Quando Dominic saiu, olhei para as pessoas ao meu redor. Estava prestes a me derramar em lágrimas, envergonhei a minha irmã na frente dos seus amigos. Ela não vai me perdoar por isso.
Mas todos começaram a bater palmas e me abraçar. Aquela sensação de sofrimento se dissipou por um momento. O calor do pessoal ao meu redor, por um segundo, me fez bem. Pensei que seria julgada por ter escolhido o namorado da irmã. O pessoal se aglomerou ao meu redor enquanto devoravam o bolo que estava sendo entregue pela ajudante de cozinha que o meu pai contratou para ajudar na festa.
— Ayla. — Pamela segurou meus ombros, me tirando daquela multidão. — Você se manteve firme, amiga. Como eu tenho orgulho de você, mas… acho que o Dylan foi embora.
— Como sabe? — olhei ao redor procurando por ele, em cada canto daquela multidão.
— A moto dele não está mais no estacionamento.
Lembrei do nosso beijo mais cedo. Havia acabado de beijá-lo na boca, um beijo tão bom e intenso, claro que ele ia confundir as coisas. O medo de magoar o meu amigo começou a surgir. Eu queria me vingar da Alana por dizer que o namorado dela nunca olharia para mim com outros olhos, além de dizer num microfone que eu ainda era virgem e acabei não pensando no Dylan.
— Eu preciso ligar pra ele, Pam. Nós nos beijamos.
— Amiga, você está bêbada. Resolva isso amanhã, deixe a poeira baixar, ok? — dei um abraço nela e agradeci por estar comigo.
— Acha que a minha irmã vai me perdoar?
— Você a perdoou pelo vexame que ela te fez passar, contando da sua intimidade para todos?
— É diferente, Pamela.
— Ela tem que perdoar o namorado, ele que te agarrou, por livre e espontânea vontade. E foi ela quem deixou, lembre-se disso.
— Alana pensou que ele não faria aquilo.
— Coitada, nem conhece o safado do namorado que tem. — resmungou em voz baixa.
Percebi que já era tarde, por volta de uma da manhã, e ainda havia muita gente na festa. Alana e Dominic desapareceram, e não os vejo há muito tempo. Recuso-me a subir para o quarto e encarar os dois.
Ele está com Alana, provavelmente a consolando, talvez até mais. Sei que não tenho o direito de sentir ciúmes dele, já que ele é dela, mas é inevitável. Queria que estivesse comigo, me dizendo que tudo ficaria bem, que Alana me perdoaria.
Para tentar esquecer os dois, comecei a beber. Minha cabeça girava enquanto dançava ao som da minha playlist favorita. O DJ já tinha ido embora, mas ainda havia pessoas que não tinham pressa para ir.
— Ayla, melhor parar de beber. Você está passando dos limites. — as minhas colegas de faculdade se aproximaram, com uma nítida preocupação nos olhos.
— Me deixe, gente.
— A minha mãe já está nos esperando, Ayla. Precisamos ir, mas não vou deixar você assim.
Me curvei para vomitar, e após despejar tudo na pista de dança, decidi que era hora de parar.
— Podem encerrar a festa, por favor? — pedi para os seguranças antes de entrar.
— Sim, senhora.
— Meu Deus, Ayla. Você nunca poderá dizer que não aproveitou seu aniversário de 18 anos. Vai ficar pra história.
— Só quero que amanheça para poder lidar com as consequências. — Minha cabeça girava como se estivesse em uma roda gigante, e meu estômago não parava de embrulhar. Subir as escadas foi uma dificuldade tremenda.
Passamos pelo quarto da Alana e fomos para o meu. A porta estava fechada e não ouvi nenhum barulho vindo de lá.
Com muito esforço, minhas amigas me deixaram sozinha no quarto. Fiquei deitada na cama, olhando para o ventilador de teto girar, junto com as paredes. Tirei minhas roupas e tomei um banho. De volta à cama, peguei meu celular, que estava cheio de chamadas perdidas do Mark e do Alan.
