Ela olhava para a roupa que ele comprara, era um conjunto deslumbrante e caro. Só de olhar o seu bolso já doía, mas tomando um banho gelado ela se trocou e logo algumas mulheres vieram lhe maquiar. Com o cabelo preso num rabo justo e a sua franja alinhada, ela desceu sendo levada até o lugar.
_ O senhor Soares a aguarda na entrada.
Acenando-lhe, Clara desceu do carro e o seu queixo caiu instantaneamente quando viu aquele lugar.
_ Está exagerada, devo dizer nora._ a sogra apareceu com um olhar reprovador.
_ Está magnífica a minha esposa, olá querida!_ Marcos apareceu de repente segurando a sua mão_ Suponho que a senhora não entende de arte, ela está tão bela quanto uma pintura renascentista.
_ Devo dizer que é diferente..._ ela falou saindo de vista tão rápido quanto chegou.
_ Obrigada!_ Clara sussurrou para ele que sorriu e apertou levemente a sua mão em acordo.
Eles ouviram alguns discursos enquanto experimentavam vários sabores de doces e salgados, Marcos falava sobre os seus negócios enquanto ela ouvia as senhoras fofocando.
_ Minha jovem, quando terão filhos?_ uma mulher lhe cutucou a fazendo engasgar.
_ Não estamos planejando nada ainda._ Clara desviou do assunto bebendo um pouco de seu suco.
Com um sorriso largo, ela saiu dando uns tapinhas no ombro de Marcos que a olhou sem entender nada. No caminho para casa ela se sentia exaurida e adormeceu olhando o mar no caminho. Acordando assustada, Clara percebeu estar na sua cama e olhou para seu corpo, ficando aliviada em ver que ainda vestia a roupa de cedo. Se trocando, ela voltou a dormir e logo cedo desceu para tomar o seu café da manhã, Marcos comia tranquilamente e a deu bom dia assim que se sentou.
_ O que achou de ontem?_ ele perguntou antes de tomar uma xícara de café.
_ Foi bom, divertido na verdade!_ ela sorriu enquanto pegava algumas torradas.
_ Que bom!_ ele parecia tranquilo ao ouvi-la falar._ Alguém a incomodou?
_ Uma senhora perguntou quando teremos filhos_ ele engasgou com o líquido no mesmo instante _ , mas não se preocupe, eu disse que não temos planos para isso, sabe.
Ele ajeitou a sua postura e abriu um leve sorriso, por estarem perto ele logo estava com o braço ao redor da sua cintura. Clara ficou surpresa e, ao mesmo tempo nervosa, ele estava perto demais.
_ O que você está fazendo?_ ela quase gritou.
_ Somos marido e mulher, é normal estarmos perto um do outro._ ele falava com tranquilidade_ Além disso, mesmo que não sejamos um casal dentro de casa, lá fora você é minha esposa.
Ele falou perto de seu ouvido lhe causando calafrios e uma sensação diferente que a fez piscar confusa, se virando rápido para tentar se afastar os seus olhos encontraram-se frente ao outro.
_ Pe-perto demais..._ ela gaguejou sentindo suas bochechas esquentarem.
_ É essa reação que quero de você, espero que tenha gostado da aula._ ele se afastou devagar e saiu atendendo o telefone.
_ O que?_ ela falou para si.
Como alguém podia ser tão bonito e ao mesmo tempo tão sacana? Olhando para o seu reflexo ela percebeu que ainda estava vermelha, completamente vermelha. Idiota! Ela praguejou mentalmente enquanto terminava o seu café e subia até o seu quarto. Olhando pela janela ela viu aquela mulher novamente e na mesma hora sentiu os seus ombros caírem, ela era a esposa de mentira e nada mudaria isso, mas se sentir triste? Descendo as escadas ela foi para a sala, com uma TV enorme, era quase um cinema particular e não perdendo tempo ela logo procurou algum filme para ver.
_ Já assistiu garota do século vinte?_ Rita, a empregada, lhe perguntou.
_ Nunca ouvi falar, é bom?_ ela estava curiosa.
