Carta

Conri aguardou as suas ordens serem cumpridas de imediato, mas, se escutei e entendi tudo ao certo, Conri e Math são irmãos. Alguns fatos se mostram precisos quanto ao que se diz sobre a ligação entre mim e Conri, mas, outros ainda estão escondidos e as vezes... Eu não consigo deixar de pensar nos momentos que tive com o Math. As palavras doces, assim como os momentos mais sacanas foram naturais entre nós e de repente, tudo mudou quando Conri me mordeu. Isso me deixa confusa:

Sara:

— Está pronta? Acho que Conri vem lhe encontrar hoje — Disse ela a minha espera

Acenei, concordando com a cabeça e saímos da última aula do período da manhã. Sara não tem falado muito comigo, como antes, ela apenas passa todo o tempo ao meu lado falando somente o necessário. Depois que Math veio ao acampamento na última semana, Conri o mandou para as celas do subsolo. Quilômetros de corredores com celas escavadas e portões de ferro, Conri me disse elas são passadas ao nicomio toda semana. Sara me disse que isso enfraquece os lobos, mas ela não me ajudou entender porque ele é um traidor. Depois do que ouve, voltei para Universidade com um laudo médico falso, só precisando ver o que perdi:

Sara:

— Pensando no Math em plena quarta feira? — Perguntou ela curiosa — Vocês costumavam ir caminhar juntos

Não respondi de imediato, ultimamente parece que ela tenta adivinhar os meus pensamentos, não posso mostrar quase nada dos meus sentimentos nas minhas expressões do dia a dia que, logo ela faz perguntas:

— Não, só... é essa aula de culturas clássicas, ele passou um relatório complicado. — Menti

Ela olhou-me de soslaio e parou o carro na frente da casa da vovó. Conri me convidou para ficar com ele, mas eu achei tudo muito rápido e me afastei. Ter esse tempo para pensar em tudo é o que preciso, além disso eu não vou conseguir viver acima da cabeça do Math:

Sara:

— Venha, vamos entrar e comer.— Disse ela a tentar não se importar

Tudo está estranho, Sara alugou o quarto com banheiro dos fundos da casa e contou uma mentirinha tosca para a vovó (a qual os detalhes não são importantes agora)... A cuidadora não faz perguntas, ela passa todo o seu tempo com os afazeres da minha avó e os meus pais?! Deixaram apenas duas ligações para mim com recados: O primeiro é que eles vão internar a vovó e o segundo é que estão se mudando para cá. Que ótimo! Pelo menos vou poder estar um pouco sozinha (longe da Sara).

Todos os dias quando chego, vou para o meu quarto no andar de cima tomar banho e a Sara prepara o nosso almoço na cozinha. Conri sempre me liga no mesmo horário:

— Oi Conri, bom dia! — Falei ao atender o celular

Conri:

— Oi Luna, como foi sua manhã?

Ele esperou a minha resposta, fiquei em silêncio:

Conri:

— Bom, hoje é a última Lua Cheia do mês, então eu vou te pegar aí, ok? —

Conri sempre me ordena algumas coisas, desde que ele me mordeu nós não dormimos juntos como companheiros e também não marquei ele, já tentei... Mas sempre que tento não consigo:

— Está bem, vou estar te esperando. Até logo!

Um beijo a distância e desliguei. Sara gritou ao pé da escada e após descer, nós almoçamos na cozinha:

Sara:

— Mia, antes de tudo nós somos amigas... porque não me conta o motivo de estar assim? — Disse ela tentando parecer amigável

Respirei fundo a olhar para o meu prato:

— Não sei Sara, só estou confusa. — Falei a coçar a minha marca

Mais algumas garfadas no frango assado e um copo de cerveja preta gelada para Sara, que logo o seu humor relaxou a beirada:

Sara:

— A marca ainda coça? — Perguntou ela compreensiva — Sabe que isso acontece, porque ainda não marcou o Conri, não é?

Terminado de encarar o prato vazio, virei uma dose de rum para relaxar os meus pensamentos aflitos e tomar coragem para usar as palavras certas, isso tem se tornado um hábito nós últimos dias:

— Não é o momento, Sara. Além disso não me sinto atraída a fazer isso agora, — Eu disse no calor de mais duas doses de Rum

Sara recolheu os pratos em silêncio e guardou a garrafa no armário da cozinha acima do fogão, apoiu-se na pia a olhar para mim e falou:

Sara:

— Se passar de hoje, — Ele começou

— Já sei, Sara. Conri avisou-me sobre a deusa

Na verdade, ele me explicou algumas coisas, nas duas vezes que o vi desde o fim de semana retrasado, quando Math foi preso: se não marca-lo a minha primeira transformação em lobo não acontece e eu volto a ser humana, se isso acontecer a marca que ele fez em mim, some e ele não poderá fazer outra, ou seja, eu tenho apenas hoje para me decidir. O problema real a isso é que com o passar dos dias e, hoje principalmente, o Math não sai da minha cabeça:

