Pensei que seria fácil sair de casa, na calada da noite cheguei a imaginar que eu poderia descer as escadas, ir até à cozinha, beber um copo d'água e tentar sair pela porta dos fundos, mas, me lembrei de um detalhe importante ao fazer tudo isso: não temos porta dos fundos. A casa da vovó é aquelas típicas de filmes dos anos 50, temos até o balanço de pneu furado pendurado na macieira, no quintal da frente. A cerca já estava com o branco quase morno e a porta é vermelha.
A cozinha e a sala de estar são divididas por uma coluna e meia parede, a escada para os quartos fica a esquerda e existe um bidê a baixo dela, na porta ao lado de dentro fica pendurado o espelho pequeno. É exatamente neste ponto que estou parada, encarando a Sara bloqueando a porta da frente como um soldado treinado:
— Vai ficar aí a noite toda? — Perguntei descaradamente
Ela gargalhou curto, colocou as mãos na cintura ao fazer isso e sentou -se na poltrona de chá da vovó, perto da lareira. Ela ajeitou os bobs na cabeça, encarou o fogo e falou, enquanto balançava a cabeça negativamente:
Sara:
— Você vai atrás dele, não vai?
Perguntou ela sem tirar os olhos do fogo:
Sara:
— Não minta para mim, Mia. Sabe que não deve fazer isso — advertiu ela a olhar para mim
Eu estava de camisola de seda, cor bege com renda preta acima do busto. Caminhei curtos passos e comecei a subir as escadas em silêncio:
Sara:
— Aonde vai Mia, poxa vai ser sempre assim agora? — Perguntou ela com a irritação se fazendo presente no tom da sua voz
Parei ao meio da escada e pensei: já chega!
— Vou para a terra além do guarda-roupa, Sara. Quem sabe lá eu possa tomar as minhas decisões.
Subi o restante dos degraus a passos fortes, coloquei o robe, chinelos e outra vez desci as escadas:
Sara:
— Mia, Conri marcou você! — Disse ela ainda sentada na poltrona — Não pode sair assim nesses trajes, ainda mais para ver um verme como Math!
Ela gritou, comigo a abrir a porta, respirou fundo e falou outra vez:
Sara:
— Porque está fazendo isso?
Parei ao lado de fora da porta com a mão direita na maçaneta:
— Porque eu preciso de respostas.
Sai pela rua apressada, a pedalar, enquanto Sara me olhava da porta de casa. Parei de ouvir as suas súplicas quando me afastei da rua de casas e fui com a minha bicicleta, raramente usada, até a entrada para o lago que fica mais distante da minha casa. Ao passar pela praça adentrei a estrada a esquerda, encontrando em seguida o caminho de terra que leva para o lago.
Math estava me esperando, perto da margem do rio:
— Math? — Perguntei com o coração a mil
Sem celular. A noite acabou de cair, a humidade no ar apresenta o período chuvoso que acabara de chegar na cidade. O gorjear dos sapos da, as Boas-vindas, para a cantante dança das libélulas, a escuridão da noite apresenta o brilho da superfície do lago, iluminado pela lua e o perfume de calendulas nos convida a receber a noite:
Math:
— Você veio... — Disse ele ao olhar para mim, antes os seus olhos estavam vidrados na beleza da lua cheia — Só vou-me aproximar, se você me permitir.
Ele relaxou o corpo, soltou os braços e esperou a olhar-me, de costas para o lago:
— Não sei porque vim, Math... — Eu disse encantada com a magia do lugar — Posso te abraçar? Quero ver uma coisa
Falei brilhavamus olhos. Em silêncio, ele sorriu e estendeu a mão para mim, graciosamente, como um cavalheiro:
Math:
— Venha comigo, Mia...
Os seus olhos estavam a brilhar, as pupilas estavam levemente dilatadas e ele logo falou:
Math:
— Deixe-me te mostrar uma coisa...
Ao seu lado, Math segurou a minha mão e mostrou que ele havia escondido atrás do tronco de uma árvore, uma escada simples de madeira. Ele subiu na frente e me ajudou a sentar no galho mais alto
— Não tem medo? — Perguntei baixo
Ele riu:
— Está parece ser a mais alta, dentre as outras isso significa que estamos visíveis.
Falei espontaneamente:
Math:
— Conri sabe que está perdendo você, Mia — Disse ele sem rodeios — e você, tem medo dele?
Com os olhos no luar, recostei a minha cabeça no seu ombro:
— Não mais, sinto... — Respirei fundo a tomar coragem e completei — que é aqui, com você, que preciso estar.
Ele riu docemente e me abraçou:
Math:
— E o que você quer, Mia? — perguntou com o tom de voz mais aveludado
Senti que as palavras não eram mais necessárias. No instante do conforto, aconchego e uma sensação leve de pertencer ou estar em casa, trazida por este abraço, eu o mordi. Tudo a nossa volta parecia brilhar mais, a luz do luar inundava cada canto mais escuro e trazia consigo, uma velha esperança e sensação de paz. Afastei os lábios da região côncava do seu pescoço, Math mordeu a mesma região em mim e como puro encanto, a marca do Conri sumiu.
Agora só resta saber como se encaminharam as coisas. Math me beijou e diferente do Conri, me senti bem. Algumas lágrimas humedeceram as maçãs do meu rosto, ele tomou o meu rosto com as suas mãos:
— Sinto muito por tudo, eu — Falei ao começar a chorar
Math:
— Ei, — falou ele carinhosamente — Está tudo bem agora, estamos aqui e isso é o que importa
Os meus batimentos acelerados, a respiração em falta e a pele arrepiada-me mostraram, que possivelmente eu estava a começar minha transformação. Math percebeu isso. Tarde demais, eu acabei caindo na grama, ele pulou de cima e me ajudou. Os joelhos apoiados na grama, os cotovelos e cabeça baixa... senti o meu tórax expandiparecia, na verdadeade que ele se partiria em milhões de pedacinhos e tudo o que escutei, além de um longo uivo na escuridão ao longe de nós, foram as suas palavras:
Math:
— Não impeça minha bela, deixe que tudo aconteça
Ossos, pareciam simples galhos quebrando dentro de mim. A falta de ar, me fez deitar na grama de costas para cima e ao ver a lua novamente, apenas esperei.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Joelma Oliveira
então math era o verdadeiro companheiro dela!!! eles têm q dar 1 lição no mentiroso
2025-01-15
0
Rosaria TagoYokota
poderosa ou nao ta na hora de nos saber o que ela e ne autora ta morni esta historia nao se sabe nada dela fica so o misterio
2024-09-14
1
Vivi
com certeza Mia deve ser poderosa por isso Conri marcou ela
ainda bem que Math escapou e são companheiros
2024-01-22
3