Um conto sobrenatural

— Você... É o olhar de hoje cedo...— Indaguei com tom admirado (involuntario) por lembrar-me do olhar esverdeado inflamando a minha alma, enquanto eu tentava comer torradas.

Math se virou para mim (irritado) e questionou (Não se importando com quem estivesse atrás dele):

Math:

— Mia, — Ele se aproximou segurando meu queixo com pouca força (fazendo-me olhar para ele) e continuou — De onde conheceu esse cara?

Outro "saiam" Se fez presente (os mesmos guardas costas afastaram-se; sentaram pacificamente no banco do ponto de ônibus, da calçada da frente, e esperaram). Recentes lembranças aos montes e um pequeno desespero aparente tomam conta dos meus olhos constatando uma disputa. Escutamos um rosnado forte (o solo abaixo de nós vibrou levemente) e um uivo que fez os sons naturais a nossa volta abafarem-se:

— Conheço de hoje cedo... ele apareceu no Coffee Wolf e — Afirmei respondendo ao Math (a minha voz parece um sussurro distante) na tentativa de explicar, mas fui interrompida pelos olhos verdes

— Não precisa explicar mais nada a ele, a mordida te torna minha por ligação.

 Afirmou ele apos continuar com os seus comandos (eu já não sei mais aonde estou ou qual realidade pertenço):

— caso contrário seu namoradinho teria que me enfrentar para toma-la de volta, mas como,

Uma pausa dramática e um suspiro curto (de afirmação e poder) e ele continuou:

— Ele não a marcou, (ele respirou calmamente enquanto continuava)esse direito não será revogado. Resumo simples, Mia: Deixe-o e venha comigo.

Me afastei quase caindo para trás. (as palavras tornaram-se tão necessárias... que não consegui dizer nada por espanto e um velho desacreditar) O mesmo rapaz loiro de hoje cedo, que me mordeu... uivou como numa história feita para meninas doces (estava-me sentindo uma adolescente) afastei-me ainda mais e um certo horror manifestou -se em mim.

Não é como naquelas cenas, onde o personagem principal corre gritando, mas, o horror em mim faz a minha visão embarçar (É uma criatura de contos sobrenaturais, a qual estou intimamente ligada), a respiração falha (em acreditar que tudo começou com apenas a um olhar de distância) e sinto-me triste (Sinto a energia de Math muito longe da minha nesse momento). Tudo isso parece estar conectado e o meu ser (assim como tudo o que me constroi) parece não querer mais ninguém além desse rapaz loiro...

 Math virou -se para encarar e disse (com tom de quem sabe de tudo):

— Você não é dono dela só por causa dessa marca, Conri. — Ele afirmou (sem medo sem medo de como ele poderia ficar) passei a sua frente confusa, tomando nota:

— Você o conhece? — Perguntei encontrando a raiva de Math em seu olhar

Math:

— Você não responde aqui, deixou que outro lobo te marcasse — Disse-me ele com a frustração se tornando a sua nova namorada,

Math:

— É a cadela de outro agora.

Nesse instante, Conri tentou me proteger (mas não sou uma princesa de contos de fada) percebi em poucos segundo que os homens tratam as mulheres como se fossemos as suas poses de terra:

— Eu não terei a posse de nenhum dos dois! Se querem brigar iguais crianças e adolescentes então, fiquem sozinhos nisso.

Foi um espanto para todos. Conri suspirou (olhando para o céu com as suas mãos na cintura), mas a minha atitude deixou Math calado de alguma forma. Quando olhei para ele, os seus olhos estavam quase possessos pelos olhos verdes de Conri (que o olhava com as suas pupilas dilatadas brilhando na cor vermelha):

Math:

— seja como for, vou para casa Mia... É a sua oportunidade de vir comigo

Mas Conri, por fim, se manifestou:

Conri:

— Se levar a minha fêmea vou expulsar você dos meus domínios

Nessa manifestação de puro poder é manifestação, me lembrei (rapidamente; com poucos detalhes) de uma história que a minha mãe contava quando eu tinha 14 anos: há alguns milhares de anos, havia no mundo uma grande disputa entre lobos e vampiros. Isso acontecia não por disputa de poder ou política, propriamente dito, mas, os lobos tinham as suas mulheres companheiras perdidas para os vampiros. Os (sanguessugas) escolhiam sempre as companheiras dos Alfas, pois elas eram todas de uma ancestralidade original que mantinha os vampiros jovens eternamente, ao invés de idosos chupadores de sangue:

Math:

— Se fizer isso Lobo Rei, mandarei muitos atrás da minha bela... Jovem.

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