|18| Farpas Entre Primas

...Pov's Rosa Maria...

Tiro o moletom de meu corpo e o abraço sentindo o cheiro de Joseph quase raso, após pegar uma muda de roupa e minha toalha me preparo para sair de meu quarto, mas sou surpreendida por Natália:

— Sinto muito pela perca de seu emprego, priminha. — Ela fingiu um fungado, mas seu sorriso mostrou a falsidade nas próprias palavras: — Mas não devia se esfregar nos outros daquele jeito como uma puta.

— Eu sou uma puta Natália? — Pergunto dando um passo em sua direção. — Se eu sou uma puta, você é outra priminha. Afinal é impossível não reconhecer outra da mesma espécie.

— Como ousa sua— Eu vou contar para o meu pai! Para a tia Bruna!

Eu solto uma leve risada vendo-a ficar vermelha de raiva e digo:

— Caramba, que filhinha de papai você é. Nem para saber se defender sozinha, que puta medrosa é você Naty.

A mais baixa caminha em minha direção com sangue nos olhos e sinto meu rosto arder com o tapa que recebi. Meu rosto continua virado enquanto uma sequência de palavrões é esbravejado pela minha prima.

— NATÁLIA! — Dou um passo para trás ao ver meu tio entrar no quarto. — Como ousa falar essas coisas da sua prima e— VOCÊ BATEU NELA?!

— Não pai, foi ela que—

Bruna entrou rapidamente no quarto devido a gritaria e eu finjo meu falso choro. O olhar enojado de minha progenitora cai sobre mim, mas consigo atingir quem eu queria. Meu tio fica ainda mais possesso.

— Peça desculpas Natália! — Meu tio rogou em tom raivoso. Bruna tentou intervir, mas sem sucesso. — Fique na sua irmã, a minha filha quem educa sou eu! Me desculpe Rosa, essa garota precisa de uma lição.

Respiro fundo e limpo minhas lagrimas dizendo a meu tio:

— Tudo bem tio, apesar de tudo eu adoro a minha prima. Está tudo bem.

Pego minhas roupas e peço licença caminhando até o banheiro ouvindo Bruna e meu tio discutirem, com ambos distraídos olho a expressão mortal de Natália em minha direção e pisco para ela.

Priminha, priminha... Posso não ser uma puta igual você, mas se for para encenar falsas lágrimas, eu com certeza sou a melhor atriz. Tiro minha roupa e assim que ligo o chuveiro sinto a água morna descer por meu corpo.

Assim que saio do banho mal tenho tempo de passar a escova por meus cabelos, a buzina chama minha atenção e eu sequer olho pela janela. Saio alvoroçada notando Natália e Bruna no portão enquanto da Mercedes desce Anthony, Eric e Taylor.

Passo minha mão pelo vestido amassado e caminho em direção aos integrantes da família Holden.

— Boa tarde! — Anthony cumprimenta com um sorriso. — Olá Rosa!

— Oi Sr. Holden. — Sorrio.

— O que está fazendo aqui? — Bruna pergunta encarando Anthony. — Achei que tinha deixado claro que minha filha não vai trabalhar—

— Isso quem decide sou eu. — Nos viramos para a direita onde minha mãe se apoiava no meu tio. O olhar esverdeado da mais velha estava contendo uma expressão séria. — Eu sou a responsável e possuo a guarda legal da Rosa Maria. Enquanto eu estiver viva e andando eu sou a mãe dela.

Bruna até tentou falar algo a mais, entretanto mamãe continuou:

— Se você quiser eu posso procurar os papéis e esfregá-lo na sua cara Bruna.

O olhar raivoso de Bruna não atingiu nenhum de nós, ela simplesmente deu as costas entrando dentro de casa. Já olhar de minha mãe suavizou-se assim que ela encarou o Sr. Holden dizendo a ele:

— Olá! Você deve ser o bom homem que deu um trabalho a minha filha, eu me chamo Andrina Moraes!

— Muito prazer senhora, eu me chamo Anthony Holden. — Sr. Holden tomou a direita de minha mãe segurando-a delicadamente pelo braço. — Acho que temos muito o que conversar.

— Com certeza temos, por favor vamos até ali! — Ela apontou para o terreno e ambos seguiram até lá.

— Caramba, essa velhinha é do balacobaco. — Taylor soltou e eu gargalho.

Voltei meu olhar para os dois irmãos e Natália que sorria descaradamente para cada um deles.

— Olá! Meu nome é Natália. — Ela se apresentou, mas os Holden’s apenas me encararam.

— Hey sobrinha, fique com Deus. — Olho meu tio que beija meus cabelos. — Mas agora eu e Natália temos que ir. — A loira estava pronta para contestar. — Agora.

Assim que eles partiram solto um longo suspiro vendo que os irmãos haviam se escorado no portão e me encaravam. Olhei para o terreno onde minha mãe conversava com o senhor Holden.

— Vai dar tudo certo. — Encaro Eric que sorri. — Você vai voltar para nós, não se preocupe.

— É você vai voltar para o hospício. — Taylor piscou e sorriu de canto.

— É você vai voltar para a cova dos sanguessugas. — Me viro rapidamente vendo Josué surgir e desaparecer no mesmo instante.

Eric deu um passo em minha direção e Taylor cerrou os olhos zombando:

— Novamente vendo fantasmas coisinha? Vou chamar os ghostbusters para você.

— Chama um exorcista, é melhor. — Digo e o loiro gargalhada, já Eric franze o cenho e Taylor para de rir ao perceber que não tinha sequer um humor na minha frase. — Vocês querem entrar? Minha gata Kitty deu cria, três miniaturas talvez os gêmeos se interessem por algum.

— Só se for o lanchi—

— Adoraríamos Rosa. — Eric cortou o irmão lhe dando uma cotovelada.

Sorri e entramos dentro de minha casa indo diretamente para o meu quarto. Kitty miou ao notar os dois visitantes, me sentei na cama encarando o terreno um tanto ansiosa, Taylor fazia carinho nos filhotes enquanto Eric se sentou ao meu lado dizendo:

— Relaxa Rosa, já disse que vai dar tudo certo.

Dou um sorriso fraco para o mesmo enquanto seguro o moletom de Joseph, movo minha cabeça para frente e ouço uma risada vindo de Taylor que foi o primeiro a perceber a peça de roupa do irmão em meus braços.

— Mesmo se ontem fosse seu último dia conosco você ainda sim teria uma lembrancinha do nosso querido Joseph. — O loiro cantarolou. Eric me olhou e eu senti meu rosto ruborizar.

— Eu pretendia devolver! — Rebato e Taylor me olha descreditado. — É sério eu daria um jeito.

Eric solta uma risada calma e então olha para a janela levantando-se. Taylor que estava agachado também faz o mesmo e eu os encaro confusa, mas o moreno apenas diz:

— Vamos lá, eles terminaram de conversar. Estão nos chamando.

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