|12| Uma Boa Notícia

...Pov's Rosa Maria...

Louis era mais quieto e isto era bastante visível, enquanto sua gêmea falava e fazia diversas brincadeiras, ele se contentava em ficar sentado no Puff rosa olhando o jardim.

— Porque não fazemos uma brincadeira juntos? Nós três! — Sugeri encarando a loira. — Vamos Lavínia! Tenho certeza que você é muito criativa, milady!

Lavínia torceu o nariz com uma expressão não tão animada, isto mudou de repente assim que seus olhos brilharem em um olhar maldoso.

— Pode ser! O Louis pode ser o bobo da corte! — A garotinha riu. — Combina perfeitamente!

— Nós seus sonhos! — Retrucou o pequeno.

— Heyyy! Ela sugeriu uma brincadeira Louis! Você pode sugerir uma depois... — Tento deixar a balança equilibrada.

Louis parou para pensar por um momento, mas sorriu da mesma forma que a irmã momento depois.

Sinto que vai ter um concurso: vence aquele que fazer a brincadeira mais maldosa e eu suspirei cansada, tendo noção que o dia seria mais longo que normal.

Duas horas haviam passado e eu realmente me sentia em uma época medieval:

— VAMOS GUERREIRA ROSA! CORTE A CABEÇA DESSE BOBO TRAIDOR!

— ANTES DE FAZER TAL COISA, EU IREI TE MATAR SUA RAINHA MÁ! E A GUERREIRA ROSA SERÁ A RAINHA! — Louis retrucou.

Uau. Eu realmente tinha apenas duas escolhas: ser a rainha ou a guerreira leal. Mas na vida real, eu era apenas a babá e lembrei disso rapidamente quando Eric adentrou o meu quarto, eis o meu salvador.

Suspiro enquanto o moreno parecia confuso.

— Porque estão gritando?

Sorri forçada procurando uma maneira amena de explicar a situação, porém Eric apenas riu tentando aliviar o clima.

— Já se passaram duas horas, Rosa. — Franzi o cenho para o rapaz. — Está na hora de comer algo.

— Vocês estão cuidando da minha rotina?

— Você sabe, precisamos cuidar bem da nossa querida babá. — Ele pisca para mim. — Joseph te espera na cozinha, fico com eles por enquanto.

Agradeço Eric e dou um beijo na cabeça de cada um dos gêmeos me retirando do quarto. Enquanto ando pelo corredor olho as molduras nas parede, era uma casa muito clássica.

Algo que também me chamava atenção era se nessa fazenda possuía animais. Nunca vi ninguém fora a família Holden por aqui e eles não parecem do tipo que acorda cedo para fazer isso.

Mas seria cômico ver o Taylor tirar leite da vaca ou Eric dar banho num cavalo. Consigo até ver Lavínia e Louis jogando milho para as galinhas.

Joseph tiraria os ovos dos galinheiros e o pai deles iria fazer uma horta. Seria totalmente hilário ver essa família tão elegante fazendo coisas de fazendeiros.

Meus pensamentos me influenciaram tanto que acabei por entrar na cozinha gargalhando alto encontrando um Joseph curioso. Meus olhos recaíram no belo rapaz e logo mais em suas mãos onde ele segurava uma bandeja com cookies que pareciam recém feitos.

Minha risada sumiu aos poucos ao ver que o Holden não usava luva ou proteção alguma, suas mãos estavam totalmente nuas contra aquela bandeja. Ele pareceu perceber meu olhar e sorriu:

— Estão prontos há um tempo, e como não vi indícios seu que desceria para comer pedi para Eric lhe chamar.

— Não sinto tanta fome, Joseph. — Sorri agradecida enquanto ele colocava três cookies em meu prato. — E eu estava entretida demais brincando com os gêmeos.

Ele riu soprado enquanto tirava da geladeira uma jarra com alguma vitamina e a colocava em meu copo:

— Eu sei, pude ouvir os gritos daqui de baixo.

Fiz careta. Eles estavam gritando tão alto assim?

— Obrigada Joseph. — Agradeço a gentileza do rapaz.

— Adoraria lhe fazer companhia, mas também tenho meus afazeres e meu pai deseja falar contigo. — Joseph diz.

Então meu celular apita e eu pego rapidamente vendo uma mensagem de minha madrinha:

“Querida, sua mãe retornou! Irei deixar suas roupas na sua casa, avise o Sr. Holden.”

Um sorriso estava estampado em meu rosto.

— E bom, parece que você também precisa falar com ele. — Joseph sorriu fazendo uma referência. Meu Deus esse homem deve ser de outro mundo. — Irei chamá-lo, bom apetite senhorita.

Joseph me deixou solitária naquela cozinha e eu peguei um cookie pronto para me deliciar, mas no momento que eu o toquei larguei rapidamente. Estava fervendo.

Encarei minhas costas pensando em Joseph. Sai da cadeira que me sentei e aproximei minha mão do forno com os outros cookies sentindo o calor. Respirei fundo.

— Rosa? — Dou um pulo pelo susto e acabo encostando a mão toda na bandeja o que me faz xingar.

— Porra.

Me viro rapidamente encontrando Anthony Holden me encarando curioso.

— Esta tudo bem? Queimou sua mão? — Ele perguntou preocupado.

— Estou sim, senhor Holden. — Menti. Eu realmente não iria comentar sobre aquele ocorrido. — Preciso falar com o senhor.

— Também preciso falar com você. — Ele sorriu. — Sente-se, alimente-se e vamos conversar. Você primeiro.

Sorri e então peguei meu celular mostrando a mensagem para ele e completei:

— Minha mãe voltou de sua viagem então podemos conversar hoje mesmo.

— Fico feliz em ouvir isso, Rosa. Hoje quando for embora eu mesmo a deixarei em casa. — Ele se sentou a minha frente. — Eu queria aproveitar e conhecer você melhor, sei do seu sonho, mas não sei muito do seu passado. Você tem irmãos, presumo? Pois se dá muito bem com meus filhos, e isso vai além de dons.

Meu sorriso morreu aos poucos, então respirei fundo tentando não demonstrar fraqueza:

— Tenho um irmão de seis anos que não mora comigo e... Uma irmã que teria quinze anos, se não tivesse falecido.

Anthony ficou surpreso e sua expressão mudou para algo como compaixão:

— Perdoe minha indelicadeza, Rosa.

— Tudo bem senhor Holden, não tinha como você saber, afinal você não lê mentes. — Dou uma risada seca enquanto tomo mais um gole da minha vitamina. — E está tudo bem agora, isso foi há três anos, preciso seguir em frente.

Um silêncio constrangedor tomou conta da cozinha e abaixei meu olhar sabendo que foi minha culpa.

— Como está a brincadeira com a Lavínia e o Louis? – Ele perguntou e eu o encarei. Anthony apoiou seu rosto na mão que estava apoiada na mesa e franziu o cenho — Eu ouvi gritos bem animados daqui.

— Desculpe pela barulheira, senhor Holden! — Digo rapidamente. — Deve ter muitos assuntos pra resolver e tem toda essa gritaria!

Anthony gargalhou enquanto me senti uma palhaça:

— Eu tenho filhos, Rosa. Essa casa não seria a mesma se não tivesse o barulho deles. — Sorri para ele. — Bom não vou te atrapalhar mais, te vejo no final do expediente.

Depois de terminar meu café da tarde lavo os utensílios que usei e antes de sair da cozinha olho para a bandeja de cookies, aquilo não era normal e se eu questionasse, não fazia ideia do que poderia descobrir e se seria bom ou ruim.

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