Acordei no meio noite com calor, olhei para Math apagado ao meu lado, levantei devagar e fui ao banheiro. Prendi o cabelo em coque e observei o meu rosto no espelho e então notei a marca do Math. Não sinto indiferença, pelo contrário, sinto que ela já deveria estar aí, mas, tudo aconteceu tão rápido (refletir sobre isso parece até que aumenta a minha ansiedade). Coloquei as mãos na água e lavei o rosto, o pescoço e o colo. Ao secar o rosto, massageie suavemente a minha marca na tentativa de me sentir melhor.
Coloquei uma blusa de manga curta do Math, que encontrei jogada perto da cama e fui para a sacada respirar um pouco, passados alguns minutos sentado no degrau de madeira, não consegui me sentir melhor. Entrei com falta ar e os meus pulmões pareciam estar se comprimindo, fechei a porta e Math acordou na cama quando me viu ajoelhada no chão. O meu corpo simplesmente cedeu, parecia que o calor a minha volta queria entrar no meu corpo e fez-lo explodir:
— Mia! — Disse ele a correr da cama e vir até mim
Deitei as costas no chão de madeira, Math me pegou no colo e me colocou na cama outra vez:
— Math… o meu corpo está queimando…
Parecia que o meu sangue estava borbulhando nas veias, o corpo molhado de suor, Math retirou a camiseta que eu havia colocado. Os meus batimentos estão rápidos demais a ponto de Math nem precisar aproximar os seus ouvidos para escutar. A voz dele pronuncia as palavras como um poeta desesperado por clemência, mas a minha compreensão não é possível. A vos dê Math está muito distante para se escutar e com a minha visão embaçada, a última coisa que vi antes de fechar os olhos foi a sombra de Conri na porta do quarto do Math. Na pouco definição, tudo o que consegui ver com clareza foram as pupilas dele que brilhavam na cor esmeralda ao olhar para mim e... mais nada. Tudo ficou escuro.
Silencio… abracei esse momento de alívio, que realmente faz bem para um corpo antes em desespero. Respirei fundo… Várias e várias vezes, senti o meu corpo em repouso e a mente se move na busca de pequenos suspiros de liberdade, vida ou uma simples redenção. Ao todo, sei que devo estar sobre algum leito. O macio da seda conforta a minha pele descoberta, o ar frio sopra o meu corpo e o som de "bip..bip..bip.." constante e regular avisa aos meus ouvidos, que estou viva. Mas o que será isso? A fera dentro de mim rosnou ao escutar esse pensamento, de sua parte escutei apenas uma palavra:
— Traidora.
É a primeira vez que escuto ela falar, compreendi que o meu estado físico pode estar em coma. Não é uma sensação ruim, parece até que estou livre de qualquer amarra ou expectativa já criada por mim mesma. Pelo menos sinto a minha consciência intacta, eu só… queria Math perto de mim:
— Traidora. Você não merece ter os meus dons, Mia.
Disse a minha loba outra vez. Respirei fundo e perguntei a ela o motivo de sua raiva, ela rosnou e respondeu:
— Você deixou outro lobo tocar em mim.
Ela proferiu as palavras sem urrar, apenas me mostrando a sua chateação e senti que tudo parece acontecer na minha mente, fiquei em silêncio pela falta de compreensão e logo ela falou outra vez:
— Você não respeitou a mim. Então não respeitarei a sua escolha.
Silencio outra vez. Desta vez me senti estranha, o pleno gozo da calmaria física não me alegrou mais. Eu queria abrir os olhos, respirar melhor… não sei há quanto tempo estou assim, mas parece que estou respirando com tubos. Sinto na minha garganta uma intromissão não concedida por mim e na inércia de tudo, parecia que eu estava afundando na parte mais profunda do oceano… até que escutei outra vez:
— Conri…
Era a minha loba outra vez, senti que estava feliz e a luz da sua existência recebeu um leve aroma de alívio. A lembrança de Math estava longe, para mim parecia que o que passamos havia acontecido numa outra vida ou numa realidade diferente da nossa e então, tentei me aproximar da minha Loba e perguntei o que ela gostaria de ter… o que eu poderia fazer por ela? E logo, tornei a escutar:
— *Conri*.
Escutei os bips sendo desligados, a dor de cabeça forte e o quase vomitar me indicaram uma coisa: estou acordando. Senti um toque muito sutil nos meus lábios, quase tão doce quando algodão, a minha mão esquerda segurava as de alguém. Farejei o ar como puro instinto, de início não reconheci o cheiro, mas sabia que era um homem:
— Mia… Mia, acorda!
Espremi os olhos na tentativa de acordar, respirei fundo, escutei outra vez, quando senti meu rosto ser acariciado pelas mesmas mãos do homem presente:
— Está bem… eu acordo.
Num movimento de cada vez, me sentei na cama devagar e consegui abrir os olhos lentamente. A visão ainda embaçada, o foco começou a melhorar com um pequeno susto que levei: Conri estava ao meu lado.
— Não se assuste, esta bem? Chamarei o meu médico.
Ele me deu um beijo leve e quase imperceptível na testa e saiu, a minha cabeça estava a um turbilhão, o olhei em volta do leito encontrando monitores cardíacos, um tudo descartado e... em fim, tudo o que se encontra numa internação. Tudo está desligado. Olhei pela janela ao lado e notei árvores enormes com raízes profundas no solo, não demorou para perceber que estou na Ala Hospitalar da alcateia do Conri e isso é, confuso. Quando o meu coração apertou escutei na minha mente:
— Meu lobo está voltando…
Por instinto me lembrei do Math, mas uma profunda tristeza cresceu dentro de mim e se misturou com a alegria da minha loba quando Conri voltou seguido pelo médico:
Médico:
— Mia, como é bom ver que acordou.
Silencio. Não consegui pensar em nada. Conri pediu para o médico me avaliar, que por sua vez realizou um procedimento completo e falou:
— Ela está a salvo, Alfa e, por pouco. Só precisa repousar por três dias para dar tempo dos possíveis efeitos das marcas dela, mas... acredito que tudo ocorrerá bem.
Olhei para eles surpresa, os olhos arregalados de espanto e falei, após Conri agradecer e o médico nos deixar sozinhos:
— Ele… — Falei ao olhar algumas vezes confusa para a porta e Conri
Como se ele compreendesse, retirou do bolso de trás da sua causa jeans um pequeno espelho e me entregou em silêncio. Quando olhei, quase infartei outra vez:
— Porque…Conri porque estou com duas marcas?
Ele sorriu e antes de me responder a nossa atenção se voltou para uma vos familiar na porta, era Math:
— Porque… Mia nós, temos um problema.
Fiquei em silêncio absorvendo os poucos minutos infernais que acordei, Math olhou para Conri e perguntou:
— Contou a ela?
Olhei para Conri e perguntei:
— Contou o que…?
A minha voz é baixa e soou quase como um chiado:
Conri:
— Você ficou em coma por seis meses.
...............
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Joelma Oliveira
oi!? ela fugiu do conri, ficou c math q a marcou e fez sumir a d conri, e agora eles estão de boas juntos dela??? onde foi q me perdi???
2025-01-15
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