Episódio 19

Episódio 19

A tensão aumentava para Murat, sabendo que os últimos vestígios de Anton poderiam levá-lo novamente para o ciclo de experimentos angustiantes. Fazil, imerso em seus estudos, buscava incansavelmente a cura, mas Murat se tornava um enigma difícil de decifrar.

Enquanto isso, os últimos seguidores de Anton tramavam uma vingança final, dispostos a eliminar qualquer evidência que pudesse incriminá-los.

Fazil, sentindo a pressão crescente, tomou uma decisão drástica: abandonar seus estudos a levar a família para longe de Istambul, buscando refúgio no sul da Turquia.

"Se quiser, pode vim. Anton apertou seu último botão; ele queria tanto tê-lo para si que não pensou nas outras direções."

Murat observou Fazil se preparar, sentindo o medo crescer dentro dele. Embora soubesse que sua mãe estava protegida por militares em uma zona segura, sua intuição alertava que nem tudo estva bem.

Com a certeza de que seria capturado se saísse para encontrá-la sozinho, Murat decidiu se unir a Fazil, mesmo que fosse o homem que o torturara durante as duras semanas na instituição.

Murat considerou a oferta de Fazil e se viu intrigado com a ideia de ter um lugar mais estável. Talvez, na pequena cidade de Antalya, no sul da Turquia, encontrasse um refúgio  temporário.

"A gasolina está acabando. Tomara que consigamos chegar lá."

Disse Fazil retocando o retrovisor, mirando a sua família que dormia tranquilamente.

"Obrigado por me deixar seguir com você."

Murat disse baixo, olhando pela janela que refletia o céu noturno e uma nevasca. O frio intenso tornava a viagem mais desafiadora, e cada flocos de neve que tocava o chão marcava o caminho incerteza que tinham pela frente. O café quente na garrafa térmica proporcionava um pequeno conforto meio à jornada gélida.

Murat adormeceu novamente, deixando Fazil sozinho com seus pensamentos.

Algumas horas se passaram, e Murat foi acordado novamente por Fazil, que o encarava tenso.

"Murat, precisamos nos mover. Estamos sendo perseguidos."

Fazil o arrastava até uma grande rocha, entregando uma pistola.

"O que está acontecendo?"

"Eles estão nos perseguindo. Precisamos lutar ou seremos capturados."

O carro estava a poucos passos de distância, e o som dos motores se aproximava rapidamente.

O mundo ao redor de Murat estava girando, e em questão de segundos, um tiro atravessou seu braço, fazendo-o gritar de dor.

"Maldição!"

Fazil atirava, tentando afastar os perseguidores. Seus movimentos eram rápidos, mas Murat sentia a dificuldade de se esconder na rocha, a dor pulsando no braço ferido.

"Vocês estão encurralados! Rendam-se!"

A troca de tiros cessou de repente, e um grupo de homens armados se aproximou do carro onde estavam.

Fazil, percebendo a desvantagem, abaixou a arma e se rendeu, ficando de joelhos no meio da estrada.

"Ei! O que está acontecendo aqui?"

Murat se levantou, mas tudo ao seu redor parecia distorcido. Ele sentia o impacto da bala, e o mundo oscilava diante de seus olhos.

"Sou imune ao vírus! Não façam isso!"

Em um ato impulsivo, Murat se aproximou dos homens e se rendeu.

O grupo ria dele, e um homem forte surgiu no meio deles.

"Imune ou não, você vai conosco. Aliado de Anton ou não, terá que responder por algo."

Murat foi puxado para dentro do carro, onde a família de Fazil estava morta. Um tiro foi disparado, e o homem forte retirou brutalmente os corpos do veículo, jogando-os no chão com violência.

Mirat não se importava com seu destino. Parecia que, a cada passo que dava, algo terrível acontecia. Explosões, invasões, a perseguição incessante de Anton.

Parecia que todas as cidades de Turquia estavam tomadas por facções, e Murat estava preso em meio a esse caos.

Após ser capturado por um grupo leal a Anton, Murat foi confinado em uma cela decadente. As paredes úmidas e escuras cerravam-se ao seu redor, enquanto os gritos e xingamentos ferviam na atmosfera sufocante da prisão. O coro tumultuado dos outros prisioneiros ecoava como um lamento incessante, agravando ainda mais a sensação de desespero.

A cela apresentava marcas vermelhas por todo o colchão surrado, evidenciando os vestígios das inúmeras almas que ali compartilharam momentos de agonia. O próprio sangue de Murat se misturava com essas marcas, criando uma tapeçaria macabra que contava a história silenciosa do sofrimento naquele recinto apertado.

"Você vem comigo."

O homem bateu na cela de Murat antes de abri-la, revelando um olhar severo e uma expressão sem qualquer compaixão. As algemas foram aplicadas com força, apertando os pulsos de Murat enquanto era conduzido pelo corredor sombrio.

"Para onde está me levando?"

Murat questionou, sua voz ecoando pelas paredes úmidas.

"Não faça perguntas. Apenas siga."

O homem respondeu com uma frieza que enviou calafrios pela espinha de Murat.

O ar dentro da sala era pesado, com o odor de decadência pairando sobre o ambiente. Murat foi levado para uma sala, onde o mesmo homem o empurrou pada dentro. A luz ofuscante que uma lâmpada transmitia fez com que Murat piscasse os olhos, ajustando-se à mudança abrupta. Uma figura alta e imponente se aproximou, cujo rosto estava marcado pela malícia e triunfo.

