Calor

Na manhã desta sexta-feira, acordei adormecida na floresta nas linhas territoriais de Conri, na minha forma de lobo. Ele não me deixa sair, mas, também, não me dou ao luxo de me deitar com ele. Desde que Math mostrou a sua forma mista para mim e assisti à mudança no seu olhar, fiquei confusa e isolei-me na floresta tem poucos dias... na contagem do ciclo lunar, talvez uma ou duas semanas.

Não tenho uma conexão de amizade com a minha loba, mas ela diz que ficar longe do companheiro que escolheu para nós, deixa a nossa essência natural fraca. Mesmo caçando pequenos animais, se banhando nos rios e deixando os pelos secarem na grama, tem sido difícil entender o que está acontecendo. Então hoje, vou tentar refazer alguns passos antigos... como voltar a antiga casa da vovó e ir até o Coffee Wolf. Quem sabe não recebo as Boas-vindas dos pais de sangue?

"— Hum! Nem sonhando"

Pensei enquanto as patas da minha loba caminham de volta ao povoado de Conri. Os caminhos na floresta são apertados e espalhados de forma imprecisa, ela olhava em volta e não me dizia nada. Tudo é assim com ela, toma qualquer decisão sem me consultar:

"— Não vai-me levar de volta? "

Perguntei. Em silêncio ela fornecia os passos elegantes na grama e uivou, nessa ordem mesmo, como se eu não estivesse com ela ou como se ela fosse indenpendente. O som alto e vibrante trouxe Conri na sua forma lupina: os músculos das patas fortes, pelagem preta e olhos vermelhos. Os dentes a amostra e a saliva se soltava a todo o vapor da sua bocarra entreaberta, a luz do dia começa a raiar:

"— Está bem. Juro a você tentar aceita-lo, se nós duas construirmos um laço."

Falei enquanto sentia um farejar profundo nos pelos dela, Conri a farejava por todas as partes do corpo dela. De focinhos colados um no outro, escutei a voz dela depois muito tempo:

"— Então respeitarei você, Mia."

As vezes, sinto a falta de Math, mas, nesse momento apenas uma coisa se passa pela minha mente: preciso construir a minha relação com a loba dentro de mim, caso contrário não poderei decidir qualquer coisa que passar pela minha mente. Quando voltamos ao povoado, Conri me levou novamente a sua cabana. Os móveis no mesmo lugar, a mesma paleta de cor castanho.

Na porta de entrada, congelei a poucos segundos antes de entrar. Lembrei do dia em que Math bateu aqui e acabou sendo preso, parecia que nada havia mudado ou que o tempo não tivesse passado. Depois, Conri me abraçou pelas costas quando voltamos a forma humana, mais eu afastei dos seus braços o meu corpo nu:

— Algo errado? — Perguntou ele com carinho

As mãos dele na minha pele fria, pela falta de calor dos pelos da minha loba, olhei a disfarçar com amor nos meus olhos, acariciei o seu rosto na reluta de correr outra vez e falei:

— Não, só preciso de uns minutos como humana, está bem?

Ele compreendeu e me ajudou no seu banheiro a aquecer a água do chuveiro, enquanto ele mexia na temperatura usando as torneiras, cruzei os braços e observei o seu rosto. Ele realmente é atraente, se não fosse pelas lembranças eu o teria escolhido também:

— Só precisamos de tempo, bela...

Disse-me ele à sorrir amorosamente:

— Desculpe, acabei me esquecendo dessa parte... — Refleti por curtos instantes — não sei se temos jeito, Conri.

Parei por um momento, ele aproximou-se e levantou levemente o meu queixo para alinhar os nossos olhares. Tentei evitar, é claro, mas ele não permitiu e a tão pouco a minha loba:

— Olhe para mim. — Ordenou ele com a voz rouca

No calor dos seus braços Conri apertou a minha cintura, quando olhei para ele senti um aperto no meu coração humano, que se mistura com o desejo e aceitação da minha loba. Com tudo, o brilho dos seus olhos verdes conseguiram adentrar a minha alma.

Ele não me permitiu dizer mais nada, apertou meu corpo contra o seu e me beijou. Um toque necessitado e lânguido com sabor de frutas doces... senti um arrepio na nuca e uma força dentro de mim quase gritar por socorro, quando ele me levou a parede do banheiro e me segurou no seu colo com as suas mãos, o misto da minha duvida começou a dividir para uma escolha aparente.

Ele segurou-me como se não fosse ter outra chance, o seu cheiro exalou pelo banheiro fechado... um perfume doce de caramelo e de olhos fechados, respirei fundo a dominar cada partícula purificante do seu perfume natural. Por entre lábios e aos poucos, nas minhas lembranças Conri parecia percorrer cada canto de escuridão reinante sobre o meu caminho tortuoso e aos sons de poucos gemidos, pelos beijos e mordidas no meu ombro, com a água aquecendo no vapor um desejo crescente em mim... Math começou a sumir e isso tonteava-me:

— Conri... espere...— Falei ofegante

Ele riu e de leve-me colocou em baixo d'água. Beijou a minha testa e molhou a sua cabeça a baixo do calor da água. Eu devo ameaça-lo? Talvez. O meu coração disparou, enquanto a água cai sobre nós a sua pele está quase colada na minha, olhei para baixo e as minhas pernas tremeram ao ver a sua tumicidade ganhar volume:

— Basta você me pedir... — Falou ele com a voz mansa e rouca

O meu corpo tremeu, ele abriu os olhos e puxou o ar a sua volta:

— Rosas-amarelas... É inebriante, se permitir sentir você...

