Episódio 18

Episódio 18

No interior do veículo que o conduzia, Murat permanecia envolto por uma mistura de sentimentos: raiva, desespero e uma ponta de curiosidade acerca do que o aguardava. O olhar perdido pelas janelas do carro refletia uma mente tumultuada, tentando processar as reviravoltas que o destino lhe impusera.

As lembranças dolorosas e enterradas pelo tempo agora ressurgiram, ecoando um sua mente como fantasmas do passado. A ideia de ser manipulado, de ser uma peça em jogos maiores dos quais mal compreendia, aumentava sua frustração.

Fazil, apresentava-se como uma figura ambígua, oscilando entre a busca desesperada por uma salvação e a frieza de quem faz escolhas. Enquanto o carro avançava, Murat tentava decifrar as entrelinhas dos planos de Fazil.

Fazil, olhando para a expressão intensa de Murat, decide quebrar o silêncio tenso que pairava sobre eles:

"Murat, sei que isso está longe do ideal, mas há algo que precisa entender. Estamos diante de uma situação complexa."

Murat respondeu com sarcasmo.

"Complexa? Isso é um eufemismo para um completo caos que minha vida se tornou."

"Compreendo sua frustração, Murat. Acredite, não era minha intenção que as coisas chegassem a esse ponto."

Irritado, Murat se remexeu no assento.

"Poupe-me das suas intenções benevolentes!"

Fazil suspirou.

"Se tivesse outra opção, acredite, teria escolhido. O que está em jogo aqui é muito maior do que sua compreensão atual."

"Maior do que eu? Maior do que minha vida?"

"Sim, Murat. Maior do que você, do que eu, do que todos nós. Há forças em movimento que nem mesmo Anton pode controlar completamente."

"Anton..... a que ponto chegamos? Ele é o responsável por toda essa loucura?"

"Ele é parte disso, mas não totalmente. Existe uma complexidade que vai além do que você conhece."

Fazil, percebendo a resistência de Murat, decide revelar mais informações, esperando conquistar sua confiança:

"Murat, eu sei que é difícil aceitar tudo isso de uma vez, mas há uma razão para tudo que está acontecendo."

"Por que eu deveria acreditar em você? E em Anton? Nada do que aconteceu até agora inspira confiança."

"Entendo sua desconfiança. Sei que tem muitas perguntas. Anton..... ele não é tão transparente quanto pode parecer."

"E por que eu iria cooperar? Parece que não tenho escolha, não é?"

"A verdade é que você tem uma escolha, Murat. Podemos continuar em conflito, o que beneficia ninguém, ou podemos encontrar uma maneira de entender e talvez, quem sabe, mudar o curso de destino."

"Mudar o curso do destino? Parece algo grandioso demais para minha insignificante existência."

Em um tom irritado, Murat apoiava suas mãos à cabeça.

"Sua existência não é insignificante, Murat. Você é a chave para algo que pode mudar não apenas sua vida, mas a vida de muitos. Se nos unirmos, talvez possamos descobrir o propósito de tudo isso."

Murat falou com um tom de desconfiança, olhando fixamente para Fazil.

"Está me convencendo e falando tudo isso por causa de sua família, não é?"

Fazil vacilou, parando bruscamente o carro à beira da estrada. Os olhos de Murat fitaram os de Fazil, buscando sinceridade.

"Eles precisam da sua ajuda."

Fazil encarava Murat, sua expressão carregada de urgência e o desespero. Murat permaneceu em silêncio, ponderando a situação.

"Eu entendo sua situação. Mas..... as coisas que você fez foram muito radicais. Poderia ter feito do outro jeito. Eu realmente não sei se devo ajudá-lo ou não."

Os experimentos deixaram Murat fraco, e sua voz refletia a exaustão. Fazil respeitou o silêncio por um momento, observando Murat.

"Está bem."

Fazil continuou a dirigir, enquanto Murat encostou a cabeça no vidro da janela, fechando os olhos para descansar.

Três dias depois

"Murat? Murat?"

Murat acordou lentamente com a voz de Fazil chamando-o desesperadamente.

"O que foi?"

Ele murmurou, com dificuldades para abrir os olhos.

"Você dormiu por três dias seguidos. Estava ficando preocupado."

Fazil segurava uma xícara de café, oferendo-a a Murat. O aroma forte invadiu suas narinas enquanto Murat se situar no presente após um longo sono induzido pela exaustão física e emocional.

"Onde estamos?"

Perguntou Murat, tomando um gole de café.

"Na minha casa. Eles estão lá em baixo."

Mutat olhou em volta, tentando assimilar o ambiente desconhecido.

"Na sua casa?"

Ele repetiu, surpreso, enquanto observava a expressão de Fazil. O sabor do café despertava sua mente gradualmente.

"Eu quero ver minha mãe."

Fazil concordou, levantando-se da cadeira.

"Vou levá-lo até ela, mas por favor, entenda que estamos todos sob ameaça."

Murat assentiu, preparando-se para enfrentar as consequências de suas ações.

Após Fazil mencionar a situação de sua família, Murat sentiu uma curiosidade genuína e preocupação pela condição deles. Fazil o guiou até o porão, ansioso para entender o impacto que a doença estava causando àqueles que amava.

Ao abrir a porta do portão, uma cena desoladora se revelou: uma criança e uma mulher, visivelmente afetadas pela doença, estavam ali, pronunciando palavras desconexas. Murat sentiu uma pontada de compaixão, observando o sofrimento que a condição trazia para a família de Fazil.

A dor de cabeça de Murat intensificou-se diante dessa demonstração direta dos efeitos devastadores da condição. Seu olhar buscou Fazil, que, por sua vez, lutava contra as lágrimas. Murat sentiu um aperto no coração, compreendendo a angústia que Fazil enfrentava ao ver sua própria família sofrendo. Nesse momento, um impulso de empatia e solidariedade tomou conta de Murat. Ele estava determinado a contribuir para encontrar uma solução não apenas para sua própria situação, mas também para aliviar o sofrimento daqueles que, de uma maneira ou de outra, estavam ligados a ele.

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