O silêncio na sala era ensurdecedor enquanto Murat encarava o homem que segurava a pistola. Seu coração pulsava descontroladamente, antecipando o destino iminente. O homem imperturbável, o olhar fixo e decidido.

"Não há mais nada a fazer. Você é só mais um dos problemas que precisam ser eliminado."

Disse o homem com frieza, apertando o gatilho.

A dor intensa se espalhava pelo corpo de Murat, que gritava de agonia diante do novo ferimento.

"O que você quer de mim?"

Questionou, tentando entender a razão por trás da crueldade do homem.

O homem ria, vendo-o indefeso.

"Bem que Anton tinha razão. Você já estava morto faz tempo!"

O som do riso ecoava no ambiente, misturando-se com os gritos de dor Murat. O homem, impiedoso, disparou outra bola em sua perna, aumentado ainda mais o sofrimento do prisioneiro. O homem o chutava, suas risadas ecoando enquanto Murat permanecia caído, suportando as consequências físicas de seu cruel atacante.

Os minutos pareciam intermináveis, com o homem continuando sua agressão impiedosa. Murat, mesmo ferido e debilitado, tentava se proteger da violência, mas estava à mercê do ataque.

O homem, satisfeito com a brutalidade, finalmente parou. Murat estava caído no chão, mal conseguindo se mover. O agressor se afastou, deixando-o ali, à mercê da dor e da incerteza.

A sala, marcada pela violência recente, ecoava apenas pelos gemidos de Murat. Com dificuldade, rastejou até uma parede desmoronado na sala destroçada. Cada movimento era uma agonia, a dor pulsando em seu peito e na perna ferida era insuportável. Ofegante, tentava manter a consciência enquanto o gosto metálico do sangue permanecia em sua boca.

"Você é mais resistente do que parecia."

Uma pessoa de capuz falava com uma voz conhecida, mas Murat não conseguia identificar.

"Quem....Quem é você?"

Murat perguntou, sua voz fraca.

"Sou alguém que poderia te ajudar, Murat. Você está em uma posição delicada."

A pessoa estendeu a mão para Murat, oferecendo ajuda. O ambiente ao redor permanecia misterioso, e as palavras da pessoa estranha deixavam Murat desconfiado.

A pessoa retirou o capuz, relevando se Aylin. Ela olhou para Murat com expressão séria séria determinada.

"Vim aqui para te salvar. Eu posso te proteger!"

Aylin chegava perto dele, vendo o sangue se aproximar de seus sapatos.

"Não preciso. Você veio porque quis. Não te pedi para vir aqui e me salvar."

Murat falava com dificuldades.

"Volte por onde saiu e não venha atrás de mim."

Murat olhava para o outro lado, com Aylin parada. Seu casaco estava cheio de neve, que estava caindo sobre ele.

"Não vou desistir."

Aylin continuava ali.

"Por que essa insistência?"

"Por que.......Você é meu pai"

Murat ficou em silêncio por um momento, processando as palavras de Aylin. Ele finalmente virou o rosto para encará-la, surpreso.

"Pai?"

Aylin assentiu, com os olhos marejados.

"Sim, Murat. Anton escondeu isso de mim."

Murat não sabia como reagir. As palavras pairaram no ar como flocos de neve.

"Eu......não sei o que dizer?"

Aylin se ajoelhou ao lado dele.

"Você pode não ter pedido para ser salvo, mas eu escolhi fazer isso. Você é meu pai, e eu não vou abandonar você."

Ela tentou levantar Murat, suas mãos se suajram com o sangue dele. Ela insistiu, apesar da resistência de Murat.

"Tenho que sair daqui, com esforço, podemos sair daqui juntos."

As palavras de Aylin carregavam determinação, mas Murat permanecia resignado, encarando o teto da sala. Aylin, mesmo suja de sangue, não desistiu, tentando levantá-lo, mas ele resistiu.

"Me deixe aqui. Sou um peso morto."

Murat olhava fixamente para o teto, resignado à sua condição. Aylin sentindo-se obrigada a se afastar, correndo na direção de onde veio, subindo o reator e desaparecendo da sua vista. A porta se abriu, revelando homens armados que entraram rindo de dua situação.

"Ainda vivo? Você é mesmo único!"

O homem ria enquanto pegava Murat pelo pé, arrastando-o pelo corredor. Os outros prisioneiros gritavam de raiva, e Murat gemia de dor, seu corpo frágil sendo arrastado pelo chão áspero. Eventualmente, ele foi jogado na rua, onde o vento frio cortava a pele e a neve caia sem piedade. Descalço e vestindo apenas um macacão, Murat se arrastou pelo chão, tentando resistir ao frio congelante.

Desistindo momentaneamente de lutar contra a força do inverno, parou, seu corpo tenso pelo frio intenso. A neve começou a acumalar-se ao seu redor, formando um manto branco sobre o seu macacão laranja. A hiportemia começou a dominar, apagando lentamente sua consciência.

No silêncio da noite gelada, Murat encontrou um descanso final. O destino implacável o levou a um ponto sem retorno. A rua vazia e a neve silenciosa testemunharam o término da jornada tumultuada de Murat, deixando para trás apenas vestígios de uma vida marcada pela luta contra um destino implacável.

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