Discussão

Eu não compreendi. A princípio, Conri me mordeu primeiro e, depois, Math também. A marca do primeiro incomodava-me e lembro-me de como senti alívio ao ter a marca do segundo. Mas, depois eu apaguei e agora estou na floresta outra vez:

Conri:

— Isso tem uma explicação simples.

Falou ele ao olhar para mim:

— Math, — Conri olhou para o irmão — vou ser gentil apenas porque ela acordou. Explique.

Ele cruzou os braços e esperou. Na esquerda, a marca em que repouso, está Conri e na direita o Math, que olhou para mim e falou:

— Minha bela, — Ele acariciou levemente o meu rosto — Você, com o seu coração escolheu a mim como companheiro,

Sorri quando ele disse isso, mas Conri interrompeu, pois, ao toque do irmão ele chegou o meu pulso que já acelerou outra vez e uma leve falta de ar começou. Tentei controlar, mas, Math retirou a sua mão da minha bochecha com um sorriso triste:

Conri:

— Mas a sua loba escolheu a mim. Por isso ficou em coma, ela sentiu-se traída.

Ótimo. Pensei. Mas claro, devo agora entrar numa luta mental e escolher um dos dois?

Conri:

— Não é bem assim.

Falou ele, cético. Math rosnou, Conri deu de ombros e falou outra vez:

— Eu não sei quanto a você, mas por mim, ela fica comigo e você continua como Ômega!

Ele olhou para mim malicioso e acariciou de leve a minha bochecha, eu obviamente fingi de tonta e perguntei ao Math o que era tudo isso. Ele, por outro lado, retirou as mãos do Conri dos meus cabelos com um curto tapa e falou:

— Elaa não será de nenhum dos dois até se decidir.

Eu, assistindo tudo isso, simplesmente congelei.

Conri:

— Você fala como se fosse um simples caso de jogo de dados!

Ele gritou e Math respondeu no mesmo tom:

— Acontece que ela não é sorte sua, Conri! ELA veio até mim e ELA me escolheu!

Conri surtou, pegou um objeto ao lado da maca e jogou na parede. Acho que era de vidro, mas não sei o que foi quebrado porque ele fez tudo muito rápido. Quando olhei, os seus olhos estavam vermelhos vinho e as pupilas dilatadas e quando falou os seus caninos estavam expostos, as garras da mão e pouca coisa da sua fera tornou-se um ‘show’ de horror:

Conri:

— Você roubou-a de mim! EU pedi que ficasse perto dela... — Disse ela perdendo o tom na última palavra

De certo modo, isso me comoveu. A loba dentro de mim, sentiu tristeza:

Conri:

— Mas aí... ao invés de fazer o seu trabalho como o meu irmão de sangue... você... Como pode Math?

Ele derrubou algumas lágrimas, pude escutar os seus batimentos cardíacos descompassados. Math tocou em silêncio e Conri falou mais:

Conri:

— Eu a marquei como a minha Luna primeiro, e você... — Falou ele mais baixo — Você tomou-a sem me desafiar. Math,

Ele olhou para o irmão e falou por fim:

- ela quase morreu por sua causa! Se a queria, — Pensou ele — Teria que me desafiar para o posto de Alfa

Gritou ele na última frase:

Math:

— Minha causa? EU dei a ela o poder de escolha!

Ele alegou, Conri vociferou outra vez comigo a baixo deles. Ainda sentada e retirando os fios em silêncio, eles quase se atracavam por cima de mim:

Conri:

— ELA FICOU MORTA POR QUASE UM DIA SEU IDIOTA!

Silêncio... parei a mão no braço esquerdo, no movimento de tirar as agulhas de soro:

— Calados, os dois!

Olhei para a porta sentindo um cheiro familiar, aquela que me ajudou no início e que posteriormente pensei estar contra mim:

— Sara! Sei que está aí fora então venha logo!

Estou com raiva, não apenas pela discussão ou pelo coma, mas, estou mais raiva por mim mesma. Ela entrou em silêncio, afastou levou-meou para a sua cabana. Na distância, enquanto ela me leva de cadeira de rodas, os dois continuaram a discutir sem ninguém intervir.

Respirei fundo o ar da floresta, senti um misto de coisas: culpa, raiva... tristeza. Quando chegamos na cabana de Sara, ela me ajudou a andar até a porta. Não conversamos nada no caminho e quando entramos ela levou-me ao banho e me ajudou com tudo o que se pode imaginar: A banheira, trocar de roupa, comida, escovar os dentes. Parecia que ela fazia isso há muito tempo com outras pessoas, e nos seus olhos ela estava tranquila. Quando me deitei na cama de solteira ao lado da dela, finalmente quebrei o silêncio:

— Sinto muito Sara, eu... Acho que me perdi.

As lágrimas recorreram um pouco, o meu peito parece vazio por tamanha a dor que sinto:

Sara:

— Não fique assim, tudo é passageiro.

