Ela parou de descer para tomar café e também para jantar, sempre pedia para alguém levar os seus pratos até o quarto e às vezes parecia que nem comia. Ele não esperava esse tipo de reação dela, mas desde o dia que chegou com Lucy em casa ele se sentiu estranho. A expressão dela, naquele dia não saia da sua cabeça, um sorriso sumindo junto com aquele olhar. Ellen não estava mais sorrindo, e sentia que Lucy era o motivo.
_ Alô!_ ele viu ser a sua mãe _ Precisa de algo?
_ Não posso ligar para saber se meu filho está bem?_ ela falou seca_ Neste final de semana teremos uma tarde de degustação em homenagem às famílias que ajudamos no último semestre, venha com a sua esposa marcar presença.
_ Estaremos lá, algo mais?_ ele estalou os dedos.
_ Sim, no domingo teremos uma ação beneficente com os Rubens. Somos convidados de honra, espero que se prepare até lá, até mais.
Desligando ele pensou sobre a ocasião, Ellen teria que estar com ele, mas não poderia falar sobre Lucy. Informando o seu segurança, ele foi mais cedo para casa tentar encontrá-la sem que ela corresse dele.
Deixando a cadeira de rodas de lado, Marcos deu algumas voltas e se sentiu um homem completo. Surpreenderia a todos chegando sem a cadeira de rodas e com a sua esposa, se sentando a mesa o seu telefone tocou e vendo a tela piscando com o nome de Lucy ele atendeu.
_ Estou terminando uma audiência e estarei ai numa hora…
_ Tenho que resolver alguns negócios hoje.
_ Ah, tudo bem amor. Quando vai contar a sua família sobre nós?_ ela falou cada palavra devagar.
_ Preciso resolver algumas pendências do meu pai, vejo você amanhã.
Assim que ele desligou, Ellen passou de fininho até a escada não lhe dando tempo de chamá-la. Mais tarde, ela também não desceu, então quando a empregada estava subindo para levar a sobremesa ele se adiantou e segurou o carrinho.
_ Deixa que eu levo.
Marcos levou o carrinho até a porta do quarto dela, antes de bater na porta ele exitou imaginando se ela ficaria irritada, mas bateu e aguardou.
_ Obrigada Rit... Marido?_ ela falou alto.
_ Não desceu para comer, pensei que estivesse sentindo algo.
_ Você está andando?_ ela olhou para suas pernas e depois virou rápido com o rosto vermelho.
_ Sim, agora consigo andar bem melhor que antes._ ele falou empolgado então lembrando da sobremesa falou_ Trouxe a sua sobremesa, acho que isso vai te animar um pouco.
Ela olhou para o pedaço de pudim com olhinhos brilhantes, Marcos podia jurar que via pequenas faíscas saindo de seus olhos até o doce. Pegando o prato, ele entrou no quarto a fazendo voltar a tona e olhá-lo envergonhada.
_ Por que entrou?_ ela falou nervosa.
_ Tenho algo a falar.
Ela correu até a cama juntando alguns papéis e colocando-os na gaveta do criado, virando rápido com um sorriso tímido. Se sentando na ponta da cama, ele percebeu o quanto ela parecia magra.
_ Está comendo bem? Você parece ter perdido peso...
_ Estou de dieta._ ela olhou com o canto do olho para a sobremesa.
_ Bem, temos uma degustação no sábado, já deixei tudo preparado e nosso segurança está encarregado de levá-la até o lugar._ ele a observou acenar_ E no domingo uma ação beneficente com os Rubens, nossa presença é importante nos dois dias.
_ Entendi._ ela alisou o tecido da cama olhando para longe.
_ Tem vestido para a ocasião?_ Marcos olhou para ela curioso.
_ Tenho... Eu vou olhar rapidinho._ ela correu até o closet e pegou algumas peças_ Tenho esses vestidos ótimos para o verão.
Ele olhou para as roupas, eram bonitas, mas tão simples que não parecia que ela viveu numa família rica. Os vestidos não eram adequados para o ambiente onde eles estariam e conhecendo a sua mãe, ela usaria essa oportunidade para denegrir a sua imagem.
_ Amanhã vamos às compras, avise o seu patrão que tem compromisso.
_ O quê? Mas eu...
_ Não se preocupe, amanhã às 9 da manhã.
Saindo do quarto ele foi se deitar e sorriu ao lembrar dela correndo, o corpo pequeno e frágil. Lucy o ligou fazendo-o sacudir a cabeça antes de atendê-la.
_ Tem planos para o final de semana amor?
_ Reunião de família, mas no domingo podemos jantar fora, o que acha?
_ Está perfeito! Estou com saudades, querido. Boa noite!
Fechando os olhos ele voltou os seus pensamentos para Ellen, ela devia ter uma vida antes de tudo isso, mas assim como ele seguiu a vontade do pai. Se concentrando em dormir, ele acordou no primeiro toque do despertador e deu de cara com Ellen sentada tomando café da manhã, sorrindo ele acompanhou-a no desjejum.
Durante o trajeto tudo seguia em completo silêncio, ele no seu telefone passando tarefas aos colaboradores e ela olhando a vista, a postura rígida. Marcos já estava pensando na dificuldade que seria em escolher uma roupa assim que botaram os pés na primeira loja. Ela sempre dizia que o preço era absurdo, como alguém que viveu em uma família rica reclamaria de preços?
_ Ellen, meu amor!_ ele segurou a sua mão a deixando corada_ Apenas experimente e me mostre para ajudá-la.
Aquele toque íntimo o deixou com um calor confortável, ela já parecia uma adolescente com vergonha. Soltando a sua mão, ela foi até algumas araras e ficou por alguns minutos lá até que pegou algumas peças e foi para o provador. Com muito custo ela escolheu uma peça e entregou à atendente. Pagando a peça ele a observou olhando para um vestido na vitrine, feito em alta costura era uma peça delicada com botões na frente justo ao corpo com um babado na altura do joelho.
_ Gostou da peça?_ ele aproximou-se.
_ É linda..., mas não precisa!_ ela falou rapidamente.
Batendo os dedos na cadeira, ele chamou a atendente e pediu aquele vestido também,compraram alguns sapatos e almoçaram fora. No final do dia ela parecia mais relaxada e no jantar lhe lançava olhares curiosos, ela era muito diferente de tudo que haviam lhe dito, mas era dele. Ellen era sua esposa e propriedade e ninguém tiraria dele enquanto durasse aquele contrato.
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Atualizado até capítulo 75
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