofá ali poderia ser a sala de estar, ela pensou.

Porém, Livy, em seu interior não se impressionou com a grandiosidade da sala. Seus pensamentos estavam voltados para as almas que ela havia recolhido, para as casas que elas habitavam em vida, muitas vezes maiores e mais luxuosas do que essa que agora se abria diante de seus olhos.

— Mais tarde, será aqui que você fará sua refeição. - a mulher explicou apontando na direção da sala de jantar. - Você poderá conhecer também as pessoas desta família, mas por enquanto vamos subir, irei te mostrar o seu quarto.

Livy acompanhou Agatha pela majestosa escadaria da mansão. Os seus dedos deslizaram pelo corrimão de madeira polida, a textura fina e quente sob a sua pele a convidando a explorar esse novo mundo.

— Cuidado com os degraus, Querida. Não queremos outro acidente.

A cada passo, a ficha caía: ela agora vivia com uma família importante, e a curiosidade a consumia para conhecer os seus membros.

— Acho que com a ajuda deles ficará mais fácil minha missão. - ela pensou enquanto seguia a governanta até seu quarto. Estava contida por um corpo humano, não conseguia usar toda sua força, nem mesmo se quisesse. O poder que essa família deve ter, ajudaria a encontrar a pessoa que seu mestre mandou-a achar e matar.

— Aqui está seu quarto. - Agatha disse abrindo a porta.

Ao entrar no quarto, Livy se deparou com um ambiente completamente branco. A monotonia do espaço a deixou perplexa, e ela não conseguiu disfarçar o estranhamento em seu rosto. Agatha, observando sua reação, soltou uma risada.

— Eu sei, é um pouco sem graça, não é? — Agatha disse, com um sorriso divertido. — Mas eu pedi a Madame e ela deixou que decorássemos do jeito que você quiser. Qual cor você prefere? Lilás, talvez...?

— Vermelho. — Livy a interrompeu, sua voz firme e convicta. — Vermelho vivo, o vermelho sangue, todos os tons de vermelho. Essa é a minha cor favorita e gosto de tons escuros de outras cores também.

Um brilho intenso surgiu nos olhos de Livy enquanto ela pronunciava as palavras. Agatha, surpresa com a súbita mudança no seu olhar, não pôde deixar de se questionar sobre o significado por trás daquela paixão pelo vermelho.

— Por que essa fascinação por essa cor? - Agatha perguntou puxando as cortinas e abrindo a janela para ventilar o quarto.

— Você não entenderia.

— Certo, eu e mais alguns colegas vamos providenciar a mudança de cores durante o jantar. - Agatha disse, ainda intrigada pelo comportamento dno seu. - Por enquanto, vou deixá-la sozinha para se acomodar em seu novo quarto, querida.

Agatha colocou a pequena mala com os pertences de Celine, que eles buscaram na antiga casa e trouxerem para o hospital em dos cantos do quarto, saiu e fechou a porta deixando Livy com os seus pensamentos.

Ela jogou-se na cama sentindo o cetim do lençol sob a sua pele, uma maciez que há anos não sentia. Foi gradualmente conhecendo o seu novo quarto.

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