Bloqueei a tela e decidi sair do quarto. Antes, porém, coloquei um short jeans, uma blusinha e calcei meus chinelos. Era cerca de três da manhã, mas senti a necessidade de verificar a casa.
Ao sair, me deparei com os seguranças patrulhando do lado de fora da propriedade.
— Vocês ainda estão por aqui? — perguntei, surpresa ao vê-los.
— O senhor Mark pediu que ficássemos durante toda a noite. Algum problema?
— Os convidados.
— Todos se foram, os garçons também acabaram de sair. Retornam às 10:00h.
Após vomitar, comecei a me sentir melhor. A sensação de alívio ao expulsar o álcool do estômago foi reconfortante, mas ainda me sentia um pouco embriagada.
O mar diante de mim parecia convidativo demais. Sem sono, e com a lua cheia iluminando a praia, decidi caminhar em direção à costa, deixando para trás a casa e os seguranças.
Ao sentar na areia e abraçar minhas pernas, contemplei o vasto oceano diante de mim. O som das ondas, o aroma salgado do mar... Era uma cena hipnotizante. Ainda sentia o zumbido das vozes, risadas e batidas das músicas ecoando em meus ouvidos, enquanto flashes de luz neon continuavam a dançar em minha visão.
— Posso fazer companhia, bebezinha? — Quando ouvi sua voz, um calor intenso se espalhou pelo meu peito, mesmo sem precisar olhá-lo. Dominic estendeu uma coberta na areia e se sentou ao meu lado.
Contendo os arrepios que percorriam minha pele, virei para ele e vi que segurava uma garrafa de champanhe e duas taças.
Dominic não deveria estar ali. Ainda estava embriagada demais e tenho medo que a coragem me atinja e eu deixe escapar o que sinto por ele.
— Você não deveria estar aqui, Dominic. — Desviei meu olhar do seu corpo, tão atraente com os cabelos úmidos e levemente bagunçados. Ele usava uma bermuda do seu time de futebol e uma camiseta que delineava cada músculo.
— Diga o que quiser, só não me peça para voltar a ficar com a Alana.
— Por que não?
— Ela já teve o suficiente de mim. — Olhei para Dominic, seu sorriso divertido contrastando com a sensação de calor que despertava em mim. Ele tirou a rolha da garrafa e encheu as taças, segurando-as ambas em uma única mão, firmando-as entre seus dedos robustos. Estendeu uma delas na minha direção. — A noite é uma criança.
Desci os olhos para a taça. O aroma do champanhe e a frescura da espuma borbulhante me deixaram com água na boca. Peguei a taça e brindamos, dei um gole generoso. A bebida desceu gelada e refrescante, despertando todos os meus sentidos. Dominic encaixou a garrafa na areia e esticou as pernas, cruzando-as sob a outra, enquanto olhava para o horizonte.
Queria perguntar sobre Alana, mas estragaria o clima descontraído que estava surgindo entre nós. Mesmo depois de toda aquela confusão mais cedo, Dominic parecia estar bem, provavelmente tinha feito as pazes com a minha irmã.
— Como você está? — Sua voz áspera e ao mesmo tempo suave, despertou minha atenção sensorial. Consigo sentir o calor do seu braço perto do meu.
— Estou tentando me recuperar da confusão toda. — respondi, me sentindo um pouco mais relaxada na presença dele.
— Sobre o que aconteceu…
— Eu prefiro esquecer. Fingir que nada disso aconteceu, se possível. — mentia descaradamente. Eu nunca esqueceria de hoje e nem do beijo mais cedo. Ainda sinto perfeitamente essa boca quente chupar os meus seios como se aquilo fosse o único objetivo de vida seu.
Enquanto observávamos o mar, percebi pelo canto do olho quando ele virou a taça com a bebida na boca.
— Você pode até esquecer, Ayla. Mas isso nunca mais sairá da minha cabeça. — Contive um suspiro repleto de desejo. A forma direta como ele confessava seus sentimentos, sua voz, o calor de seu corpo... tudo me atraía irresistivelmente.
