Eu deveria, simplesmente, deixá-los aqui. Mas toda está situação, cortou o que chamamos de racionalidade e nada lógico se passou na minha mente: não pensei em correr, nem gritar, pedir ajuda, entrar em pânico ou encontrar a Sara (que já devia estar na sala; ela é impaciente ao tempo dos outros). Ao invés disso, eu simplesmente travei enquanto os dois gozam dessa funesta competição de poder. Parecia que o tempo estava na inércia de um conto criado entre nós três; eu não sei o que devo fazer, sinto que estou presa a isso e não existe ninguém para me salvar... além de mim mesma:
Conri:
— Chame-os agora, Math — Disse ele em desafio e autoconfiança — Quero ver se eles conseguem me rastrear
Math ficou em silêncio, olhou para mim e partiu. Fez isso sem continuar nada, parecia que ele já conhecia o final da discussão. Quando Conri se aproximou, o meu corpo ficou a dois passos de distância (defesa automática que me fez voltar ao normal):
Conri:
— Voltem para o grupo! — Disse ele, usando sua voz no médio tom, aos seus "soldados ingleses"
Os dois (ainda sentados no ponto de ônibus) partiram também, na direção da floresta que fica localizada perto do oceano; as árvores são grandes, os troncos largos e cobrem quase toda a extensão da praia (as pessoas não tem acesso a ela; fator triste quando cheguei aqui)
— Conri, não. — Eu disse à ele o impedindo de se aproximar mais
Conri:
— Preciso levá-la comigo — Disse-me ele esperando uma atitude minha
Acredito que a sua expectativa em deixar as minhas coisas de lado para segui -lo, era grande. Pois quando eu simplesmente balançei a cabeça negativamente e sai andando (na direção da entrada do prédio da Universidade), Conri me puxou para trás (levemente) e me segurou nos seus braços, mantendo meu rosto muito próximo ao dele:
— Solte-me, por favor, Conri. — Ele encostou sua testa na minha, isso me fez lembrar da sensação de segurança de hoje cedo, que ele me passou
A minha voz era praticamente um sussurro, mesmo assim tentei superar o desejo estranho e nada fugas em beija-lo, para dizer:
— Nós não estamos juntos assim, eu nem sei quem ou o que você é... então por favor me solte.
Conri olhou novamente para mim, nas poucas veses que ele fez isso desde que o conheçi está manhã, sinto me encontrar através do seu olhar e isso me assusta:
Conri:
— Não estamos? — Ele desviou por um instante o seu olhar para o local que me mordeu (a gola da minha jaqueta preta, cobre a marca com curativo) e voltou a me olhar em seguida continuando — Essa marca.. significa que a reconheço como minha companheira
Disse ele, esperando a minha compreensão:
— Conri por favor... — a minha súplica era visível, ele me soltou parecendo compreender — isso parece fazer sentido para você, mais até ontem eu.. tinha uma vida comum e alguém que gostava e, hoje, você simplesmente balançou tudo
Ele me olhou e cruzou os braços, o sol (nesse momento) decidiu sair dos seus aposentos para iluminar os fios loiros de Conri. Respirei fundo, fechando brevemente os olhos:
Conri:
— E vou balançar ainda mais, Mia... — Assim como o sol se põe, tão claro, belo e rápido, Conri tomou os meus lábios contra os seus, segurando o meu rosto com carinho
Por um instante, me permite ser levada por esse momento. Senti calor, fiquei (estranhamente) excitada e o abracei segurando sua cabeleira loira pela nuca. Meu corpo se deixou sentir as suas mãos correram, agradavelmente, pela minha cintura. Mas a minha mente ainda me pregava peças e construía os seus jogos, me deixando confusa:
— Não posso corresponde-lo agora, sinto muito... — Eu disse bruscamente, tomando ar e o afastando (levemente pelo seu peitoral)
Conri:
— Mia espere, me deixa te mostrar o meu mundo... — Ele me pediu com calma
Apesar de ver a minha decisão ele parece me respeitar. Ajeitei a minha bolsa nas costas e me virei rapidamente para sair (senti tontura). Andando para o prédio, senti um pequeno calor na minha nuca que me fez diminuir a frequência dos meus passo (cocei outra vez a mordida).
Se me permitir cair agora e desmaiar, Conri vai me segurar outra vez e os seus braços em mim... não sei como pensar sobre a sensação que ele me fez sentir agora, esse beijo acendeu algo em mim que me fez acordar e perceber, que o mundo que sempre acreditei ser real... era mentira, agora me vejo em outro completamente diferente a qual Conri pertence:
— Tchal Conri — Eu disse apoiando minha mão na parede antes de entrar no prédio
Conri:
— Mia, Espera! — Ele gritou e eu parei,
O prédio da Universidade é feito de pedras esculpidas a mão, as postas é janelas são de madeira maciça e os caminhos são de pedregulho. Conri correu até mim, escutando os seus passos o meu corpo tonteou (a coceira no meu pescoço estava se transformando na dor), antes de desmaiar senti os braços do Conri me segurar:
Conri:
— A mordida não está cicatrisando — Disse ele em espanto ao ver o estado que a minha pele estava — Impossível. Você não é apenas humana... porque ainda não cicatrizou?
A minha respiração estava forte, pesada e começava a sentir os meus batimentos acelerados... mas a minha visão estava falhando, embaça ainda mais com o brilho dos olhos verdes (agora vermelhos) me encarando:
Conri:
— Lamento minha Luna, mas terei que levá-la comigo — Disse-me ele lambendo a ferida fazendo a minha dor diminuir um pouco
Nas historias que li sobre lycantropia, não encontrei informações sobre esse tipo de ligação, tudo o que achei foram algumas evidências sobre mordidas de lobisomem ou a maldição da lua cheia para alguns. Mas com o Conri e tudo isso acontecendo de repente, me pergunto se isso é apenas um conto num livro ou a minha vida. A última coisa que escutei, foram as palavras distantes de Conri e ao longe o som abafado do sino da Universidade indicando o final da primeira aula:
Conri:
— Luna.. por favor, seja forte....
..................
** corrige o último parágrafo!! Feliz ano Novo meu amores!!
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Verginia Celia
não gosto de muita não gosto de muita maldade
2024-12-14
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Joelma Oliveira
agora fiquei confusa 🤔 será pq ela não o aceitou?
2025-01-15
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