Estacionei a moto na garagem, arranquei a chuteira com o meião e deixei pelo corredor. Tirei o restante do meu uniforme e parti para um banho frio. Duas horas de treino pesado, ainda sentia os meus músculos pular. As veias nos meus braços inchadas. Deixei que a água tirasse o suor do meu corpo por si só.
Lembrei da porra entre Alana e Kamilla. Essa questão já está começando a me incomodar. Pensar na filha do meio dos Jefferson já está afetando negativamente o meu desempenho nos treinos.
Fechei o chuveiro e enrolei uma toalha na cintura. O grupo dos caras do futebol não param de falar merda. É um grupo para marcar treinos, mas só tem pornô. Até mesmo o treinador entra na onda.
Entrei no grupo e dei de cara com um bundão arrebitado. A moça usava uma calcinha com a bandeira no nosso time, “Phoenix Thunder FC”.
“Ei, rapaziada, se a Alana der de cara com essa foto no meu celular, tô lascado, nem vou ter tempo de me explicar, seus cornos.”
Enviei o áudio ao me despencar na cama do meu quarto. Rapidamente encheram o grupo com o “meme do caixão”.
Depois da última cena constrangedora protagonizada pela Alana na quadra, por causa de ciúmes das minas que só aparecem para nos ver jogar, mesmo sem entender nada de futebol, virei alvo de piadas por um bom tempo entre a rapaziada.
Entrei no Instagram para dar uma olhada no último Stories que fiz e dei de cara com a foto da Ayla. Mais de duas mil curtidas em apenas algumas horas de publicação. Ela estava com mais duas amigas na faculdade.
Linda. Ayla é uma bebezinha que dá água na boca, porra.
Ia sair daquela foto quando vi o comentário do Dylan: “A mais linda da faculdade.”
Que merda de cantada é essa?
Vi que eram quase 19:00h da noite, levantei já com o corpo completamente seco. Passei pelo espelho e vi meu peito vermelho dos socos da cunhadinha.
Essa garota é pura agressividade. Primeiro o tapa na cara, agora os socos. E o pior é que eu nem faço nada pra apanhar tanto dela.
Bati uma foto da agressão e enviei para Ayla, seguido de uma provocação. Adorava tirar aquela novinha do sério, estressadinha. Ao contrário da irmã, que apesar de ser ciumenta, é bem tranquila. Vesti um bermudão e uma camisa, dei uma passada de creme nos cabelos e joguei para trás. Notei que Ayla havia visto a foto, mas não me respondeu. Talvez eu estivesse indo longe demais.
Nunca trocamos mensagens pelo celular, eu tinha o número dela só para emergência. Depois que Ayla viu o sexo com a irmã, vem me evitando pela casa. Eu chego, ela some pro quarto do Alan e fica lá o tempo todo. Às vezes nem descia para o jantar e aquilo já estava me incomodando demais.
Felizmente, hoje tive a chance de pedir desculpas por ter perdido a cabeça e prensado seu corpo pequeno no balcão da cozinha.
É que quando vi ela com a mão enfiada por dentro da calça, acariciando a boceta enquanto eu comia a irmã, aquilo me enlouqueceu de tal maneira. Nunca mais fui o mesmo depois daquele dia. Passei a vê-la como mulher, até então era apenas uma menina para mim, mesmo que gostosa.
Deveria deixar Ayla pra lá, é a minha cunhada, caralho, e o Mark é o melhor sogro que eu pude ter, sem contar o Alan, somos amigos há muitos anos e por causa dessa amizade conheci Alana.
Ayla estava online e por isso insisti: “Já que tem uma foto do meu peito, para ficarmos quites, nada melhor que mandar uma também, né?
Dessa vez ela respondeu: “Que tal eu mostrar para a sua namorada as suas mensagens? Seu safado, cretino.”
Dei uma risada e respondi logo em seguida. Há muito tempo, noto que ela fica desconfortável quando estou por perto. Sempre evitando ficar ao meu lado. Eu odiava ver filmes de romance e comédia, o meu forte é luta e terror, mas quando Alana insistia com essas merdas, Ayla corria da sala. Talvez não quisesse atrapalhar a minha pegação com a irmã.
Mas depois daquela transa que ela viu, me peguei pensando cada vez mais nessa menina. Tentando decifrar o motivo por ela sempre querer me evitar. Ficar excitada vendo outra pessoa transar, qualquer garota daquela idade ficaria. Por isso não dei muita importância, mas notei claramente que sua pele estava quente demais e tremia quando eu apertava o meu corpo no dela.
Gozei trepando com Alana, mas pensando na Ayla.
Foi a primeira vez naquele dia, agora está se tornando uma rotina.
Eu nem estava me compreendendo mais. Sou louco pela Alana, mas a cunhadinha brava tá mexendo com o meu psicológico, isso está.
Deu uma vontade absurda de ouvir a voz dela pela ligação. Só torço para que Ayla não esteja ao lado da irmã.
Liguei, chamou por muito tempo, estava prestes a desistir quando ela atendeu.
— Fala, Domi. — voz doce.
Agora que atendeu, que caralho eu ia inventar? Liguei no calor do momento, e meter essa que liguei só para ouvir a voz dela, ia fazer a menina desligar o telefone na minha cara imediatamente. E como era a nossa primeira vez conversando assim, tentei não ser o safado e canalha que ela tanto me chamava.
— Desculpa. — Ayla foi a primeira a dizer.
— Pelo os socos? Acho que mereci.
— Eu não te soquei, Dominic.
— “Soquei”? Que papo é esse? Só eu soco, bebezinha.