Sequei o rosto e me virei para ela de lado:

— Não sei o que fazer, Sara...

Me lembrei da vovó e dos meus pais:

— Sara, a minha família! — Falei de espanto me sentando pouco na cama

Ela riu e explicou:

Sara:

— Os seus pais estão aqui, Conri os recebeu quando avisamos do seu estado.

— É a vovó? — Perguntei um pouco mais calma

Sara:

-A sua avó foi para uma casa de idosos com a mesma governanta de onde morava com ela.

Suspirei, olhei para o teto em silêncio. Eu estava em coma e agora tenho duas marcas, ter os pais aqui não é uma ideia ruim... Eu acho:

— Sara, — Chamei baixo

Ela abaixou o celular e me olhou:

— Você já viu isso antes?

Ela riu brevemente:

— Não sei qual é a graça. — Falei imburrada

Então ela coçou os olhos pelo sono, se ajeitou em silêncio nos lençóis e falou:

Sara:

— Sim, uma vez.

— Quando? — Perguntei após ela refletir um pouco

Sara:

— Com os pais do Conri, Quer dizer, a história que ouvimos de Benny quando crianças é a mesma que a sua.

Fiquei em silêncio atenta a tudo o que ela dizia:

Sara:

— A mãe deles passou pela mesma coisa, Benny falou que ela teve que escolher um dos irmãos gêmeos no final.

A princípio não compreendi tudo, mas depois ela explicou:

Sara:

— O antigo Alfa da nossa alcateia tinha um irmão gêmeo, os dois marcaram a mesma pessoa igual a você, mas, no final, eles disputaram e a Luna escolheu o mais forte. Entende?

Estou aflita, me sinto até mesmo insegura:

— Acho melhor, — Falei pensativo — Tentar-me afastar deles por um tempo.

Sara:

— Eu estarei aqui com você, como sempre estive.

Sara realmente é a melhor, sinto pena por não ouvi -la antes:

— Está bem, nós vamos dar um jeito...

................

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Comments

daddi

daddi

ela deveria ficar com os dois ué. ela e companheira dos dosi

2025-01-07

0

Joelma Oliveira

Joelma Oliveira

dona loba e seus dois maridos kkkk

2025-01-15

0

elenice ferreira

elenice ferreira

poxa que confusão, já li uma estória pela metade em que ela fica com os 2 irmãos , mesmo na hora do ato! um horror ! fuiiiii

2024-08-29

1

Ver todos
Capítulos
1 Primeiro Contato
2 Marcada
3 Sonho
4 Um conto sobrenatural
5 O Beijo
6 O Despertar da Consciência
7 Aceitando a mudança
8 Suspiros e Tensão
9 A aula de Benny
10 Carta
11 Math
12 Transformação
13 Recomeço
14 União
15 Em coma
16 Discussão
17 Conversa
18 Magia
19 Calor
20 Capítulo 20 — Companheiro
21 Capítulo 21 - Um estranho conhecido
22 Capítulo 22 - Verdadeiros Inimigos Parte 01
23 Capítulo 23 - Branco como o luar
24 Capítulo 24 - Relato
25 Capítulo 25 - Decisão
26 Capítulo 1 - Segunda Parte - Universidade de Kinyph
27 Capítulo 02 - Passando mal
28 Capítulo 03 - Laços
29 Capítulo 04 - Marca
30 Capítulo 05 - Tanaka
31 Capítulo 06 — Mãe
32 Capitulo 07 - Mãe Parte 2
33 Capítulo 08- Descoberto
34 Capítulo 09 — Esperança (Por Mia)
35 Capítulo 10 - Zeiow — Confissões
36 Capitulo 11 — O Jogo Começa — Parte Um
37 Capitulo 12 — O Jogo — Parte 2
38 Capitulo 13 — Quase!!
39 Capitulo 14 - A Caminho de Casa
40 Capítulo 15 — Notícia
41 Capítulo 16 - Assumindo Tudo
42 Capítulo 17 — Josh
43 Capítulo 18 - O Despertar de Zeiow
44 Capítulo 19 - Sufoco
45 Capitulo 20 - Socorro e reconhecimento
46 Capítulo 21 — Família
47 Capítulo .... — Vinte e Dois
48 Capítulo 23 — Chamada
49 Capítulo 24 — Quinta-feira
50 Capítulo 25 — Otosan
51 Capítulo 26 — A caminho de Casa
Capítulos

Atualizado até capítulo 51

1
Primeiro Contato
2
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4
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O Beijo
6
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Aceitando a mudança
8
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A aula de Benny
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Carta
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Math
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Recomeço
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Discussão
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Capítulo 20 — Companheiro
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Capítulo 21 - Um estranho conhecido
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Capítulo 22 - Verdadeiros Inimigos Parte 01
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