|04| Um Pequeno Deslize

...Pov's Rosa Maria...

Passamos a tarde e o começo da noite brincando e eu a maioria das vezes era a criada assassinada, meus nomes ao longo dos jogos foram: Rebecca, Irina, Diana, Roberta, Laura, Amanda. Não tive coragem de perguntar se as brincadeiras de Lavínia tinha um pouco de verdade — claro exceto pelas partes sangrentas, mas pelo o que eu entendi as brincadeiras era um meio de vingança da pequena.

Quando deu 20h10min a porta foi aberta revelando um Eric surpreso, acho que sua reação sucedeu pelo fato de eu e Lavínia estarmos rindo.

— Rosa, meu pai pediu para você ir para a sala, ele deseja falar com você. — Disse o moreno — Pode levar suas coisas que eu cuido da Lavínia a partir de agora.

— Eu hein, parece até que vou ser despedida. — Rio enquanto me levando da cama.

— NÃO! A Rosa é minha babá, vocês não tem permissão para tirar ela de mim, muito menos demitir! — Lavínia contestou abraçando minha cintura e com uma força maior do que uma garotinha de oito anos praticamente me jogou na cama de volta.

— Lavínia. — Eu e Eric falamos ao mesmo tempo e nós encaramos, porém dei a palavra para o rapaz — Ela durou mais de cinco horas na sua companhia, não vamos despedir essa guerreira tão cedo. — Ele sorriu e cruzou os braços — Mas ela ainda é babá do Louis e não o conheceu.

— Aí meu Deus! O Louis! Me desculpa, eu não vi o tempo passar. — Me levanto apressadamente da cama e pego minha mochila, antes de sair do quarto dou um abraço rápido em Lavínia que fica surpresa com meu ato — Se tudo der certo, amanhã eu estou de volta! Como seu irmão disse, não vai se livrar tão cedo de mim, milady.

— Vou te esperar! — Ela sorriu.

Me despedi de Eric com um aceno e deixei o quarto, desci as escadas e fui para onde tive a certeza de ser a sala de estar. Logo um garotinho loiro surgiu no meu campo de visão, ele estava de costas para mim olhando atentamente um ursinho de pelúcia. Em uma poltrona estava Anthony que ao me ver abriu um largo sorriso, abaixei a cabeça sem graça e já de ante mão digo:

— Me desculpe, Sr. Holden, eu não vi o tempo passar e eu não soube que o pequeno Louis já estava em casa.

— Por favor, não me trate como uma criança, senhorita. — O menininho se pronunciou e olhou em minha direção.

— Louis. — Anthony olhou seu filho que novamente abaixou a cabeça. — Não se preocupe com isso, Rosa. Eu vi que você estava se dando bem com Lavínia, não quis lhe atrapalhar.

Vejo o garotinho se levantar e passar por mim, Anthony tentou chamar a atenção de seu filho que não deu ouvidos. Respiro fundo tomando a coragem de me pronunciar:

—Me desculpe senhor Holden, mas eu fui contratada para ser babá de duas crianças, então não tenho o direito de dar preferencia mais para um do que para o outro. Da próxima vez eu vou me certificar de ver se o Louis estará em casa e fazer companhia para ele, pois assim como da Lavínia eu sou a babá dele também. Então me desculpe por esse descuido.

Eu senti o olhar do garotinho em mim, lhe olhando de relance eu poderia jurar que ele estava surpreso, dei um mini sorriso para o mesmo que abaixou sua cabeça novamente.

— Foi contratada? Achei que tinha lhe dado apenas um tempo de experiência como babá em minha casa. — Voltei a atenção para Anthony que tinha um sorriso irônico, mas sua expressão se fechou e ele se levantou caminhando em minha direção — Eu perdoo o seu erro, porque é o seu primeiro emprego, mas futuramente quando você for trabalhar realmente para uma empresa, tenha a plena noção que desafiar seu chefe como fez agora vai lhe causar uma demissão.