— Haha, seu palhaço. — ri com a sua irônia.
— Olha, Ayla. Tava pensando e passei dos limites naquele dia. Eu não deveria andar na casa de vocês só de cueca. Sei lá, cara. Passei dos limites, a cama era sua e tinha o seu cheiro no lençol.
— Para Dominic.
Fechei os meus olhos ao perceber que falei demais. A verdade é que o perfume dela estava por todo aquele quarto, misturado ao da Alana. Foi uma loucura agarrar ela e jogar por cima da cama da irmã, propondo que fizessemos sexo ali. Mesmo que Alana tenha aceitado de primeira e parecia até ter gostado da minha ideia.
— Tá, foi mal, cunhadinha.
— Tudo bem. — ela deu uma suspirada. — É passado.
— Jura mesmo? — Ayla ficou em silêncio, demorando um tempo para me responder. Olhei para o celular e vi que a ligação ainda estava ativa. — Ayla?
— Por que se importa tanto com isso, Domi? Com que eu pense sobre você?
— Porra, Ayla. Você é como se fosse uma irmã pra mim também. Tava insuportável te ver me ignorar. Ayla? — Chamei. A ligação caiu, então voltei a ligar, mas dessa vez ela não atendeu.
Ouvi a porta da sala bater aqui de casa.
— De novo? Eu sempre tenho que te buscar no bar, James. — dei um pulo da cama ao ouvir os meus pais discutirem.
— Droga. — saí do quarto. O meu velho bêbado como sempre. Não conseguia ficar em pé sozinho. Aproximei para ajudar a minha mãe a segurá-lo.
— Aaah, Dominic tá em casa, que milagre. Pensei que tivesse enfiado naquele campo de futebol.
— Melhor do que estar, pai. Aguentando esse cheiro de pinga.
— Dominic, respeita o seu pai, filho.
— Que respeito ele merece? Olha pra isso. — Soltei o corpo dele no sofá.
— Moleque, eu trabalhei como um condenado para pagar a sua faculdade. Agora me trata assim. Filho ingrato do caralho.
— Filho, eu estava pesando. — A minha mãe me deu um breve abraço seguido de um beijo no rosto. — O aluguel está atrasado.
— De novo? — assustei.
— O seu salário como jogador não é lá essas coisas, filho. E a aposentadoria do James não ajuda muito.
— Peça um dinheiro emprestado pro Juiz, Dominic. O velho não é podre de rico? Você namora as filhas do Mark, claro que ele vai ajudar.
Foi a vez do meu pai falar. E essa não era a primeira vez que ele insistia para que eu pedisse dinheiro para o meu sogro. Sempre que as coisas apertavam aqui em casa, ele vinha com esse papo de pedir dinheiro para o pai da Alana. O que eu nunca faria, apesar do meu velho ter razão: eles são ricos.
Os caras do fute insinuaram que eu estava namorando a filha do Juiz por elas terem muita grana. E que talvez, se eu decidisse cometer um crime, passaria ileso por causa do velho.
O meu pai curvou para frente e tirou toda a bebida do estômago, vomitando no tapete da sala.
— Droga, James. Você vai limpar essa porcaria.
— Depois, querida, depois.
Olhava para essa situação deprimente da minha família. Mês passado já pedi um adiantamento pro clube, não dava para pedir de novo. Esfreguei as mãos no rosto tentando pensar melhor no que faria. O campeonato é mês que vem e teria que fazer de tudo pra ganhar.
— E aí, vai falar com o Juiz?
— Não, pai. — segurei o seu braço.
— Onde tá me levando? — Abri a porta do banheiro e sentei o velho no chão, com roupa e tudo. Abri o chuveiro para que ao menos o cheiro daquela cachaça sumisse da casa.
— E a sua namorada, qual o nome dela mesmo?
— Alana.
— Por que não trás a garota aqui?
— Pra quê? Pra ver isso? — ele tentou se levantar para acertar um soco em mim. Desviei, e o velho bêbado acabou escorregando e caindo para trás.
— Tem vergonha dos seus pais?
Alana é toda metidinha, há meses atrás quando trouxe até minha casa, ela claramente ficou desconfortável, mal comeu a comida que a minha mãe havia preparado. Tive que pedir uma pizza pra menina. Ela também nunca se interessou pela minha familia, nunca mais quis vir até aqui e foda-se as minhas vontades, se eu sentia a falta dela aqui ou não. O mundo da minha namorada é outro.
— Me ajude a levantar daqui, moleque.
— Se tem forças pra tentar me acertar, tem forças para se levantar também. — Saí do banheiro e entrei para o meu quarto. Joguei uma muda de roupa, escova de dente e uma cueca limpa na mochila.
Peguei o meu celular e tinha uma mensagem da Alana, pedindo que eu ligasse para ela. Guardei o aparelho na mochila e passei pelo corredor, a minha mãe já estava secando o bêbado no banheiro. Avisei que ia pro apê do Alan e voltaria amanhã.
— Aproveite e peça dinheiro pra ele, ou vamos morar na rua, moleque. — James gritou antes que eu saísse pela porta.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 111
Comments
Jacque gil
Poxa a Alanna não combina com ele prefiro com a Ayla 🙈
2025-02-22
0
Liany🦋
sabia, mas parece que foi depois de ter sido visto? achava que se foi mesmo ele que propôs ir na cama da cunhada era por sentir algo por ela. menos mal!!!
2024-11-04
2
Pati 🎀
a vida do Domi não está fácil, namorada que não se sente confortável com ele, o pai pressionando ....
2024-10-31
0