Vida nova

Giovanni me mostrou o mundo intrigante da máfia e logo após o falecimento de dona Antonella, cerca de seis meses depois da minha chegada na Itália, entrei de vez para o cartel administrado por Giovanni Montenegro.

Foi uma transição suave, quase natural. Sob a orientação de Giovanni, mergulhei profundamente nos meandros da organização criminosa, aprendendo suas regras, hierarquia e operações. Era como se eu estivesse destinado a esse caminho obscuro, como se cada passo anterior na minha vida estivesse preparando-me para esse momento.

Giovanni tornou-se não apenas meu mentor, mas também um amigo próximo. Ele compartilhou comigo seus conhecimentos e experiências, ensinando-me os segredos do comércio ilegal e os intricados jogos de poder que regiam o submundo da máfia italiana.

Com o tempo, meu nome tornou-se sinônimo de justiça para aqueles que não podiam se defender por si mesmos. Eu era o caçador nas sombras, o justiceiro implacável que não descansava até que a balança da justiça fosse equilibrada.

Meus alvos eram específicos: traficantes de seres humanos, pedófilos, abusadores em geral. Homens que se escondiam atrás de suas riquezas e influência, achando que estavam acima da lei. Mas para mim, eles não passavam de vermes que precisavam ser eliminados da sociedade.

Cada missão era meticulosamente planejada, cada movimento calculado para garantir o sucesso e evitar a detecção. Eu não era movido pela vingança cega, mas sim pela necessidade de fazer o que era certo, mesmo que isso significasse sujar minhas mãos com o sangue daqueles que mereciam seu destino.

À medida que meu trabalho se espalhava, tornou-se um sinal de esperança para os mais vulneráveis. Mães desesperadas vinham até mim em busca de ajuda quando seus filhos desapareciam, e eu prometia fazer o que fosse preciso para trazê-los de volta, ou pelo menos garantir que os responsáveis pelas suas desgraças pagassem pelo que fizeram.

Mas a vida de um justiceiro não é fácil. Eu vivia nas sombras, sempre um passo à frente da lei, sempre olhando por cima do ombro, sabendo que a qualquer momento poderia ser o meu último. Mas eu estava disposto a aceitar esse fardo, pois sabia que era a única maneira de fazer a diferença no mundo.

E assim, continuei minha busca implacável por justiça, determinado a ser a voz daqueles que foram silenciados, o punho daqueles que foram oprimidos. Eu era o guardião das trevas, o protetor dos inocentes, e nada nem ninguém poderia me deter em minha busca pela verdadeira justiça. Completamente clichê, até parece o slogan de algum super herói, tipo o amigo da vizinhança, mas eu estava longe de ser o herói e não me importava com isso.

Eu era meticuloso em minhas caçadas, brincava com eles, atormentava o suficiente e concedia a eles uma morte justa, de acordo com a gravidade dos atos que praticavam. Acabei me tornando um exímio torturador. Chegava a ser patético quando tentavam me barganhar oferecendo dinheiro, cargos de alto escalão no governo e teve um que me ofereceu a filha dele, bom, só posso dizer que a morte dele foi especialmente orquestrada.

A cada dia que passava e eu me tornava melhor, minha sede de vingança se mantinha constante. Cada ação, cada decisão que tomava, era impulsionada pelo desejo de acertar as contas com aqueles que me causaram tanto sofrimento no passado.

Eu não sabia se estava pronto para ir atrás dos meus algozes, até que uma caçada me levou para Londres e lá eu senti que estava pronto. Agora, enquanto retorno ao Brasil, estou determinado a enfrentar meus demônios e buscar justiça. Não serei mais um joguete nas mãos dos poderosos. Chegou a hora de virar o jogo e fazer com que aqueles que me fizeram sofrer paguem pelo que fizeram.