Talvez o fato de estar de pé a tenha assustado, mas era essa a intenção que ele queria causar quando estavam tomando um café. Quando Marcos falou as suas regras, ele sentiu os ombros pesarem menos e os dela se agitarem nervosos, esse efeito era sua dominância? Satisfeito com isso ele pensou na possibilidade de firmar um acordo com ela em troca da sua total coloração, mas primeiro ele queria observa-la. Ellen era mais bonita do que ele imaginava e ouvia de seu pai, infelizmente ele não pode estar no casamento e isso o frustrou um pouco, mas só o fato da sua mãe não se agradar da jovem já o fez se sentir melhor. O jantar foi silencioso, ela parecia nervosa na sua presença e ele a observou antes de então subir para seu quarto.
_ Precisa de mais alguma coisa senhor?_ o segurança retirou os seus sapatos e o ajudou a ficar de pé antes dele chegar na cama.
_ Tudo bem, boa noite!_ ele o dispensou e então deitou em sua cama, o seu corpo pesava uma tonelada, mas todo o esforço não estava sendo em vão.
Marcos então olhou as fotos do casamento em seu celular, ela parecia um anjo com o sorriso tímido, totalmente diferente da descrição que haviam lhe dado dizendo sobre ela ser mimada e arrogante. Como alguém pode ter duas personalidades? Ele balançou a cabeça para focar em seu sono enquanto olhava a porta fechada imaginando a possibilidade de abri-la e ir vê-la dormindo.
Assim que acordou, o seu motorista o ajudou com as roupas e com a ajuda do segurança desceram, logo que tomou o seu café o motorista o levou até o fisioterapeuta. Marcos andou por alguns metros antes de segurar na barra para descansar, as suas pernas pareciam pegar fogo, mas ele se forçou andar um pouco mais.
_ O senhor está evoluindo muito mais rápido senhor._ Otávio, o seu fisioterapeuta bateu palmas satisfeito _ Para alguém que sequer mexia a ponta dos dedos o senhor está quase novo, me surpreendeu a sua evolução devido ao tempo em que ocorreu o acidente.
_ Ainda assim, não consigo andar mais que 5 metros sem sentir o meu corpo ceder, preciso ser mais rápido.
Ele falou encostando a cabeça na cadeira, olhando a hora em seu relógio eles se despediram e logo seu motorista o levou até a empresa. A divulgação de um novo modelo de motor para carros automáticos era o motivo da agitação de todos quando ele entrou na sala de reuniões, a sua mãe estava com um sorriso enorme no rosto.
_ Veio acompanhar o nosso protótipo?_ ela falou alto para que os outros também ouvissem.
_ Meu protótipo! A senhora não pode aprovar algo sem o meu consentimento, principalmente sem testes._ ele falou casualmente a fazendo se inclinar para ouvir.
Algumas pessoas se olharam confusas com a situação deixando ela com vergonha, ainda com um sorriso no rosto ela tentou rebater.
_ Mas você está com as suas faculdades mentais em dia meu filho? Eu só estou fazendo o meu papel de mãe, não deveria me agradecer?_ a sua voz fina rasgava os ouvidos.
_ Não há necessidade de intervir em algo que sou capaz de fazer sozinho._ ele a respondeu inexpressivo vendo o seu sorriso morrer em poucos segundos.
A vendo ir embora com faíscas saindo pelos olhos, Marcos não se deu o trabalho de observa-la e iniciou a reunião, a tarde toda focaram no aprimoramento só protótipo e indo para casa ele se sentia de bom humor.
Chegando em casa, todos o receberam e prontamente prepararam uma mesa para ele tomar o seu café da tarde, pensativo ele fechou a cara pensando na família a qual fazia parte. Era uma vergonha a própria mãe querer roubar o filho, impor o seu nome como se fosse dona. Ouvindo passos delicados ele viu o seu pequeno troféu, a mulher com quem se casara a um dia.
_ Boa tarde esposa!_ ele a cumprimentou gentil.
_ Boa tarde marido!_ ela o respondeu com um olhar confuso e subiu.
Ela era estranhamente misteriosa, mesmo com suas expressões facilmente previsíveis, Ellen era um mistério. No jantar, o silêncio reinava o ambiente e ambos comiam em suas bolhas, ela parecia bem em seu pijama comprido. Marcos observava a peça pensativo, a roupa parecia a muito usada já que as cores eram desbotadas. Em seu quarto ele refletia sobre os pequenos detalhes dela, ela parecia muito simples, tanto em palavras quanto em vestimenta, ele achava que sabia tudo sobre ela, mas na verdade ela era uma página em branco agora. Um anjo misterioso que seu pai escolhera sem saber para ele, era fascinante! Marcos sorriu orgulhoso antes de adormecer pensando em como se aproximar dela. Pela manhã, ele acordou cedo e iniciou o seu desjejum aguardando a presença da jovem que não apareceu.
No trabalho ele supervisionou as etapas finais e agendou testes para ver se o produto estava pronto, a empresa era ativa e os funcionários muito eficientes então logo ele já estava em casa. Era hora do almoço e a sua esposa nem sequer havia dado as caras dentro da casa, comendo devagar ele então resolveu olhar as câmeras para saber por onde ela andava. Por volta das 6 da manhã ela saiu de seu quarto com uma mochila nas costas, o cabelo amarrado vestindo calça jeans e uma blusa comprida, passou na cozinha e arrumou um pão com geleia saindo rapidamente da casa, olhando a câmera do dia anterior foi a mesma coisa atiçando sua curiosidade.
_ Onde você vai querida?_ ele falava intrigado enquanto olhava as imagens.
Assim que ela chegou a tarde, ele a cumprimentou como no dia anterior observando a sua expressão curiosa. No jantar ela apenas comia e olhava para as taças sem lhe dirigir o olhar um minuto sequer, era possível ela estar escondendo algo?
_ Quero que faça algo._ ele falou ao seu segurança no quarto enquanto se preparava para dormir_ Siga a senhora Soares, quero saber o que ela anda fazendo o dia todo.
_ Sim senhor!_ ele acenou.
_ Mas não deixe que ela o veja, me informe tudo até sexta.
Assim que ele saiu do quarto, Marcos olhou o cronograma que havia recebido quando descobriu o nome de sua noiva. A única coisa que havia registrado eram as aulas de balé que ela fazia desde criança, todos os dias no horário da manhã, alguns passeios com as amigas, mas não acontecia com frequência. Mexendo em seu despertador, ele decidiu acordar antes dela e saber o que de fato ela fazia.
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Atualizado até capítulo 75
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