— Sr. Holden, eu—

Ele gesticulou com as mãos pedindo silêncio e eu abaixei a minha cabeça apertando meus dedos.

— Me diga, você acha que eu sou o tipo de pai que valoriza um filho mais do que o outro? — Ele parou ao meu lado.

Seu olhar recaiu para mim novamente e eu não tive coragem de lhe encarar, sua presença era intimidante e meus dedos já estavam brancos de tanto que eu os apertava.

— Seu silêncio não vai responder minha pergunta, senhorita Maria.

— Sr. Holden, eu sinto muito. — É a única coisa que digo e o mais rápido possível antes que ele me mandasse me calar — Não vai acontecer novamente.

— Assim eu espero, Rosa. — Anthony voltou para a poltrona e cruzou seus dedos me encarando — Eu só a chamei aqui para lhe parabenizar pelo seu excelente desempenho, mesmo no primeiro dia. Você se deu bem com minha filha e eu fico feliz com isso, até minutos atrás eu diria que você seria uma excelente babá por lidar com o temperamento de minha filha e de Louis, que em personalidade é bem mais calmo do que Lavínia, mas agora eu estou questionando se fiz a escolha certa.

Questionando? Ele ainda me questiona?

— Você sabe que muitas babás não consegue ficar aqui por causa do temperamento da minha filha, como eu posso dizer, ela é difícil. Por ser a única menina da família, eu como pai papariquei ela demais. — Foi a minha vez de olhar ele com certo desprezo, não consegui conter minha expressão de raiva — Porque esse olhar raivoso em minha direção, senhorita?

Se controle Rosa. Se controle! Você é capaz de fazer isso.

" Você é capaz de fazer isso, querida."

Meus olhos se arregalaram e as janelas bem trancadas se abriram com uma enorme rajada de vento que invadiu toda a sala, me virei assustada olhando tudo ao meu redor sentindo meu coração palpitar com aquela sensação que apenas eu conhecia.

Minha respiração ficou ofegante enquanto as janelas abertas batiam na parede várias vezes fazendo o barulho ser perturbador.

— Que porra, achei que o clima era melhor aqui. — Taylor e Eric surgiram, Lavínia logo atrás junto a um rapaz desconhecido por mim. Os irmãos Holden fecharam as janelas e o silêncio pairou no lugar.

— Rosa. — Senti a mão de Anthony em meu ombro e dei um salto para trás assustada. Encarei o homem que tinha uma expressão preocupante.

— Sinto muito, Sr. Holden, eu devo ter me assustado com o... Vento, sabe o barulho. — Digo em tom abaixo evitando olhar qualquer um ali, mesmo sabendo que no momento eu era o centro das atenções — Se me permitir, quero passar os minutos que resta do meu horário na companhia de Louis, eu ainda não tive tempo de conhecer ele.

— Eu não permito. — Anthony simplesmente respondeu e eu o encarei com certa confusão — Faltam menos de vinte minutos para o fim do seu expediente, Rosa. E você está assustada demais para ter cabeça para fazer companhia ao meu filho, isso poderá ser compensado amanhã, não se preocupe. — Seu olhar recaiu em alguém atrás de mim — Joseph, leve-a para seus aposentos. Mesmo não morando aqui, você terá um quarto seu para deixar suas coisas e se preferir tomar um banho e descansar em dia de trabalhos. — Ele voltou a me encarar.

— Sim, pai. — Ouço a voz rouca e alguém toca meu braço — Senhorita por favor me acompanhe.

Desviei meu olhar e encarei aquele que falava comigo. Era um belo rapaz, com um sorriso gentil desenhando seus lábios, seus olhos eram azuis acinzentados e possuía uma pele pálida, seus cabelos longos e negros desciam até suas costas realçando ainda sua beleza.

— Tudo bem... — Foi a única coisa que consegui pronunciar.

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