Sara:

— Eu fico preocupada com isso, a sua comunhão com a sua loba também está fraca devido ao Math. — Disse ela preocupada

A vovó não está em casa, ela tem feito alguns exames está semana neste horário do nosso almoço. Isso permite Sara e eu conversarmos com mais liberdade:

— Sara eu... Vou me deitar ok? Preciso ver o Conri hoje — Disse me retirando da cozinha

Sara não falou mais nada, ficou a ajeitar o que sujamos. Ao subir, tranquei a porta do meu quarto e peguei um livro na pequena estante ao pé da minha cama. Quando ajeitei os lençóis, encontrei uma carta a baixo dos travesseiros envelopada e escrita a mão:

...- Mia, quando ler isso significa que ainda não marcou ao lobo que a roubou de mim, então tudo não estará perdido ainda. Acredito que existem coisas a serem explicadas e no momento não tenho tempo para lhe escrever tudo, mas, quero lhe pedir um favor com carinho. Hoje é a última lua cheia do mês e o último dia do período sagrado, o próximo é daqui somente três meses. Por tanto, venha a mim no mesmo ponto que nos conhecemos quando chegou na cidade... Eu consegui fugir, te espero minha bela...."...

Sara não pode encontrar essa carta, não sei como ele a deixou aqui, mas, preciso ir até ele para entender o que estou sentindo. Caminhei até o quarto da frente, a vovó sempre tem uma vela acesa para as suas crenças religiosas. Fechei a porta, abri a janela e levei a vela para o banheiro:

— Ninguém saberá disso, nem mesmo Conri.

....................

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Comments

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

pq começo a achar q ela não é companheira de conri e sim do math... ta tudo tão estranho

2025-01-15

0

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

eita q isso tá estranho!!!

2025-01-15

0

Maria Nice Grudgen

Maria Nice Grudgen

Quem será seu verdadeiro companheiro e quem está mentindo?
Ou os dois são companheiros dela?

2024-10-05

2

Ver todos
Capítulos
1 Primeiro Contato
2 Marcada
3 Sonho
4 Um conto sobrenatural
5 O Beijo
6 O Despertar da Consciência
7 Aceitando a mudança
8 Suspiros e Tensão
9 A aula de Benny
10 Carta
11 Math
12 Transformação
13 Recomeço
14 União
15 Em coma
16 Discussão
17 Conversa
18 Magia
19 Calor
20 Capítulo 20 — Companheiro
21 Capítulo 21 - Um estranho conhecido
22 Capítulo 22 - Verdadeiros Inimigos Parte 01
23 Capítulo 23 - Branco como o luar
24 Capítulo 24 - Relato
25 Capítulo 25 - Decisão
26 Capítulo 1 - Segunda Parte - Universidade de Kinyph
27 Capítulo 02 - Passando mal
28 Capítulo 03 - Laços
29 Capítulo 04 - Marca
30 Capítulo 05 - Tanaka
31 Capítulo 06 — Mãe
32 Capitulo 07 - Mãe Parte 2
33 Capítulo 08- Descoberto
34 Capítulo 09 — Esperança (Por Mia)
35 Capítulo 10 - Zeiow — Confissões
36 Capitulo 11 — O Jogo Começa — Parte Um
37 Capitulo 12 — O Jogo — Parte 2
38 Capitulo 13 — Quase!!
39 Capitulo 14 - A Caminho de Casa
40 Capítulo 15 — Notícia
41 Capítulo 16 - Assumindo Tudo
42 Capítulo 17 — Josh
43 Capítulo 18 - O Despertar de Zeiow
44 Capítulo 19 - Sufoco
45 Capitulo 20 - Socorro e reconhecimento
46 Capítulo 21 — Família
47 Capítulo .... — Vinte e Dois
48 Capítulo 23 — Chamada
49 Capítulo 24 — Quinta-feira
50 Capítulo 25 — Otosan
51 Capítulo 26 — A caminho de Casa
Capítulos

Atualizado até capítulo 51

1
Primeiro Contato
2
Marcada
3
Sonho
4
Um conto sobrenatural
5
O Beijo
6
O Despertar da Consciência
7
Aceitando a mudança
8
Suspiros e Tensão
9
A aula de Benny
10
Carta
11
Math
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Recomeço
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Capítulo 20 — Companheiro
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Capítulo 21 - Um estranho conhecido
22
Capítulo 22 - Verdadeiros Inimigos Parte 01
23
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Capítulo 24 - Relato
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Capitulo 14 - A Caminho de Casa
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Capítulo 17 — Josh
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