Eu queria abrir o jogo e contar dos meus sentimentos, explicar que essa situação não poderia continuar, pois era incorreta. Sabia que estávamos destinados a nos magoar, e que Alana sairia ferida.
— Domi…
— E antes que você diga que se arrependa, saiba que eu não me arrependo. — olhou para mim. — De absolutamente nada, Ayla.
Eu evitava encontrar seus olhos, me sentindo vulnerável demais, temendo que pudesse me jogar em seus braços a qualquer momento. Mantive o olhar nas ondas serenas do mar, meu corpo ardendo sob o peso dos seus olhos em mim.
— O que vamos fazer quando o meu pai descobrir? — ainda me sentia preocupada com a repercussão na nossa família. Mesmo que seja uma brincadeira de universitários bêbados, isso cairia como uma bomba nos ouvidos dele.
— Alana não vai contar.
— Como sabe?
— Ela pediu para que eu mantivesse isso em segredo. Acredite em mim, Alana não quer estragar a moral que o pai deu, permitindo fazer essa festa. — estendeu o champanhe para mim, oferecendo mais um pouco. Levantei a minha taça e deixei que ele enchesse.
— Está bom. — puxei a minha taça antes que ele erguesse a garrafa, o que acabou derramando um pouco na minha perna. Soltei um gemido ao sentir o choque frio do líquido na minha coxa quente.
— Parece tensa, bebezinha. Quer me dizer alguma coisa? — virei o meu rosto para olhá-lo.
— Dizer? Não quero dizer nada. — tentei parecer normal, mas é claro que entreguei o quanto essa nossa proximidade estava me abalando.
Assustei quando Domi agarrou minha coxa com a mão, bem acima de onde a bebida havia caído. Entreabri os lábios em espanto e olhei para ele. Vi Dominic se inclinar, tentei puxar minha perna, mas sua mão a imobilizou, apertando-a na areia macia e fofa.
Estendeu a língua para fora e percorreu toda a extensão por onde o champanhe escorreu. Língua essa, quente como brasa, transferindo o seu fogo para mim, deixando o meu corpo completamente em chamas. O meu coração já nem batia dentro do peito, simplesmente espancava.
Fiquei sem reação olhando se afastar e tirar a sua mão da minha pele.
— Vamos dar um mergulho? — ele se levantou sem esperar minha resposta.
— Acho melhor não, vai amanhecer e estou exausta. — eu disse, enquanto ele arrancava a blusa e a jogava na areia. A luz fraca da lua destacava seu abdômen definido e liso.
— Tem certeza? — perguntou, mas eu não respondi. Fui pega admirando seu corpo, então arranhei a garganta e decidi sair dali.
— Domi, Dominic, me põe no chão! — gritei quando fui erguida e jogada por cima dos seus ombros. — Eu vou gritar, me põe no chão.
— Duvido que tenha coragem suficiente para gritar. — correu em direção ao mar. Eu realmente não tinha coragem, mas tentei espernear para que ele me soltasse. Quando a água atingiu a ponta dos meus cabelos, alcançando sua cintura, ele me soltou, permitindo que eu me afundasse.
Mergulhei naquele mar escuro, o corpo dele era como uma sombra, sua pele clara iluminada suavemente pela luz da lua. Emergi como uma onça, ansiosa para arranhá-lo e desferir tapas, mostrando a minha insatisfação. Dominic segurou meu braço, puxando-me bruscamente para si. Envolveu a minha cintura com um abraço, e senti minha pressão arterial diminuir quando colou a boca na minha, num beijo ardente que dissipou qualquer resquício de irritação. Ainda tentei me desvencilhar daquilo, antes que eu me perdesse nos braços do meu cunhado, mas Dominic bloqueou qualquer gesto meu, deixando-me imóvel e completamente decidido, ansioso para continuar o que mal terminamos naquele salão de festas.
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Atualizado até capítulo 111
Comments
Liany🦋
eita, sério?
2024-11-04
0
Pati 🎀
espero que ele tenha terminado com a Alana
2024-10-31
0
Rosiane Alves
A Ayla está caindo rapidinho nas garras de Dominc.
2024-09-14
0