_ Sim, eu gostei muito senhora, farei uma pipoca! _ ela falou entusiasmada.
Clara sempre fora uma pessoa simples e gentil, então com as funcionárias da casa ela se dava muito bem. Sempre lhes dava bom dia e aproveitava para conversar um pouco, gente rica só sabia dar ordens e ela não queria isso. Com o final do filme ela e Rita estavam as lágrimas e as secando, ela se espichou a falou.
_ Por que não me avisou que eu iria chorar?_ ela apontou para Rita que também chorava com o final.
_ Desculpa senhora, queria surpreende-la!_ ela riu e entregou-lhe um pedaço de bolo.
Enxugando as lágrimas elas riram da situação e passaram a tarde fofocando, Clara sentia falta disso a tempos e após subir conversou um pouco com a sua mãe. Ao saber que o trabalho ia bem a sua mãe suspirou de alegria e se animou ainda mais quando Clara avisou o valor que estava mandando.
_ Oh querida, você é muito especial! E as contas da casa?_ ela soou preocupada _ Não quero você passando fome por nossa causa, se cuide também.
_ Não se preocupe mãe, a comissão foi boa esse mês. Agora descanse e trate de se cuidar também, amo você.
_ Ama quem?
Clara deu um grito assustada quando viu Marcos na porta, com o semblante sério ele a olhava como que tentando entender o contexto. Clara tremeu quando ele começou a se aproximar e já pensou o pior.
_ Não me bate!_ ela pôs as mãos cobrindo o rosto.
Ao ouvir o desespero na sua voz ele ficou mais carrancudo ainda e abaixou os seus braços a olhando.
_ Eu te bateria para quê?_ ela levantou os seus olhos para ele_ Com quem estava falando?
_ Com uma pessoa importante..._ ela respirou devagar percebendo que ele ainda segurava os seus braços.
_ Nome?
_ Vai me machucar se eu não disser?_ ela sentiu sua voz tremer por puro reflexo.
_ É claro que não, só espero que não seja outro homem, você é minha!
Percebendo o motivo da pergunta ela ficou aliviada e riu, então ele não queria que ela estivesse com outra pessoa, mesmo que ele estivesse fazendo isso.
_ Se sou sua esposa, por que está com outra?
_ Isso é assunto particular, está com ciúmes?_ ele arqueou as sobrancelhas se aproximando.
_ Você está?_ ela rebateu.
_ É claro que não, não preciso sentir ciúmes já que não temos nada._ ele respondeu vitorioso.
_ Então não vai se importar se eu trouxer algum homem para casa...
_ Não pode! Você é minha esposa, apenas eu posso tocá-la._ ele puxou-a para si a fazendo perder o equilíbrio.
_ Não, não pode. Já sujou a minha honra trazendo outra mulher para dentro de casa, além disso, eu estava falando com a minha mãe... Postiça! Ela é uma pessoa muito querida para mim.
Percebendo que ela estava certa ele ficou um pouco desnorteado, mas fixando os seus olhos nela a puxou para si até que os seus narizes se tocassem e com um sorriso zombeteiro falou.
_ Posso estar com outra, mas você é a minha esposa. Mesmo que apenas por contrato, posso te-la comigo quando quiser e também terá a mim, sou o seu marido._ segurando os seus cabelos ele beijou-a, Clara tentava se afastar, mas ela correspondeu-o inconscientemente o fazendo rir_ Vejo que também me deseja, então estamos no mesmo barco.
Se afastando devagar ele saiu do quarto, mas a sensação dos seus lábios nos dela ainda estava presente, o hálito quente, as mãos fortes e os olhos intensos deixaram Clara sem fôlego. Idiota outra vez! Ela se sentou na cama tocando a sua boca que ainda estava úmida, ele seria a sua ruína.
_ Eu não sou sua!_ ela praguejou sentindo a mentira em suas palavras.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Ana Tomio
libera mais capítulos. vc fica muinto tempo sem publicar .o livro é bom mais tem que atualizar senão os leitores desanima
2024-04-11
1
bianca lina
mais pliss 🥹
2024-04-06
2