Episódio 3

Episódio 3

"Como assim uma pessoa resistiu ao vírus?"

Fazil estava incrédulo enquanto observava atentamente as imagens das câmeras de segurança do supermercado no sistema de vigilância do ICV. A sala onde ele estava era simples e funcional, com paredes brancas e iluminação suave que emitia uma luz discreta sobre seu rosto. As telas de monitoramento alinhavam-se ao longo de uma parede, exibindo imagens em tons suaves e tranquilos. O zumbido suave dos computadores preenchia o ar, criando um ambiente tenso e eletrônico.

Ele fora convocado por um de seus colegas para participar de uma reunião que discutia um grupo de rebeldes que se opunham às ações do Instituto. O chefe, Anton, proprietário da organização, presidia a reunião.

O silêncio na sala era quebrado apenas pelo murmúrio das vozes na tela, discutindo o grupo dissidente. Fazil sentiu um arrepio suave percorrer sua espinha, e seus olhos se fixaram na tela diante dele, com uma expressão de curiosidade e surpresa.

Enquanto se dirigia para o encontro, seu colega de equipe, Gaze, o alertou, descrevendo como um homem havia retirado seus fones de ouvido e os entregando a um garoto, aparentemente alheio ao mundo ao seu redor. O semblante de Fazil se contorceu em confusão ao tentar entender como alguém podia agir daquela maneira em meio à crise.

O homem permanecera exposto por um período considerável à mulher que o acompanhava a todo momento. Observando as imagens de perto, Fazil estudava cada detalhe do homem cambaleante, cujos movimentos eram desajeitados e impacientes. Era como se ele estivesse ansioso com alguma coisa. Fazil franzia a testa e inclinava a cabeça, tentando captar os detalhes da situação.

"Senhor, notamos algo curioso. Quando ativamos a luz infravermelha, a temperatura na região ao redor de sua cabeça aumentou significativamente."

Explicava Gaze, apontando para a tela e lançando olhares frequentes a Fazil. Este respondeu com um aceno de cabeça suave, demonstrando sua sinceridade e preocupação.

"Como é possível que esse sujeito não tenha sofrido um ataque cardíaco com uma pressão arterial de 21?"

"Estamos tentando encontrar em contato com esse homem. Ele deve estar em outro lugar agora."

Gaze posicionou-se ao lado de Fazil, encarando-o seriamente, aguardando uma resposta de seu superior.

"Continue tentando contatá-lo, eu vou à reunião relatar isso ao Anton"

Gaze assentiu em um sinal de concordância, coçando o queixo e inclinando-se em direção à tela que transmitia as imagens. O rosto do capitão se contraiu ligeiramente ao ver os gráficos mostrando repetidamente a pressão arterial do indivíduo subir.

"Vou nessa. Se ele não responder a nenhuma de nossas chamadas, iremos à casa dele, está entendido?"

Fazil se afastou de seu colega com o relatório em mãos, abraçando o papel entre os braços. Enquanto se afastava, pensava nas várias maneiras pelas quais convenceria aquele homem, mesmo que isso o levasse à morte, a ajudar sua família. Ele estava disposto a mover montanhas e o mundo para tê-los de volta.

"Conforme pudemos observar na imagem acima, vários grupos se organizaram para planejar durante as últimas semanas. Tentamos negociar com eles em relação a esses ataques contínuos nas cidades, mas os líderes desses grupos não quiseram confiar em nós."

Anton explicava em um tom alto e claro, referindo-se a cada ponto de suas anotações no gráfico.

Quando Fazil se aproximava da porta, sentia os olhares fixos das pessoas sobre ele, como brasas. Ao abrir a maçaneta, a sala refrigerada pelo ar-condicionado o acolheu como uma brisa suave.

"Com licença"

Disse Fazil, que estava com as mãos atrás das costas, olhando nervosamente para Anton. No mesmo momento, Anton reagiu erguendo uma sobrancelha e resmungando algo inaudível. Fazil percebeu imediatamente que sua interrupção não foi bem recebida por seu chefe.

A reunião estava se desenrolando tensamente, com Anton liderando a discussão. Fazil estava ansioso para contribuir, mas sua intervenção inoportuna causou desconforto na sala de conferências. Anton encerrou a reunião com um gesto de despedida, deixando Fazil se sentindo desapontado e preocupado com as possíveis consequências de sua interrupção.

A luz fraca do teto lançava sombras dançantes em seu rosto, acentuando o brilho em seus olhos.

Anton sussurrou enquanto observava as pessoas deixando a sala, seu tom carregado de mistério.

"O que você tem para me dizer desta vez, Fazil?"

Ele estava claramente aguardando uma explicação sobre a invasão nada discreta na reunião.

Fazil, visivelmente nervoso, respondeu:

"Senhor, recebemos uma denúncia intrigante. Dizem que há uma pessoa imune ao vírus."

Seu olhar incerto refletia a incerteza de como as revelações afetariam as decisões de Anton.

Anton franziu as sobrancelhas e olhou fixamente nos olhos de

Fazil.

"Imune? Você sabe que já ouvi essa história antes. Não posso me dar o luxo de me distrair com especulações."

Anton virou-se abruptamente e caminhou pelo corredor branco e extenso em direção ao elevador. Cada passo ressoava como um eco de sua determinação.

Anton estava nos corredores e Fazil corria apressado, tentando alcançá-lo.

Fazil tentou argumentar com mais convicção.

"Senhor, desta vez, temos evidências concretas. Veja esses documentos."

Corria para o elevador, parando de frente com Anton, que o olhava pelo canto do olho. Como se estivesse medindo a determinação de Fazil.

Ele abriu a pasta, revelando os papéis destacados com tinta colorida.

Anton examinou os documentos com um olhar crítico.

"Está bem, entregue esses papéis no meu escritório. Irei analisá-los com mais cuidado. Mas não espere que isso mude minha abordagem."

Fazil assentiu, aliviado por ter conseguido chamar a atenção de Anton.

"Entendido, senhor. Vou entregá-los imediatamente."

Deu um passo para trás fitando a face enigmática de Anton. O som das portas do elevador se fechando fez com que Anton inclinasse a cabeça para cima, deixando Fazil se perguntando quais cordas ele estava prestes a puxar.

À medida que as portas do elevador se fechavam, Fazil notou um envelope lacrado no chão. Seu nome estava escrito em letras elegantes. O que Anton estava planejando? Ele ficou tenso, sua mente girando com especulações sobre as intenções de Anton.

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