— Eles conseguiram voltar para Boston. Fugiram quando eu fui pego — disse, mas não acreditei em uma única palavra que saiu da boca dele.
Acontece que seria impossível terem retornado para Boston, cada maldita estrada havia sido interceptada pela nossa polícia, a fim de encontrar os invasores. Eles não teriam como ir embora. Estavam em Nova York e só não sabíamos onde ou quais eram os seus planos. Mas Camilo havia nos dado uma vantagem ao
confessar os nomes. Não seria mais uma procura no escuro. Agora, tínhamos rostos para perseguir.
Perambulei ao redor da mesa, suspirando audivelmente. Era uma pena que tivesse mentido para mim. Eu iria lhe dar certa vantagem em ter uma morte rápida, mas minha disposição a isso havia desaparecido em um piscar de olhos.
— Foi uma honra dispor da sua companhia, Camilo — avisei, antes de empurrar o rosto dele de volta para o prato, afundando o nariz na farinha dos ossos dos seus dedos.
— Morra de uma vez, tenho que ir noivar.
— crispei, analisando a hora em meu Rolex.
Camilo se debatia, tentando se levantar da mesa para retirar o rosto do prato, mas não tinha forças suficientes para conseguir. Infelizmente, ele não morreria sufocado, pois não havia pó o bastante para isso. Tampouco teria sucesso em prender a respiração por muito tempo e seria obrigado a cheirar mais um pouco.
— É do seu próprio corpo, homem. Bem mais limpo que a cocaína que costuma ingerir.
Ele gorgolejou e trepidou, então vomitou em cima da mesa, molhando o pó com o que restava em seu estômago.
Satisfeito com a morte lenta, nem um pouco honrosa, saquei a arma do coldre da cintura e atirei no topo da cabeça. Sangue e cérebro se juntaram na mesa, misturando-se à bagunça.
Afastei-me e limpei as mãos nas calças, analisando a minha obra de arte.
— Meu trabalho está feito — anunciei, devolvendo a arma para o coldre.
— Limpem a bagunça. Em breve teremos mais homens para a minha diversão.
Puxei os óculos de sol, cobri os meus olhos, girando nos calcanhares, e deixei a pequena sala de interrogatório para trás. Estava na hora de colocar a maldita coleira em meu pescoço, ou Gilliam faria com que os meus miolos sujassem a mesa, assim como os de Camilo.
Carmen Moris . Era hora de conhecer a minha noiva e futura esposa. Não que houvesse algum tipo de animação da minha parte, conhecia suficientemente bem as garotas da máfia para deduzir como Carmen seria. Uma boa garota, claro, mas não seria boa companhia. Eu nunca poderia chegar em casa e falar como havia sido o meu dia,
qual tortura teria selecionado para a vez, pois isso a deixaria assustada, e talvez até mesmo a fizesse vomitar.
Não existia divórcio em nosso mundo, Carmen estava destinada a ficar comigo para sempre, assim como eu estava destinado a não sair do lado dela. Não importava o quanto fôssemos incompatíveis, o quanto ela deveria ser uma garota inocente e angelical, enquanto eu era o diabo encarnado. Apenas não importava.
Precisaria manter minhas merdas fora de casa para não a assustar. Como todas as garotas da máfia, Carmen foi criada para ser uma boa esposa e uma mãe maravilhosa, educada e moldada à perfeição.
Armas, sangue e meus demônios não entrariam pela porta da frente. Isso a apavoraria o suficiente e tornaria o casamento o nosso próprio o inferno pessoal.
Da porta para dentro, tentaria ser alguém... compassivo.
Usaria uma máscara para esconder a verdade sobre quem eu era e fazia.
Não sabia como Enrico havia criado a filha, o quanto ele escondeu dela para preservá-la, mas precisava descobrir. Apenas imaginava que ele a havia criado em uma redoma de cristal, como uma verdadeira princesa, alheia ao mundo cru e perverso no qual vivíamos. Isso era nítido pela forma como protegia a filha, evitando levá-la aos eventos da máfia.
Empurrei as portas do galpão e olhei para o jardim da nossa residência, da grande mansão Venturelli . Coloquei as mãos na cintura e afastei um pouco as pernas.
Em breve, deixaria essa casa para trás. Não era certo dividir com Carmen a mesma casa que eu dividia com os meus irmãos e Elisa. Não poderia controlar Gilliam ou Nery de chegar ensanguentado. Elisa era acostumada ao que fazíamos, ela não se importava, mas Carmen ... sim.
Caralho, eu nem conhecia a minha noiva e ela já estava me dando uma dor de cabeça do cacete!
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Atualizado até capítulo 83
Comments
Kelly Sartorio
coitado ele que vai se surpreender com ela
2024-04-28
0
Neide Lima
😂😂😂😂 Inocente 😂😂😂😂
2024-04-23
0
Margarida
Uuuuuhuum 🤭. Eu vou amar ver 😂. Ela é que ainda vai safar a tua bunda da bandeja Dominique 😏😉 .
2024-04-19
0