Capítulo 11

Eu nunca quis que esses dois discutissem por minha causa. Só queria que ele parasse de agir daquela forma comigo, pois amo a minha irmã. Sei que consigo conter os meus sentimentos por ele, mas isso só seria possível se ele me ignorasse. Apenas desejava fazê-lo perceber que me presentear com esse vestido foi um erro. Talvez, se Alana ficasse chateada e não fingisse ser a namorada perfeita na frente dele, Dominic veria que agiu errado, com nós duas.

Mas depois desse beijo, depois que ele teve a certeza que eu sinto algo por ele, será mais difícil que nunca para mim ter que disfarçar todo esse sentimento.

Queria ver o que a Moranguinho publicou na rede social dela, mas o meu celular ficou no quarto. Moranguinho é uma blogueira famosa na cidade, com mais de meio milhão de seguidores. Alana nunca gostou dessa menina e a convidou para a festa.

Impressionante o que a minha irmã faz por status.

Quando entrou um homem, esse de terno cinza. Pedi que ele me emprestasse o celular por alguns segundos, pois tinha esquecido o meu em casa e só precisava ver o vídeo que uma colega publicou. O homem desbloqueou a tela e me passou sem problema algum.

Encontrei o vídeo que a Kamilla falou para Alana; foi publicado em menos de uma hora e já tinha muitas visualizações.

“Olha gente, ninguém mais ninguém menos que ele, Dominic Sullivan. Vai ganhar o campeonato, Domi?”

Ela fazia como se fosse uma entrevista descontraída. O som da festa rolava no fundo, e o Dominic estava ao lado da Alana com um braço por cima dos ombros dela, enquanto Alana abraçava a sua cintura.

“Esse campeonato já tá ganho, Morango.”

“E os gols, vão ser pra quem? Porque sabe, é um pouco difícil adivinhar, né?”

Quem estava próximo começou a rir. Ele puxou Alana e deu um selinho em sua boca, como se aquilo fosse a resposta para a pergunta.

Com raiva, bloqueei a tela faltando mais um minuto de vídeo para acabar, e agradeci ao homem, devolvendo o aparelho para ele. Percebo que acabei de chegar em outro patamar. Aquele beijo só serviu para me fazer sofrer ainda mais. É claro que vê-lo com a minha irmã vai me destruir por dentro, e é claro que ele não vai terminar com ela por causa da droga do beijo que rolou.

O homem saiu, terminei a água e curvei a minha cabeça no balcão, deixando aquela sensação de tontura diminuir.

— Acho melhor parar com a bebedeira, bebezinha. — levantei de uma vez quando ouvi a sua voz tocar os meus ouvidos. Olhei para ele por alguns segundos e decidi adotar a postura que sempre tive ao seu lado.

— Acho melhor cuidar da sua namorada.

— Kamilla já está dando a atenção devida a ela. — aproximou-se, estendendo as mãos para mim.

— Pode parar. — levantei a mão e impedindo-o de continuar. — Não me encosta.

— Que foi, Ayla? — ele perguntou meio preocupado com a minha aversão. Então três garçons entraram na cozinha. — Já bebeu demais, Ayla. Você não está acostumada com isso.

— Não foi você quem disse que eu deveria aproveitar?

— Isso não significa que permiti você encher a cara. — olhou para os garçons e baixou a voz. — E nem ficar se esfregando com aquele garoto.

— Sinto muito te desapontar, Dominic Sullivan. — passei por ele e saí da cozinha, Dominic veio atrás de mim.

— Você está proibida de beber, Ayla.

— O meu cunhadinho vai me proibir?

— Com toda a certeza.

Aproximei-me da ilha de bebidas e pedi o que eles tinham de mais forte. O barman começou a preparar o drink.

— Dê um refrigerante a ela. — Dominic pediu.

— Eu sou a aniversariante. — falei para o barman. — Não acha que devo aproveitar a minha festa?

— Claro que sim. — o cara respondeu entregando um copo com um líquido verde com gelos. — Saúde.

Tentei pegar, Dominic tirou das mãos do homem antes de mim.

— Nem fodendo você vai beber isso aqui. — deu um gole na minha bebida.

Ao tentar pegar de suas mãos, Domi jogou o braço para cima, levantando a bebida. Tropecei nos seus pés e deixei o meu corpo cair por cima do seu. Senti duas mãos firmes me agarrar por trás, me afastando do Dominic.

— Entrega a porra dessa bebida pra Ayla. — Dylan vociferou me puxando para si.

— Não se mete, pirralho. — com essa resposta, Dylan acertou o peito do Dominic fazendo ele dar alguns passos para trás e deixando cair um pouco do líquido verde. Aquilo já foi o bastante para que algumas pessoas ao redor parassem de dançar para nos olhar. Dominic descontou o empurrão, acertando a mão do peito do Dylan que acabou caindo no chão. — Tá ferrado. — Dominic deixou a bebida no balcão, segurou a jaqueta do Dylan e desferiu um soco na cara do meu amigo.

Fiquei sem reação ao ver o Dylan acertar Dominic também, e os dois se atracarem em socos como se fossem dois inimigos mortais.

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