Um dia após o outro

No segundo dia de abstinência, ao menos que eu estava acordado, eu me vi mergulhado em um pesadelo ainda mais intenso do que o dia anterior. Cada músculo do meu corpo latejava com uma dor lancinante, como se estivesse sendo rasgado por dentro. Cada respiração era um suplício, uma luta desesperada contra o sufocamento que ameaçava me engolir por completo.

A ansiedade me consumia, devorando minha mente com pensamentos caóticos e obsessivos. Eu me sentia como se estivesse à beira de um precipício, prestes a cair em um abismo de loucura e desespero. Os minutos se arrastavam como horas, cada segundo uma eternidade de agonia e tormento.

O suor escorria pelo meu corpo, frio e pegajoso, enquanto calafrios percorriam minha espinha, deixando-me tremendo e trêmulo. Eu me sentia febril, delirante, perdido em um labirinto de sensações que me ameaçava com sua intensidade avassaladora.

Eu tentava me distrair, encontrar alguma forma de escapar do sofrimento que me consumia por inteiro. Mas não havia fuga possível, não havia refúgio seguro onde eu pudesse me esconder da tempestade que rugia dentro de mim.

Cada batida do meu coração era um lembrete implacável da minha própria fragilidade, da minha própria mortalidade. Eu me sentia como se estivesse à mercê de forças além da minha compreensão, preso em uma teia de destino do qual não havia escapatória. Cada fibra do meu ser clamava por aquela sensação fugaz de alívio que apenas a droga podia proporcionar, mas eu sabia que não teria.

Meu pai entrou no quarto e desprendeu meu tornozelo.

- Você tem dez minutos para tomar um banho descente. Eu não ligo se está com dor, se quer ou não tomar banho, você vai fazer o que eu mandar.

Sem escolha e sob o olhar implacável do meu pai, levantei-me da cama com dificuldade, sentindo cada músculo doer e cada articulação protestar contra o esforço. Arrastei-me até o banheiro, lutando contra as ondas de dor que me assolavam a cada passo.

A água do chuveiro caía sobre mim, uma torrente gelada que parecia cortar a pele como lâminas afiadas e parecia penetrar até os ossos, deixando-me ainda mais enregelado e trêmulo. Fechei os olhos e deixei que o frio penetrante me envolvesse, tentando encontrar algum alívio na sensação congelante que se espalhava pelo meu corpo dolorido. O meu corpo ainda tremia e a minha mente turva pela dor e pela abstinência.

Quando finalmente saí do banho, senti-me mais fraco do que nunca, a exaustão pesando nos meus ombros como um fardo insuportável. Eu me sentei na cama, as pernas trêmulas e os pensamentos turvos, enquanto lutava para encontrar algum sentido na tormenta que me consumia. Cada segundo era uma eternidade de agonia, uma luta desesperada pela sobrevivência em um mar de desespero.

Meu pai entrou no quarto com uma bandeja de café da manhã com pão, salada de frutas e um copo de suco. Ele colocou a bandeja do meu lado, se abaixou e prendeu meu tornozelo.

- Coma.

- Estou sem fome.

- Você prefere comer ou apanhar? A escolha é tua.

Comecei comendo o pão com o suco e depois comi a salada de frutas. Meu pai pegou a bandeja e colocou do lado, tirou a cinta e enquanto me segurava com uma mão com a outra desferiu algumas puxadas de cinta.

- Nunca mais me desobedeça ou me responda se não quiser apanhar. - disse ele saindo do quarto.

E assim, o segundo dia de abstinência se arrastou, cada hora mais longa do que a anterior, cada momento mais insuportável do que o anterior. Eu estava sozinho em meio à tempestade, perdido em um labirinto de dor e desespero do qual não havia escapatória à vista.

E quando a noite finalmente caiu, eu me vi mergulhado em um abismo de desespero e desolação. Os demônios da minha mente dançavam ao meu redor, sussurrando palavras de tentação e desespero enquanto eu lutava para manter minha sanidade frágil.

Eu gritei por socorro, mas ninguém veio. Eu chorei por misericórdia, mas não havia ninguém para ouvir. Eu me sentia sozinho, abandonado em um mundo que parecia cada vez mais distante e hostil.

Nos dias seguintes, a tortura da abstinência só se intensificou, cada momento uma batalha contra os sintomas físicos e emocionais que me assolavam sem piedade. As dores musculares se tornaram mais agudas, os calafrios mais frequentes e os tremores mais violentos. Cada respiração era uma luta contra o sufocamento que ameaçava me engolir por completo.

Eu estava preso em um ciclo interminável de agonia e desespero, lutando para encontrar algum alívio na tormenta que me consumia por inteiro. As horas se arrastavam como séculos, cada segundo uma eternidade de sofrimento e desolação.

Minha mente era um campo de batalha, onde os demônios da minha própria criação travavam uma guerra implacável pela minha sanidade. Os pensamentos sombrios dançavam em minha mente, sussurrando palavras de tentação e desespero, enquanto eu lutava para manter minha mente intacta.

A cada dia que passava, eu me via cada vez mais perdido em um labirinto de dor e desespero, sem esperança de encontrar uma saída. Cada surra do meu pai era um lembrete brutal da minha própria impotência, da minha própria fragilidade diante das forças que me dominavam.

Eu estava sozinho em um mundo que parecia cada vez mais hostil e implacável, lutando para sobreviver em meio à tempestade que rugia ao meu redor. Cada dia era uma batalha pela minha própria sobrevivência, uma luta desesperada contra as forças que ameaçavam me consumir por completo.

E assim, os dias se transformaram em uma semana de tormento e desespero, uma semana que parecia uma eternidade de sofrimento sem fim. Eu estava perdido em um mar de dor e desolação, sem esperança de encontrar uma luz no fim do túnel.

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Atualizado até capítulo 65

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