No domingo de manhã, Clara já estava arrumada para o encontro, com o vestido branco e uma maquiagem suave, os contornos do seu rosto tornavam-se ainda mais delicados.
_ Vamos?_ o segurança a aguardava no carro.
Acenando, ela entrou e seguiram até o chalé dos Rubens, a vista era agradável e aconchegante e rapidamente o carro parou no lugar indicado. Abrindo a porta, ela deu de cara com Marcos de pé sem a sua cadeira de rodas e olhou em volta confusa.
_ Onde está a sua cadeira?
_ Não vou usá-la mais._ ele sorriu e estendeu o braço.
_ Mas você disse que a sua mãe não poderia saber...
_ Acho que agora é o momento ideal, não acha?_ ele encarou-a a deixando sem graça e concordou antes de olhar o burburinho de pessoas que cercavam a sua mãe.
_ Meu filho coitado, está envergonhado demais para chegar naquela cadeira de rodas...
_ É por isso que vim andando mãe._ Marcos falou alto chamando a atenção de todos e deixando a sua mãe furiosa_ A senhora me disse sermos convidados de honra, eu não poderia decepcionar.
Ela cuspia fogo pelos olhos, mas em momento algum sua voz foi ouvida, os outros convidados os olhavam de cima a baixo curiosos.
_ Então você está andando? Isso é fantástico!_ uma mulher de vestido listrado bateu palmas puxando um pequeno coral com ela.
_ Ele é o orgulho da família Soares, sem dúvida!_ Henrique Rubens o cumprimentou calorosamente._ Eu espero que as peças leiloadas lhe agradem, felicitações para o casal!
_ Obrigado! Estamos completando três meses hoje.
_ Então brindemos a isso!_ levantando a sua taça, Rubens indicou o casal e logo mais duas taças estavam em suas mãos _ Um brinde ao casal mais bonito desta festa, que daqui a alguns anos possamos ver os frutos que eles terão!
Após o brinde, eles acompanharam-no até um assento e alguns minutos depois a primeira peça chegou para o leilão, Clara comia as porções de comida enquanto ouvia os lances. Sentindo uma mão na sua perna, ela encontrou os olhos de Marcos sondando, os dedos acariciavam suavemente a perna que ela havia machucado.
_ Já está melhor, fique tranquilo._ ela mostrou o joelho.
_ Eu sei, mas gosto de estar perto._ ele aproximou-se ajeitando uma mecha de cabelo atrás da sua orelha, os olhos verdes brilhando_ Hoje quero achar algo especial para você.
_ Como assim?_ ele piscou e voltou a sua atenção para o chefe do leilão, Clara ficou sem jeito e retornou para frente também.
Anunciaram diversas peças com preços que Clara sentiu-se totalmente deslocada, tantos zeros de uma única vez a faziam ficar tonta. A última peça foi apresentada, um colar de ouro branco com três pedras de diamante no centro da peça, o valor? 1 milhão a aposta inicial.
_ Quem daria um milhão numa peça? É muito caro e...
_ Dois milhões!_ Marcos levantou a plaquinha.
_ O que?_ ela arregalou os olhos.
Marcos olhava-lhe como se fosse algo delicado, os seus olhos tinham um brilho tão intenso que a deixaram sem fôlego, mas logo o rosto de Lucy veio a sua mente então ela entendeu que aquele colar era para sua companheira de verdade. " Não posso me iludir, ele foi sincero comigo.", ela pensou desanimada, mas sorriu fingindo.
_ Eu dou três!_ um senhor levantou a sua placa.
_ Quatro milhões!_ Marcos falou de novo desafiando o velho.
As pessoas começaram a encará-los enquanto os dois subiam os lances, logo o salão inteiro estava observando curioso quem seria o comprador final da peça.
_ Oito milhões, pode tirar o cavalinho da chuva meu jovem!_ ele riu enquanto se levantava para pegar a peça antes mesmo dela ser separada.
_ Infelizmente para você eu estou inspirado hoje, dez milhões!_ ele levantou a sua placa aguardando que o senhor desse mais um lance, mas ele se sentou praguejando e então Marcos se levantou_ É tudo graças ao meu amuleto da sorte, a minha querida esposa!
A ajudando a se levantar, ele segurou a sua mão e levantou-a para cima com um sorriso largo. Na empolgação Clara sorriu timidamente e acenou para algumas pessoas, a sua sogra estava de braços cruzados, apenas observando.
_ De fato, uma joia rara dessas deve ser muito bem cuidada!_ Rubens os cumprimentou após o fim do leilão _ Já pegou a peça?
_ Vou pegar agora._ o homem lhe entregou e então surpreendentemente Marcos virou-se para ela _ Vire-se meu amor.
_ Eu não mereço, querido!_ ela respondeu mantendo o personagem, mas, ao mesmo tempo ela não se sentia merecedora de tal presente.
_ Uma joia para a minha joia!_ ele colocou o colar em seu pescoço se demorando com as mãos ali_ Afinal você é minha esposa, não posso me dar o luxo de deixar outro lhe dar presentes._ ele sussurrou em seu ouvido lhe causando arrepios em lugares que ela nem imaginava.
Segurando a sua mão, ele a levou até pessoas da família e a apresentou. Apesar de alguns olhares acusatórios, a maioria a elogiava e se apresentavam a ela. No caminho para casa Clara passeava os dedos sobre o colar olhando a vista distraída, sentindo uma mão tocar-lhe a perna ela virou-se rápido.
_ Está pensando em que?_ Marcos falou calmamente.
_ Eu não sei, na verdade._ ela nem sabia mais o que pensar sobre ele_ Obrigada, pelo colar! É um presente e tanto, de verdade!
_ Fico feliz que tenha gostado._ ele ria sem rodeios_ E é para você, não pense que é por é porque estou com Lucy que vou deixar de cuidar da minha esposa, me importo com você.
_ Eu também me importo com você._ ela tampou a boca imediatamente quando percebeu que falara inconsciente o fazendo gargalhar.
_ Eu sei minha querida, eu sei.
No jantar em casa, ele contava sobre os negócios e ria ao se lembrar da expressão da mãe. Clara também estava animada, eles conversaram sobre a comida e também as pessoas que estavam lá. Conversando com a sua mãe, ela contou estar bem e que o trabalho estava melhorando.
_ Como está o meu casal favorito?_ Victor falou de dentro da sala repondo os produtos.
_ Não sei que casal tá falando, mas estamos bem._ Clara respondeu-o enquanto atendia uma senhora.
_ Não finja que não gostou, vocês dois estão apaixonados um pelo outro.
_ Não se engane, somos amigos agora. Apenas amigos e está bom assim._ ela fez um gesto de fim.
_ Amigos também podem virar namorados, ou marido e mulher como já são.
_ Tá bem._ ela riu_ Ele me deu um presente ontem, um colar.
_ E um colar milionário é presente de amigo, tô certo?
_ É um presente apenas, um presente._ ela falou passando a mão no pescoço lembrando do toque de duas mãos ali_ É só um presente bobo._ sussurrou ela para si mesma.
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Atualizado até capítulo 75
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