Ele falou a roçar seu corpo no meu, mais isso também ressoava com pouca dúvida dentro mim: Eu o quero, a minha consciência ainda não está totalmente limpa mais, confesso que esse cheiro dele me deixa.... completamente sem reação e... A minha loba parece desejar a fera dele também.

Ele tocou o meu rosto e me beijou outra vez, com a direita ele acariciou de leve os meus pecados humanos e gemeu, quando sentiu o calor excessivo entre as minhas pernas. Não queria fazer isso forçada, queria ter mais identidade, mas, o meu corpo parece ter a sua própria vontade. Mais, eu devo aceita-lo? Será que eu devo apenas recomeçar com ele, ou me afastar? São perguntas com poucas escolhas de palavras... Mais, a força delas reflete muito do desejo no meu corpo, da minha loba e consegue afastar a razão.

...............

Olá meus amores, bom feriado para vocês!! Desculpem a demora para subir capítulos, eu tenho outros trabalhos que desenvolvo também. Acabei de publicar um livro na Amazon e queria convidar vocês para dar uma olhada, se chama SKULL OF THANA, é romance sobrenatural também. Grande beijo e até breve com mais história!!!

.........

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Comments

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

pense numa personagem confusa! acho q nunca li essa disputa entre as metades d 1 msm ser

2025-01-16

1

Ver todos
Capítulos
1 Primeiro Contato
2 Marcada
3 Sonho
4 Um conto sobrenatural
5 O Beijo
6 O Despertar da Consciência
7 Aceitando a mudança
8 Suspiros e Tensão
9 A aula de Benny
10 Carta
11 Math
12 Transformação
13 Recomeço
14 União
15 Em coma
16 Discussão
17 Conversa
18 Magia
19 Calor
20 Capítulo 20 — Companheiro
21 Capítulo 21 - Um estranho conhecido
22 Capítulo 22 - Verdadeiros Inimigos Parte 01
23 Capítulo 23 - Branco como o luar
24 Capítulo 24 - Relato
25 Capítulo 25 - Decisão
26 Capítulo 1 - Segunda Parte - Universidade de Kinyph
27 Capítulo 02 - Passando mal
28 Capítulo 03 - Laços
29 Capítulo 04 - Marca
30 Capítulo 05 - Tanaka
31 Capítulo 06 — Mãe
32 Capitulo 07 - Mãe Parte 2
33 Capítulo 08- Descoberto
34 Capítulo 09 — Esperança (Por Mia)
35 Capítulo 10 - Zeiow — Confissões
36 Capitulo 11 — O Jogo Começa — Parte Um
37 Capitulo 12 — O Jogo — Parte 2
38 Capitulo 13 — Quase!!
39 Capitulo 14 - A Caminho de Casa
40 Capítulo 15 — Notícia
41 Capítulo 16 - Assumindo Tudo
42 Capítulo 17 — Josh
43 Capítulo 18 - O Despertar de Zeiow
44 Capítulo 19 - Sufoco
45 Capitulo 20 - Socorro e reconhecimento
46 Capítulo 21 — Família
47 Capítulo .... — Vinte e Dois
48 Capítulo 23 — Chamada
49 Capítulo 24 — Quinta-feira
50 Capítulo 25 — Otosan
51 Capítulo 26 — A caminho de Casa
Capítulos

Atualizado até capítulo 51

1
Primeiro Contato
2
Marcada
3
Sonho
4
Um conto sobrenatural
5
O Beijo
6
O Despertar da Consciência
7
Aceitando a mudança
8
Suspiros e Tensão
9
A aula de Benny
10
Carta
11
Math
12
Transformação
13
Recomeço
14
União
15
Em coma
16
Discussão
17
Conversa
18
Magia
19
Calor
20
Capítulo 20 — Companheiro
21
Capítulo 21 - Um estranho conhecido
22
Capítulo 22 - Verdadeiros Inimigos Parte 01
23
Capítulo 23 - Branco como o luar
24
Capítulo 24 - Relato
25
Capítulo 25 - Decisão
26
Capítulo 1 - Segunda Parte - Universidade de Kinyph
27
Capítulo 02 - Passando mal
28
Capítulo 03 - Laços
29
Capítulo 04 - Marca
30
Capítulo 05 - Tanaka
31
Capítulo 06 — Mãe
32
Capitulo 07 - Mãe Parte 2
33
Capítulo 08- Descoberto
34
Capítulo 09 — Esperança (Por Mia)
35
Capítulo 10 - Zeiow — Confissões
36
Capitulo 11 — O Jogo Começa — Parte Um
37
Capitulo 12 — O Jogo — Parte 2
38
Capitulo 13 — Quase!!
39
Capitulo 14 - A Caminho de Casa
40
Capítulo 15 — Notícia
41
Capítulo 16 - Assumindo Tudo
42
Capítulo 17 — Josh
43
Capítulo 18 - O Despertar de Zeiow
44
Capítulo 19 - Sufoco
45
Capitulo 20 - Socorro e reconhecimento
46
Capítulo 21 — Família
47
Capítulo .... — Vinte e Dois
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Capítulo 23 — Chamada
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Capítulo 24 — Quinta-feira
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Capítulo 25 — Otosan
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Capítulo 26 — A caminho de Casa

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